-
Arquitetos: Grau Architects
- Área: 9 m²
- Ano: 2022
-
Fotografias:Matej Hakár
Descrição enviada pela equipe de projeto. O pavilhão convida a uma experiência mais próxima com a natureza, concentrando a atenção dos visitantes no lago - vistas, sons e movimentos. Ele obriga o visitante a parar, a desacelerar graças à visão infinita das copas das árvores, à visão definida da superfície da água calma e ilimitada e ao afastamento suave da agitação da vida cotidiana.
O interior do pavilhão acomoda confortavelmente 6 pessoas, sentadas frente a frente ao redor da mesa durante a cerimônia do chá, o que confere uma certa impressão de intimidade. A construção aberta sutil/leve refere-se ao interior tradicional japonês, mas traz elementos modernos. Integra-se de forma harmoniosa e delicada no ambiente envolvente.
Várias regras da tradicional cerimônia do chá foram transferidas para o projeto final. Ao entrar no interior, cada visitante deve abaixar-se para passar sob a viga horizontal mais baixa da estrutura, que remete à porta niriji-guchi, símbolo da igualdade de todos os participantes da cerimônia. Ao mesmo tempo, ao entrar, uma vista retificadora chama a atenção para a água.
Uma mesa baixa no centro da planta convida os visitantes a se sentarem de joelhos, como é costume na cultura japonesa. O enrijecimento da parte inferior da estrutura com placas de compensado proporciona uma sensação de privacidade e distanciamento dos ruídos externos. A moldura aberta da entrada permite uma visão do interior e os transeuntes podem ver a cerimônia do chá em andamento.
A altura do mobiliário confere versatilidade ao ser utilizado tanto como mesa durante a cerimônia do chá quanto como banco oferecendo um local para sentar e contemplar o local, seguindo assim a ideologia japonesa focada na simplicidade e sofisticação estética. Ele torna-se o único móvel central do pavilhão e sua profundidade permite que os participantes da cerimônia se sentem próximos uns aos outros, fomentando um sentimento de mutualidade.
O espaço tem um caráter multifuncional e, além da cerimônia do chá, também pode funcionar como um agradável pavilhão de verão com vistas relaxantes da natureza. A planta quadrada remete à simplicidade e o uso de elementos primários retrata o símbolo da matéria e do homem.
A estrutura do pavilhão é baseada em uma área plana de 3 x 3 m com uma altura de 4 m, que também é a altura estrutural dos prismas de madeira de abeto de seção transversal quadrada e a altura máxima permitida para a edificação. Os elementos de madeira são complementados por um tecido macio que traz a sensação de aconchego mas mantém o pavilhão ainda minimalista para que a cerimônia seja o foco principal, criando uma sensação de paz e harmonia.
Outros materiais utilizados são tábuas de abeto no piso, compensado de bétula e manta geotêxtil no telhado. A massa do pavilhão é baseada na forma dos tradicionais pavilhões de chá. O tecido fixado na diagonal junto com o fechamento de duas paredes laterais com compensado de bétula cria uma impressão de privacidade e proteção contra as intempéries, como sol e chuva mas, ao mesmo tempo, a estrutura dos caixilhos permanece arejada e aberta o suficiente para permitir a ligação com o exterior e o enquadramento de vistas não tradicionais. Planos têxteis em dois níveis trazem uma certa ludicidade para o pavilhão, que pretende evocar a arquitetura tradicional japonesa.