Um Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos na região da Cracolândia em São Paulo. Este foi o tema do primeiro concurso de projeto organizado pelo Labideias, aberto a estudantes e recém-formados em arquitetura e urbanismo com até dois anos de formação.
A arquitetura pode desempenhar um papel crítico ao questionar as possibilidades existentes. Ela pode ser uma voz que busca propor, através do espaço construído, abordagens mais humanizadas, criativas e inclusivas. Com essa tese, a organização convidou os participantes a desenvolverem uma proposta que atendesse às necessidades de uma população marginalizada e cada vez mais perseguida. Conheça, a seguir, os vencedores e menções honrosas do #001 Concurso Labideias.
A Bienal de Arquitetura de Chicago divulgou uma programação dividida em etapas para sua quinta edição, CAB 5: This is a Rehearsal(Isso é um Ensaio). A inauguração oficial do evento acontecerá em 21 de setembro, com instalações pontuais por diferentes locais da cidade, e em primeiro de novembro serão abertas as mostras no Chicago Cultural Center e na Graham Foundation. A curadoria do CAB 5 está a cargo do coletivo Floating Museum, um grupo de artistas, designers, poetas e educadores focados em construir conexões entre arte, comunidade, arquitetura, infraestrutura e instituições públicas.
Em termos de desenvolvimento urbano, a escolha entre demolição e reutilização adaptativa tem implicações de longo alcance. Dos debates em torno da importância cultural e histórica da estrutura, ao impacto ambiental do processo de demolição e reconstrução em comparação com o custo de preservação e adaptação, a questão das demolições tem levado a comunidade arquitetônica a se unir e pedir por estratégias mais responsáveis na esperança de redescobrir o valor das estruturas existentes. Este artigo reúne algumas histórias de edifícios ameaçados de demolição e os processos que levaram ao seu resgate.
Nosso dia a dia envolve comunicação constante com a cidade. À medida que percorremos diferentes espaços, fazemos perguntas como “Onde estou agora?”, “Para onde vou?”, “O que procuro?”, “Para que serve este edifício?”. Embora os encontros nestes espaços possam parecer intuitivos, o design gráfico ambiental (EGD) fornece as respostas para estas perguntas, servindo como uma interface importante entre nós e o ambiente construído. Envolve o design de elementos gráficos que se fundem com projetos arquitetônicos, paisagísticos, urbanos e de interiores para tornar os espaços mais informativos, fáceis de navegar e memoráveis. O EDG consiste em três elementos principais: texto, forma e cor. Texto e formas normalmente transmitem as informações gráficas, mas as cores as projetam, amplificam e ajudam a comunicá-las na cidade. Nas experiências espaciais, percebemos primeiro as cores, uma vez que nossos sentidos registram principalmente sensações visuais. Portanto, o uso estratégico da cor é fundamental para que os gráficos ambientais proporcionem uma experiência completa de imagens de identidade, senso de lugar e conexão emocional.
Arquitetos e designers muitas vezes procuram maneiras de fazer com que as fachadas e superfícies internas dos edifícios se destaquem em meio a outros edifícios. Mas, às vezes, uma singela mudança pode ter um grande impacto quando você dá um passo para trás e compreende o todo. Ao empregar um padrão ilusório, como pixels pontilhados, pontos de meio-tom ou alterações sutis, mas intencionais, na posição ou orientação dos materiais, as superfícies planas podem ser transformadas em formas curvas e mutáveis.
Os padrões de meio-tom, por exemplo, funcionam reduzindo uma superfície sólida colorida em pontos de tamanho decrescente. Esses pontos são diminuídos até desaparecerem e o resultado é uma superfície plana com um gradiente que imita as sombras ou realces de uma curva tridimensional. Enquanto isso, o pontilhado é o processo de suavizar vários tons da mesma cor misturando-os. O efeito permite que os arquitetos, em uma escala grande o suficiente, criem imagens curvas e com profundidade, usando apenas uma única cor ou ainda possibilita a criação de uma cor intermediária ilusória.
Há 10 anos nascia a SPACE10, uma plataforma pioneira em sua abordagem de inovação corporativa, consolidando-se por sua capacidade de ser aberta, democrática, impulsionada por um propósito lúdico e orientada para a comunidade. Composta por uma pequena equipe central de cerca de 23 pessoas com base em Copenhague, seus esforços se concentraram em combinar o poder da criatividade, ciência e tecnologia para encontrar soluções que abordassem a acelerada crise climática e as injustiças sociais.
O projeto cultural internacional U-RE-HERIT lançou uma iniciativa para proteger a arquitetura, patrimônio e memória da Ucrânia. Este amplo consórcio de instituições arquitetônicas se uniu para alcançar um objetivo comum de preservar a cultura ucraniana. Com a crise atual, o projeto tem como objetivo abordar o patrimônio como um recurso para a recuperação cultural, social, ambiental e econômica. Além disso, o projeto espera redefinir a identidade cultural local e reconstruir as cidades com a sensibilidade da memória coletiva.
Desde o nascimento de nossas cidades, garantimos a proteção dos espaços verdes dentro delas. Civilizações tão antigas quanto os romanos construíram amplos parques no coração da cidade, como o Rus in Urbe — traduzido como Campo na Cidade — ainda hoje referenciado. Para controlar o boom da urbanização em meados do século XX, as políticas de cinturão verde em muitas cidades europeias literalmente cercaram os ambientes naturais ao redor delas, tornando a qualidade do ar e o acesso à natureza parte da vida urbana.
A cidade pós-pandemia, no entanto, é uma nova espécie de conurbação, e estes parques urbanos e cinturões verdes já não são suficientes. À medida que migramos em busca de climas mais verdes e saudáveis, as cidades que abandonamos estão evoluindo e provando que também podem ser verdes, trocando as superfícies menos utilizadas de ruas por parques. Esses quatro projetos na Europa transformaram os espaços urbanos não utilizados de volta aos ambientes verdes naturais e regenerativos que já foram.
O Fortyseven é um novo spa termal projetado pelo arquiteto Mario Botta, situado ao lado do rio Limmat em Baden, na Suíça. Baden, conhecida por seus ricos atrativos culturais e de bem-estar, tem uma herança centenária ligada aos spas. O Fortyseven Thermal Wellness Spa revive esse legado histórico ao apresentar a cultura do bem-estar por meio de uma abordagem moderna. O projeto oferece um encontro imersivo para o corpo, mente e alma — aspectos capturados pelas lentes do fotógrafo Paul Clemence.
O mercado do bem-estar está em alta. Estima-se um crescimento de 60% nos últimos cinco anos, desde a pandemia de Covid, com os consumidores cuidando cada vez mais de sua saúde física e mental. Atualmente, entende-se que o bem-estar — a virtude de se sentir bem tanto no corpo como na mente — é mais afetado pelo nosso ambiente do que costumávamos admitir.
Desde 2020, estamos migrando rapidamente para longe das cidades, com mudanças no trabalho e na vida para incluir mais belezas naturais e a busca pelo nirvana: mais bem-estar. Esses quatro centros de bem-estar cuidam de complementar os arredores rejuvenescedores ao ar livre com atividades de cura e arquitetura, ajudando os visitantes a sentirem-se em paz consigo mesmos e com o mundo ao seu redor.
A presença e distribuição de espaços verdes nas cidades costuma ocorrer de maneira desigual por seu território, e eles não são acessados e desfrutados por seus cidadãos da mesma forma. A relação entre a vegetação e a concentração de riqueza em áreas urbanas é um fenômeno complexo e multifacetado, e que inclusive pode ser percebido através de imagens aéreas de muitas áreas urbanas, onde a cor verde parece ter maior destaque e concentração nas regiões mais valorizadas economicamente. Essa ligação tem sido objeto de reflexão e debate em todo o mundo, e desempenha um papel significativo na forma como as disparidades socioeconômicas se manifestam espacialmente e afetam a qualidade de vida das populações urbanas, sobretudo as mais vulneráveis.
As cores são muito mais do que apenas estética. Elas podem interferir nas sensações que um espaço transmite, como percebemos o ambiente e até mesmo em questões de conforto. Com tantos fatores que elas podem influenciar, utilizá-las não é uma tarefa fácil e, por isso, muitos arquitetos optam por manter o clássico branco, escalas de cinza ou ainda os materiais aparentes para evitar qualquer possível conflito visual. No entanto, algumas práticas de arquitetura ousam nas paletas escolhidas e geram obras únicas que se destacam exatamente pela forma que as cores ajudam a compor o projeto.
Hoje se celebra o Dia do Estudante. Comemorado desde 1927, o dia comemora o acesso a um direito fundamental de todos os cidadãos: o ensino. Quase um século depois, surgiram novas didáticas, formas de enxergar a aprendizagem e, com isso, também novas arquiteturas que abrangem não só os avanços pedagógicos, mas também técnicos. Sendo assim, reunimos aqui sete exemplos de espaços educacionais brasileiros projetados depois de 2020 que, com soluções que destacam importantes pontos, ajudam a construir um pequeno panorama de referências sobre o tema.
Após anos de reinado, as linhas ortogonais e os ângulos retos nos projetos de interiores estão cedendo lugar aos desenhos orgânicos e formas arredondadas. Com essa significativa mudança na linguagem formal, percebe-se cada vez mais a invasão de curvas delicadas e volumes amorfos nas peças de design, mobiliários e elementos decorativos. Há quem diga que essa situação pode estar indiretamente associada ao aumento no interesse pela sustentabilidade e na busca por estratégias que aproximem o homem da natureza, como o próprio conceito de biofilia, constantemente presente em projetos de diferentes escalas. Uma condição reforçada ainda pelo período de isolamento social na pandemia de Covid-19, o qual incitou as pessoas a criarem maneiras pelas quais a natureza pudesse estar presente dentro das casas, aumentando o bem-estar no cotidiano.
O ArchDaily apresentou seu tema mensal de julho — processos projetual — e não perdeu a oportunidade de abrir a discussão sobre como o uso de tecnologias está sendo incorporado à forma de fazer arquitetura. Embora a disciplina venha avançando há anos em campos como inteligência artificial (IA), realidade virtual (RV), modelagem paramétrica, BIM e outras ferramentas de ponta, sua implementação e sistematização nos processos cotidianos de projeto ainda são lentas.
Ao longo do mês, realizamos uma chamada aberta para ouvir as experiências e aprender com nossos leitores, explorando juntos como as últimas inovações estão transformando o desenvolvimento da profissão. Depois de revisar uma quantidade imensa de comentários e opiniões, foi surpreendente encontrar concordâncias sobre como filtramos e atualizamos as tecnologias que usamos nos processos de projeto. Confira os principais pontos de vista a seguir.
Pedras esculpidas foram as primeiras ferramentas que os hominídeos usaram para transformar seu ambiente. É emocionante imaginar como, desde a Idade da Pedra, e graças ao longo processo evolutivo da humanidade, as ferramentas que usamos evoluíram de pedras simples para sistemas robóticos complexos. Esses avanços representam uma revolução nos métodos de produção, tanto no nível industrial atual quanto em escala local.
Tecnologias como inteligência artificial (IA) e sistemas de fabricação digital têm sido percebidas como ameaças que substituem o trabalho, variando de acordo com o contexto. Na América Latina, a fabricação manual é profundamente enraizada, especializada e com bom custo-benefício em alguns setores, tornando a substituição digital menos urgente. Em contraste, biomateriais derivados de fungos ou resíduos agrícolas oferecem alternativas de construção ambientalmente amigáveis, promovendo sustentabilidade e economia circular. Isso estimula discussões significativas sobre o potencial da fabricação digital, exigindo uma compreensão dos recursos e desafios locais. Portanto, isso estabelece as bases para biomateriais que preservam a identidade ao oferecer soluções para questões locais.
https://www.archdaily.com.br/br/1005120/fabricacao-digital-e-biomateriais-na-arquitetura-fusao-de-identidade-e-tecnologiaEnrique Tovar
A divulgação recente dos primeiros resultados do Censo 2022 é fabulosa para qualquer pessoa que acredita no uso de dados para orientar negócios e políticas públicas. O debate sobre eles já começou, e o impacto real será de longo prazo. Da política habitacional à representatividade legislativa, muita coisa pode mudar em função dessa pesquisa. Mas cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém, dizem com razão — apesar de não gostar do segundo.
Não é novidade que a questão de gênero permeia toda a nossa organização como sociedade e sistema, refletindo diretamente a dualidade dos "papéis femininos e masculinos" e seus mecanismos de opressão de gênero. No âmbito da arquitetura e do urbanismo isso não é diferente. Ao longo dos séculos, as cidades e suas edificações têm se mantido e se transformado de forma a priorizar as demandas de um perfil bem específico de usuário. Tal estrutura, obviamente, não considera outras identidades e formas de apropriação, ou seja, a demanda real e toda a sua diversidade de classes sociais, gênero, cores, faixas etárias, orientações sexuais, etc. São planejamentos e projetos disfarçados de uma concepção “neutra”, mas que na verdade reproduzem o olhar de um homem branco de classe média.
O projeto +Lapena Habitar, uma parceria da Fundação Tide Setubal e do BlendLab, busca contribuir para a transformação urbana de bairros periféricos por meio de um novo modelo de produção de habitação de interesse social (HIS). Partindo de um processo iniciado em 2020, as instituições vêm desenvolvendo um projeto piloto na Zona Leste de São Paulo de oferta e gestão de moradia que incorpora aspectos de desenvolvimento urbano, arquitetura, estratégias de acesso à moradia de qualidade, processos pré e pós ocupação, participação social, modelo de aluguel, gestão coletiva, modelo de negócio e financiamento.
O declínio cognitivo é uma preocupação crescente de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Em meio a uma população que está envelhecendo, estratégias que ajudem a prevenir ou mitigar a deterioração cognitiva se tornam cada vez mais relevantes para apoiar o envelhecimento saudável e a manutenção da independência por mais tempo. Estudos no campo da neurociência aplicada à arquitetura (neuroarquitetura) vêm mostrando que o ambiente físico, tanto interno como externo, público ou privado, desempenha um papel fundamental nesse aspecto [1]. Nesse sentido, arquitetos e urbanistas podem direcionar seus projetos para criar soluções que contribuam significativamente para esse objetivo.
https://www.archdaily.com.br/br/1004870/arquitetura-para-prevencao-do-declinio-cognitivo-contribuicoes-do-espaco-para-o-envelhecimento-saudavelAndréa de Paiva
Estamos vivendo um momento de emergência. Desde o início da industrialização, temos corrido pelos recursos finitos de nosso planeta como se fossem ilimitados, esgotando e desestabilizando os próprios ecossistemas dos quais dependemos para nosso sustento, economia, alimentação, saúde e qualidade de vida.
Em apenas 50 anos, perdemos mais da metade da vida selvagem do mundo. No momento, a Terra está a caminho de aquecer além de 1,5 graus celsius, o que os cientistas alertam ser um limite planetário rígido para os ecossistemas existentes na Terra. Este é um “código vermelho para a humanidade”, conforme descrito no Sexto Relatório de Avaliação do IPCC. Continuar em nosso caminho atual significará danificar irreversivelmente as próprias condições que sustentam a vida neste planeta.
A materialidade é um fator determinante para moldar o caráter e a experiência de um edifício. Brincando com as qualidades estéticas e táteis dos materiais, o processo de design abrange sua análise, seleção e arranjo para criar espaços com propósito e ricos sensorialmente. Juntamente com texturas e padrões, explorar a materialidade também envolve o estudo das possibilidades de cores. O papel versátil da cor nos materiais arquitetônicos se estende além da mera estética, pois pode ampliar oportunidades de design e influenciar respostas emocionais, funcionalidade, relevância cultural e desempenho ambiental.
Embora cada material tenha sua cor inerente distinta, a adição de pigmentos artificiais ou naturais pode modificá-los em favor da identidade do projeto. Mergulhando no debate sobre a manutenção da estética crua ou a alteração dos tons naturais de um material, mostramos vários projetos para estudar as diferenças entre o uso de pigmentação natural versus artificial de vidro, concreto, tijolo, pedra e madeira.
O mercado de trabalho na arquitetura e urbanismo é altamente competitivo. A demanda por projetos inovadores, sustentáveis e esteticamente agradáveis é alta, o que impulsiona um ambiente de alta concorrência. Além disso, as mudanças nas tecnologias e as crescentes expectativas dos clientes exigem adaptação constante. Quais são os obstáculos, as oportunidades, os métodos, as “traquitanas e traquinagens” que são necessárias para adentrar na “selva” do empreendedorismo? A partir das experiências dos convidados, este episódio especial propõe um diálogo livre e divertido sobre o tema.