Na Exposição Internacional de Arquitetura deste ano – La Biennale di Venezia, o Australian Institute of Architects apresentará o Unsettling Queenstown. Abordando temas de decolonização, a exposição é uma instalação multifacetada e multissensorial. Os diretores criativos Anthony Coupe, Julian Worral, Emily Paech, Ali Gumillya Baker e Sarah Rhode fizeram a curadoria desta exposição como uma resposta ao tema geral da Bienal: O Laboratório do Futuro. Unsettling Queenstown encorajará o público a imaginar o futuro e suas possibilidades.
Existem Queenstowns em todo o antigo Império Britânico: na Austrália, Nova Zelândia, Ásia, África e nas Américas. Essa obra simboliza a herança colonial da Austrália no final da Segunda era elisabetana, marcando um período de luta decolonial em todo o mundo. A exposição irá explorar e interrogar as relações entre as pessoas e o meio ambiente sob a lógica do colonialismo e da exploração de recursos. Além disso, revelará essas verdades observando Queenstowns reais e fictícias.
O principal foco da exibição é a ilha de Lutruwita, onde há uma cidade de mineração de cobre chamada Queenstown, na Tasmânia. Além disso, no sul da Austrália, em Kaurna Yarta Puulti, há outra Queenstown. A exposição irá retratar e reimaginar ambas as áreas com filme e voz. No centro do Pavilhão, estará exposto um fragmento fantasmagórico da arquitetura colonial, uma maquete em escala 70% do Empire Hotel da cidade do mirante. O modelo é feito de uma estrutura de arame com tubos de cobre e será acompanhado por sons, vozes e visuais imersivos.
O colonialismo de colonos envolveu consistentemente a substituição do território aborígine e a estampagem de nomes e símbolos britânicos em terras indígenas. Perturbar Queenstown é um ato de desmapeamento, expondo histórias ocultas da terra onde as colônias foram estabelecidas. Este reino desmamado compreende representações multicamadas e será incluído em um arquivo de práticas modernas. Além disso, a exposição confronta questões de temporalidade e narrativa, fornecendo caminhos para futuros reimaginados e escapando dos limites de nossas inúmeras Queenstowns herdadas.
A ressaca do Império Britânico é generalizada em todos os cantos do globo: há literalmente uma Queenstown em todos os continentes, exceto na Antártica. A inquietante Queenstown une a teoria e a prática decoloniais, tecendo elementos de lugares reais e coletas da inteligência arquitetônica atual em busca de ingredientes para contribuir com o Laboratório do Futuro de Veneza.
-- Equipe do Diretor Criativo: Anthony Coupe, Julian Worral, Emily Paech, Ali Gumillya Baker e Sarah Rhode
Vários outros países divulgaram seus Pavilhões para La Biennale di Venezia 2023, com muitos projetos curatoriais voltados para histórias e patrimônios nacionais. O Pavilhão Nacional do Kosovo explora migração, diáspora e estados de transcendência na história do país. Também mergulhando no passado, o pavilhão húngaro exibe o Museu de Etnografia de Budapeste, explorando as tradições húngaras e as comunidades rurais. Da mesma forma, o Pavilhão de Taiwan estuda a inteligência incorporada nos vernáculos locais taiwaneses e explora formas de aplicar esses modelos à futura tomada de decisões.