O coletivo de arquitetura AKT e Hermann Czech estão colaborando no conceito e design do Pavilhão Austríaco na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia. Intitulado "Beteiligung / Participation", o pavilhão será temporariamente convertido em um experimento social que explora temas como público x privado, acessível x inacessível e comunitário x individual por meio de intervenções arquitetônicas. A 18ª Exposição Internacional de Arquitetura será realizada de 20 de maio a 26 de novembro de 2023.
Como o pavilhão está localizado em Giardini, na fronteira nordeste do local da Bienal, o distrito de Sant'Elena atrás dele é um dos poucos bairros de Veneza que ainda é habitado na sua maior parte pela população local. Os curadores querem cortar o muro existente e desconsiderar a separação existente entre a Bienal e a cidade. Para isso, parte do edifício será conectado ao bairro vizinho e disponibilizado aos seus moradores, enquanto o restante se conectará ao recinto de exposições.
Um muro dividirá o simétrico pavilhão em salas principais que já estão alocadas na entrada. A parte leste e o pátio serão acessados através de um recém-construído portal de Sant'Elena e serão disponibilizados aos moradores como um espaço público de encontros. A parte oeste, por outro lado, permanecerá acessível a partir da Bienal, e olhará para as atuais condições problemáticas estruturais e de vida de Sant'Elena. Embora o outro lado não possa ser alcançado diretamente, os moradores da cidade e os visitantes da Bienal poderão ver e ouvir uns aos outros, revelando noções de participação e vizinhança, que serão vivenciadas em termos de conteúdo e espaço.
O Pavilhão Hoffmann – como muitos outros no Giardini – está separado da corrente principal do modernismo por uma característica: simetria; os espaços principais e secundários são repetidos em imagem espelhada. O conteúdo de uma sala pode ser justaposto a uma segunda de igual importância.” (O Pavilhão Hoffmann, 2012). É justamente essa qualidade “não moderna” que possibilita uma demonstração espacial atual: separação e participação. -- Hermann Czech
O pavilhão foi encomendado pelo Ministério Federal Austríaco de Artes, Cultura, Função Pública e Esporte. O AKT é um coletivo de arquitetura com dezessete membros que visa promover a produção independente e utópica do espaço. Seus projetos pretendem quebrar as restrições econômicas, minadas e neutralizadas por modelos alternativos por meio da construção de espaços concretos. Hermann Czech, sediado em Viena, estudou com Konrad Wachsmann e Ernst A. Plischke, entre outros. Seu escritório de arquitetura e planejamento é heterogêneo, com inúmeras publicações críticas e teóricas sobre arquitetura e exposições individuais.
A direção da La Biennale di Venezia nomeou a arquiteta ganense-escocesa Lesley Lokko como curadora da Bienal de 2023 como "uma forma de acolher o olhar de uma personalidade internacional que é capaz de interpretar, através de diferentes papéis, sua própria posição no debate contemporâneo sobre arquitetura e cidades, que tem como ponto de partida sua própria experiência imersa em um continente que se torna cada vez mais um laboratório de experimentos e propostas para todo o mundo contemporâneo", explica o presidente da Bienal, Roberto Cicutto.