A Icon Architects divulgou o projeto de uma torre de madeira de 90 metros de altura em Toronto, Canadá, que se tornará, uma vez concluída, o edifício mais alto da América do Norte. Chamado "191-199 College Street", o projeto está alinhado com o masterplan liderado por Alison Brooks Architects, Adjaye Associates, Henning Larsen e SLA para desenvolver o Waterfront de Toronto, que visa transformar a cidade em um polo de habitações a preços acessíveis, espaços públicos de qualidade e novas oportunidades de negócios. A construção em CLT gerará cerca de 3.300 toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa a menos que uma obra convencional. Além dos benefícios ambientais, a torre acomodará cerca de 400 unidades de aluguel a preços acessíveis.
Localizada perto da Universidade de Toronto, a torre de 31 pavimentos substituirá um conjunto de edifícios existentes para fornecer 494 unidades residenciais para aluguel. Dos 19.900 metros quadrados, mais de 80% serão garantidos como habitação social por 40 anos; o restante será destinado aos aluguéis padrão de mercado. A decisão de preservar os quatro prédios geminados "com formato de casa" de três pavimentos é um esforço para manter a herança arquitetônica eduardiana e definir uma escala de pedestres em uma cidade que está a caminho de se tornar uma megacidade de arranha-céus.
O projeto da fachada inclui a incorporação de paletes fotovoltaicos integrados (BIPV), um revestimento leve e de alta resistência com uma camada de células solares. O exterior pixelado criará um visual animado e dinâmico sob condições de luz sempre mutáveis, com tonalidades de cinza para proporcionar níveis de refletividade.
Embora o código de construção de Ontário não tenha aprovado o projeto estrutural, a Icon Architects está trabalhando com o Conselho Canadense de Madeira em uma proposta que pode exceder a legislação atual que determina uma altura máxima de 12 pavimentos para edifícios de madeira maciça. Da mesma forma, para a construção da Torre HoHo em Viena e Brock Commons em Vancouver, novas regras foram sugeridas ao Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH), declarando que edifícios de madeira com núcleos de concreto seriam definidos como híbridos de madeira-concreto.
Novas regulamentações sobre o que define um edifício de madeira abririam a discussão sobre o mais alto do mundo: o Mjøstårnet na Noruega, construído inteiramente de madeira, tem um recorde de 85,4 metros; Schmidt Hammer Lassen revelou seu projeto para um bloco habitacional de 100 metros de altura na Suíça, substituindo o núcleo de concreto por madeira; Nikken está trabalhando em um super arranha-céu de madeira de 350 metros de altura em Tóquio, feito 90% de madeira e o restante de aço. Mas uma coisa é certa: a capacidade de criar edifícios com madeira é uma referência para a construção sustentável. Estes projetos estão quebrando equívocos comuns sobre as capacidades e a acessibilidade econômica das estruturas de madeira.