O Rio de Janeiro terá a maior horta urbana do mundo. É o que dizem os organizadores do programa Hortas Cariocas, uma iniciativa financiada pela prefeitura municipal que tem como objetivo a "soberania alimentar, gerando o auto provimento através de produtos orgânicos, criando hortas em Escolas Municipais e comunidades do Rio".
A horta ocupará uma área equivalente a quinze campos de futebol e conectará as comunidades de Cajueiro, Palmeirinha, Serrinha, Buriti e Faz-Quem-Quer, na zona norte da capital fluminense. A meta da organização é que, até 2024, cem mil famílias se beneficiem dos produtos cultivados no jardim, comenta Julio Cesar Barros, fundador do Hortas Cariocas e diretor de agroecologia e jardinagem urbana da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
"O resultado do projeto não é ter um jardim bonito — um jardim bonito é uma consequência de nosso trabalho. O resultado de nossa produção é ver quantos pratos de comida conseguimos servir", comenta Barros. Para atingir a meta nos próximos dois anos, a faixa de terra distribuída ao longo do Parque Madureira - Mestre Monarco deverá atingir alta produtividade e envolver a comunidade desde já: só esse ano, a estimativa é que a horta gere 80 toneladas de alimentos orgânicos a partir do trabalho de 56 jardineiros.
Até o momento, o projeto conta com cerca de 500 canteiros que, segundo Barros, representam apenas 4% do total que deverá ser construído até 2024. Dos produtos que são colhidos, 50% se destinam a doações a famílias que não têm condições de comprar alimentos, e os 50% restantes são vendidos pelos próprios jardineiros às comunidades a preços acessíveis.
A prefeitura do Rio de Janeiro investe mensalmente R$140 mil no projeto, usados para pagar auxílio aos membros da equipe que trabalham semanalmente nos canteiros. Jardineiros recebem R$500, líderes de equipe R$630, e coordenadores R$1.000. Além do auxílio, outros gastos de manutenção estão incluídos na conta.
Criado em 2006, o Hortas Cariocas tem atualmente 29 jardineiros alocados em comunidades e outros 27 em escolas municipais espalhadas pelo Rio de Janeiro, e já envolve, considerando todas as etapas de produção, distribuição e venda, mais de 50 mil famílias da capital.
Fonte: Bloomberg