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Arquitetos: Cottrell & Vermeulen Architecture
- Área: 280 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Norbert Rottcher, Anthony Coleman
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Fabricantes: Seedling Designs
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa fica localizada acima de um penhasco e de manguezais de frente para o riacho Takaungu, no Quênia.
Os riads (jardins de pátio interno) são comuns em edifícios suaíli do litoral e isso foi incorporado ao projeto, organizando os volumes em torno de um pátio protegido para criar um ambiente doméstico informal para uma casa principal de dois andares e duas casas de um andar.
Empregando materiais locais e técnicas de construção comuns da região, o bloco coral sem face acabada tanto interna quanto externamente resulta em uma construção fiel à simplicidade das casas da aldeia local. A paleta de materiais e métodos de construção tradicionais foi reorganizada: o bloco de coral vazado é usado para ventilação natural, segurança e para permitir uma luz difusa; o contrapiso, pigmentado com pó de coral, continua vertical e horizontalmente na baraza (bancos suaíli), na escada, na bancada da cozinha e na estrutura de apoio da bancada; barras de segurança para janelas de aço usadas extensivamente em casas locais foram reinterpretadas usando uma técnica tradicional de serralheria para criar uma tela decorativa; vergas de janelas rebocadas usadas tanto externamente quanto internamente no projeto fazem referência à linguagem vernacular da vila local, e as tiras de cobertura de teto manchadas de preto fazem referência aos tradicionais postes de mangue preto suaíli usados para escorar tetos pintados de branco.
Paredes internas de blocos de coral não rebocadas são normalmente usadas apenas em áreas menos nobres, pois são frágeis às intempéries. Este problema foi contornado pulverizando o coral exposto com cal apagada para fortalecer o coral, acelerando a carbonatação da face do coral recém-cortada, aumentando sua resistência.
Existem três espaços principais para se habitar, dependendo da hora do dia, mês e o tempo. O terraço coberto, o pátio baraza e o espaço principal de estar/jantar trabalham juntos para fornecer uma variedade de espaços comuns e vistas.
A paisagem é essencial para a arquitetura, e a cada estação a casa se torna mais integrada ao seu ambiente de amadurecimento e evolução.
O terreno ao redor da casa era anteriormente cultivado com sisal, que foi retirado. Agora, árvores nativas, arbustos, flores silvestres e gramíneas estão sendo cultivadas no local. O paisagismo com espécies nativas teve como critério de seleção das plantas utilizadas algumas ervas de uso doméstico fitoterápico, plantas para alimentar a vida selvagem e plantas hospedeiras para a criação de borboletas e mariposas.
O paisagismo com espécies nativas não requer irrigação e, além disso, ao restabelecer a floresta nativa litorânea, morar na propriedade se tornou um prazer que evolui ao longo do tempo. Primeiramente, há os sons: uma cacofonia de pássaros, macacos e galagos, misturando-se com os cantos muezzin adhan da aldeia em frente. Em segundo lugar, o jardim paisagístico é animado por uma agitação constante de borboletas, bandos de belos pássaros, macacos, gramíneas balançando na brisa do mar e vistas sobre o riacho das marés.