A cidade do Rio de Janeiro teve sua paisagem edificada, ao longo dos seus 457 anos, de diversas formas. Nos primeiros séculos se consolidou no entorno da Rua Direita, atual rua Primeiro de Março, basicamente com casarios de dois pavimentos, normalmente com seu térreo formado por uma porta e duas janelas — isso decorria da medida da época, a braça, e os seus lotes que costumavam ter três braças (cada braça equivale a 2,2 metros). O perfil fundiário carioca sempre foi um indutor da forma urbana e o lote português, com testada pequena e muito comprido, marcou uma época da nossa cidade e é uma marca do desenvolvimento da cidade.
Noticias de Arquitetura
A paisagem urbana e a matemática da cidade
Rogers Stirk Harbour + Partners projeta centro empresarial "net zero"na Lituânia
O escritório de arquitetura Rogers Stirk Harbour + Partners (RSHP) venceu o concurso internacional de projetos para um novo centro empresarial, que em funcionamento terá emissões de carbono próximas a zero, na cidade de Vilnius, Lituânia. O concurso, organizado pela União de Arquitetos da Lituânia e pelo Fundo de Desenvolvimento do Right Bank, solicitou um projeto de um espaço de escritórios de 19.200 metros quadrados no Distrito Central de Negócios da cidade. Uma das maiores ambições do projeto foi a redução dos índices de carbono, alcançada por meio de várias estratégias, incluindo o uso de tábuas de madeira laminada cruzada e materiais de origem local.
Fotografias de Gregor Sailer exploram as implicações políticas, militares e econômicas da arquitetura
Em uma nova exposição na Kunst Haus Wien em Viena, o artista austríaco continua sua investigação na arquitetura onde poucos civis pisam.
A busca de Gregor Sailer por estruturas e edifícios incomuns o leva a alguns dos lugares mais extremos da civilização humana – de centros de exercícios militares nos EUA e Europa, a um centro de mineração perto de Chuquicamata, no deserto do Atacama, até campos de neve no Ártico.
Natureza e tecnologia: paredes que podem cultivar plantas
A relação da arquitetura com a natureza é complexa. Se, por um lado, buscamos paisagens naturais para emoldurar, por outro, tentamos a todo custo evitar patologias causadas pela presença de raízes e folhas em nossas paredes e estruturas. Ao mesmo tempo que lançamos mão de tetos verdes, jardins verticais e floreiras para aproximar as cidades da vegetação e melhorar o conforto das pessoas, nos conformamos em construir edifícios com materiais completamente dissociados da fauna e flora. Ainda que a revolução com os biomateriais e novas tecnologias esteja mudando isso aos poucos, devemos nos perguntar se as estruturas e edifícios precisam necessariamente estar separados da natureza em que se apoiam. Foi essa dúvida que motivou os pesquisadores da Universidade da Virginia (UVA) a desenvolverem estruturas geometricamente complexas impressas em 3D feitas de solo, onde as plantas pudessem crescer livremente.
10ª Bienal de Arquitetura de Roterdã explora passado e futuro das mudanças climáticas
"It’s About Time", a 10ª edição da Bienal de Arquitetura de Rotterdam, é um manifesto de sete semanas que mostra cursos realistas em direção a um futuro habitável em um momento em que as consequências das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais aparentes. Há meio século, as consequências das mudanças climáticas foram previstas no relatório Os Limites do Crescimento, de 1972. Ele descreve as possíveis consequências de um aumento exponencial da população, da produção agrícola e da extração de recursos. O relatório é visto por muitos como o início da conscientização ambiental. A Bienal de Arquitetura de Roterdã tem como objetivo colocar essas mudanças em perspectiva, olhando tanto para o passado quanto para o futuro possível.
Por que a Geração Z está mudando a cara da arquitetura
A geração Z compreende o grupo de pessoas nascidas a partir de 1995. Cresceram junto com a popularização da internet e interagem com o mundo integrando todas as formas de tecnologia disponíveis.
A diversidade de mídias disponíveis, a velocidade no tráfego de informação, a interatividade no ambiente virtual e o uso cotidiano desses ativos tecnológicos comuns nos dias de hoje, influencia o comportamento dos indivíduos dessa geração, imprimindo polivalência, agilidade e curiosidade.
O que é uma boa arquitetura?
Acompanhando o lançamento de nosso primeiro livro, The ArchDaily Guide to Good Architecture, já disponível para compra, analisamos durante o mês de setembro diferentes definições e pontos de vista sobre a "boa arquitetura". Explorando temas como materialidade, contexto e abordagem, nossa equipe de conteúdo desenvolveu artigos que buscam questionar e descrever alguns dos aspectos que fazem uma arquitetura ser boa.
Veja a seguir uma seleção de artigos que colocam esta pergunta em perspectiva, reunidos sob os temas: cidades, materiais, história, contexto e interiores. Leia também, ao fim, um trecho do livro do ArchDaily.
Como devolver o brilho aos interiores contemporâneos
Ao nascer e ao se pôr, o sol invade os espaços interiores e os inunda com alegria como nenhum teto ou aparelho de parede poderia fazer. Esses momentos, no entanto, são breves e difíceis de pegar em meio a uma agenda pesada.
Em busca do inefável: um olhar para a capela de Notre Dame du Haut em Ronchamp
O que é uma boa arquitetura? Há mais de dois mil anos, Vitruvius teria respondido que boa arquitetura é aquela que contempla três princípios básicos: firmitas (firmeza), utilitas (utilidade) e venustas (beleza), como descreveu em seu tratado De Architectura, e provavelmente, ninguém o teria questionado. Hoje, essa ampla pergunta é capaz de despertar centenas de respostas, todas pessoais e subjetivas, que têm a ver com a vivência e experiência de cada um.
Casas brasileiras: 16 residências com jardim interno
O paisagismo é um componente fundamental em diversos tipos de projeto, sobretudo para pensar a integração das edificações com seus entornos e estabelecer articulações entre ambientes. O uso da vegetação confere diversas qualidades aos espaços, e apesar de figurar mais usualmente nas partes externas, o uso de jardins internos pode ser um fator de transformação total na atmosfera dos projetos.
“Taxação” de energia solar passa a valer em janeiro
Em janeiro deste ano, um marco legal para a microgeração e a minigeração distribuída de energia foi instituído na forma da Lei 14.300/2022. O texto garantiu que as antigas regras do setor fossem mantidas até 2045 para quem já possuía a instalação solar e para novos clientes no período de 12 meses. Agora, a três meses para acabar o ano, o assunto volta à tona, pois o prazo para garantir, por exemplo, a isenção de alguns componentes tarifários está prestes a terminar.
Transformando edifícios existentes em residências através da inovação com materiais
Considerando o tempo, a energia e o impacto ambiental de um processo de construção, a arquitetura deve explorar diferentes metodologias que funcionam com o ambiente construído existente. Por exemplo: Como dar vida a um edifício esquecido? A reutilização adaptativa oferece novas oportunidades a edifícios abandonados, seguindo a ideia de que a boa arquitetura deve ser durável, inovadora e reciclável.
Os arquitetos não devem projetar apenas para o presente, mas também devem pensar em como adaptar os edifícios para o futuro. Em vista da situação atual do mundo em relação à crise climática e aos recursos naturais disponíveis, a reutilização adaptativa explora estratégias para a sustentabilidade e a inovação projetual, trabalhando para reduzir o consumo de energia, com menos emissão de carbono e impacto social positivo.
Barcelona, alegria e ordem: aspectos naturais e artificiais de uma cidade singular
CityMakers está trabalhando com o ArchDaily para publicar uma série de artigos, conversas e entrevistas com os diferentes atores da co-produção de cidade por trás do CityMakers Barcelona Lab 2022, um evento que acontecerá de 14 a 18 de novembro. Nesta ocasião, Camilo Osorio, Arquiteto e Mestre em Desenvolvimento Urbano e Territorial na Universidade Politécnica da Catalunha - Barcelona Tech, apresenta seu artigo "Barcelona: Alegria e Ordem". Os dotes naturais e artificiais de uma cidade exemplar".
Como projetar e construir uma cidade que beneficie a todos?
O grande debate começa: como projetamos e construímos uma cidade de forma que todos se beneficiem? Naturalmente, você já tem uma posição nessa guerra urbana. Ou você é um NIMBY, acrônimo de “Not In My Backyard” (não no meu quintal, em tradução livre), o que significa que você se opõe a novos empreendimento em seu bairro; ou você é um YIMBY, “Yes In My Backyard”, e é pró-desenvolvimento, seja qual for seu motivo. Mas essas siglas não descrevem os problemas reais que levam as pessoas a se posicionarem de um lado ou de outro desse infinito cabo de guerra do “Não construa isso!” e “Sim! Construa isso!”
Paisagismo em cafés: 10 projetos que integram o verde à arquitetura
Seja para um momento de pausa, descontração ou até mesmo para um wifi gratuito, as cafeterias costumam abrigar uma série de situações que envolvem mais que apreciar uma xícara de café. Um lugar tranquilo e agradável, que além de tudo ofereça uma boa bebida quente, é um grande atrativo para quem busca por uma cafeteria para passar algumas horas.
Nesse sentido, um projeto paisagístico que integre o verde a estes ambientes pode aumentar significativamente o conforto dos clientes, ao amenizar temperaturas e oferecer uma barreira contra a poluição atmosférica, sonora e visual. Além disso, após as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, espaços abertos, com ventilação natural e jardins passaram a ser prioridades para muitos projetos, inclusive cafeterias.
O que podemos aprender com a habitação coletiva na Índia
Em quase todas as línguas indianas, um termo coloquial para "família" (ghar wale em hindi, por exemplo) se traduz literalmente como "aqueles que estão em (minha) casa". Tradicionalmente, os lares indianos abrigavam gerações de uma família sob o mesmo teto, formando bairros próximos de parentes e amigos. A arquitetura residencial, portanto, foi influenciada pelas necessidades desse sistema familiar. Espaços de interação social são essenciais na habitação coletiva, assim como estruturas que se adaptam às necessidades de mudança de cada família. A relação matizada entre cultura, tradições e arquitetura é maravilhosamente manifestada na sintaxe espacial da habitação indiana.
Como organizar uma cozinha com um bom projeto
Seja para grandes famílias, colegas de quarto ou casais aposentados, a cozinha é o coração de nossas casas. É onde passamos a maior parte do nosso tempo e, portanto, onde guardamos todas as nossas coisas. Além dos alimentos e utensílios de cozinha habituais, as cozinhas também são locais de armazenamento para utensílios domésticos essenciais, como produtos de limpeza, máquinas de lavar/secar roupa e a infame gaveta, onde colocamos de tudo um pouco.
É possível, no entanto, alcançar a plenitude organizacional na cozinha sem viver o estilo de vida de um minimalista extremo. Veja como projetar uma cozinha bem organizada e, mais importante, que permaneça assim.
Brasileiro desenvolve a primeira telha hidropônica do mundo em escala comercial
A vontade de simplificar e criar novas formas para levar mais verde às construções e cidades foi o que motivou o engenheiro agrônomo Sérgio Rocha a criar a Kaatop, uma telha hidropônica onde é possível cultivar diversas espécies de plantas. O lampejo para a criação da telha veio da atuação profissional no desenvolvimento de telhados verdes e jardins suspensos. Há mais de 10 anos trabalhando no ramo, o agrônomo percebeu como as técnicas e sistemas disponíveis no mercado eram difíceis de ganhar espaço nas obras.
NASA e AI Space Factory desenvolvem estrutura lunar impressa em 3D
A NASA e a AI Space Factory desenvolveram o LINA (Lunar Infrastructure Asset), um posto avançado impresso em 3D in situ para proteger os astronautas em suas missões críticas na Lua. O projeto faz parte da Relevant Environment Additive Construction Technology (REACT), uma colaboração de vários anos para desenvolver tecnologias para construções na superfície lunar dentro do prazo da Missão Artemis: o retorno da humanidade à Lua. O LINA é um passo para expandir a civilização ao satélite natural da Terra e explorá-lo de forma sustentável, minimizando o impacto humano.
Frida Escobedo é a única arquiteta na lista da TIME dos 100 líderes emergentes de 2022
A cada ano, a TIME publica a TIME100 Next, uma lista, inspirada em sua conhecida TIME100, que busca reconhecer 100 pessoas de todas as indústrias do mundo cujas carreiras estão em ascensão. Como resultado, a lista de 2022 da TIME100 Next apresenta desde músicos e profissionais médicos, a funcionários do governo, líderes de movimentos e denunciantes de alto nível ao lado dos principais diretores executivos, todos selecionados pelos jornalistas da revista. Entretanto, na lista deste ano figura a única profissional representante da classe: a arquiteta mexicana Frida Escobedo.
Casa NFT traz questionamentos sobre a função da arquitetura no metaverso
O MetaMundo lançou seu segundo NFT tridimensional, uma casa ao lado do oceano, completa com uma galeria NFT, pavilhões de meditação e áreas de entretenimento. A estrutura foi projetada pelo arquiteto americano e criativo híbrido Luis Fernandez para se tornar um espaço imersivo para fazer reuniões, brincar e relaxar. Através deste projeto, o arquiteto pretende explorar a mudança de paradigma da construção no metaverso. À medida que as leis da física se tornam irrelevantes e os materiais são reduzidos a imagens de superfícies, ele se pergunta o que a arquitetura significará para o metaverso, como vamos experimentá-la e como vamos usá-la?
Jeanne Gang vence o Prêmio ULI 2022 de Visionários em Desenvolvimento Urbano
A fundadora do Studio Gang, Jeanne Gang, é a vencedora do Prêmio ULI 2022 para Visionários em Desenvolvimento Urbano, honraria mais respeitada na comunidade relacionada aos estudos de uso da terra e desenvolvimento urbano. De museus e arranha-céus, incluindo o Museu de Belas Artes do Arkansas e a St. Regis Tower em Chicago, Gang demonstrou seu trabalho na criação e implementação de melhores práticas de reutilização sustentável, biodiversidade ecológica e equidade social. Gang, a primeira arquiteta mulher a receber o prêmio, junta-se à lista de laureados do ULI junto com Alejandro Aravena, Richard Rogers e Vincent Scully.