Movimento arquitetônico que surgiu na década de 1950, o brutalismo se difundiu nas décadas seguintes em diversos continentes. Nesta conversa, o Arquicast busca conectar, para além dos aspectos da historiografia, o legado dessa forma de produção de espacialidades e de edifícios icônicos.
O termo brutalismo vem da palavra francesa "béton brut", que significa "concreto bruto", caracterizado pelo uso do concreto aparente como material principal, pela forma expressiva e escultural das construções, e pela ênfase na funcionalidade e na simplicidade. Mas existem também outras variações dessa definição, no entanto todas elas convergindo para construções com aparência imponente e monolítica, com fachadas que parecem esculpidas em pedra, ou mesmo com grandes subtrações e vazios, conciliando plasticidade e adequação ambiental.
Os edifícios com essa características são muitas vezes associados a uma estética austera, refletindo uma preocupação com a eficiência e a praticidade. O brutalismo foi muito popular entre os arquitetos e urbanistas que estavam interessados em criar uma nova linguagem arquitetônica que pudesse se adaptar aos desafios da era moderna, ramificando o legado de Le Corbusier e incluindo uma releitura vernacular das formas e superfícies. Eles viam o concreto como um material versátil e durável, capaz de resistir ao desgaste do tempo e das intempéries, e acreditavam que a forma expressiva das construções poderia contribuir para uma melhor integração da arquitetura na paisagem urbana.
Frequentemente criticado por ser austero demais, por não levar em conta a experiência humana e por criar construções que parecem desprovidas de vida e personalidade, o brutalismo ainda continua influente e fascinante.