A arquitetura em seu sentido mais amplo se preocupa com a criação de estruturas que são permanentes, cimentando-se no contexto cultural e histórico maior de sua humanidade, porém, onde inserimos a criação de estruturas projetadas com a intenção de serem desmontadas. Qual o significado e valor podem ter estas estruturas, sabendo que nunca foram projetadas para durar, mas para simplesmente ocupar o espaço por um momento?
A quase sete quilômetros do verde do Parque Uhuru, no centro de Nairóbi, fica o assentamento informal de Kibera. É uma área cujo caráter urbano é composto por telhados de ferro ondulados, paredes de taipa e uma complicada rede de postes de energia. Kibera, neste momento, é um lugar bem conhecido. Muito já foi escrito e pesquisado sobre essa “cidade dentro de uma cidade”, desde suas questões de infraestrutura até sua navegação na pandemia do COVID-19.
As cidades litorâneas sempre foram um ponto de atração para moradores, turistas e empresas. Além das características estéticas, a proximidade com o mar tornou estas cidades um foco de transporte marítimo com a construção de portos, bem como polos de atividades recreativas e aquícolas. No entanto, nas últimas décadas, essas regiões têm sido ameaçadas pelo aumento dos níveis de água, inundações e ciclones recorrentes, juntamente com outros desastres naturais que puseram em perigo suas comunidades, colocando sua população, ecossistema e ambiente construído em risco.
Seguindo o ambicioso projeto de promover ainda mais institutos culturais no país, a Xeica Al Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al Thani, diretora da Qatar Museums anunciou que os escritórios OMA, Herzog & de Meuron, e ELEMENTAL irão projetar três novos museus em Doha que abordam os temas da arte islâmica, arte contemporânea, e evolução da indústria automobilística, respectivamente.
A escolha de Kéré não é apenas simbólica em um momento de demandas identitárias, onde as instituições que compõem o mainstream enfim começam a representar mais fielmente as realidades sociais, culturais e sexuais que compõem nossas sociedades, mas também confirma a abordagem mais recente do júri do Prêmio Pritzker.
Paredes de argila têm uma alta inércia térmica. Isso significa que funcionam como um amortecedor do clima, criando um atraso térmico no fluxo de calor do exterior para o interior, absorvendo o calor durante o dia e liberando-o durante a noite. O material é especialmente adequado para climas quentes e secos, como o de Gando, onde Francis Kéré construiu sua primeira escola. Após anos estudando no exterior, Kéré retornou à sua comunidade natal com o intuito de construir um espaço para que as crianças pudessem estudar e a adoção dos mesmos materiais historicamente utilizados ali causou estranhamento, como ele contou nesta palestra. Foi a junção dos materiais e técnicas locais com o conhecimento adquirido o que deu força ao projeto.
https://www.archdaily.com.br/br/978920/como-francis-kere-usa-os-materiais-para-responder-as-condicoes-climaticas-locaisValeria Montjoy and Eduardo Souza
A pegada de carbono e emissões de CO2 são assuntos importantes em nossas conversas sobre como criar um futuro mais sustentável. Ao longo do tempo, diferentes empresas, organizações e indivíduos prometeram alterara seus estilos de vida e hábitos para realizar mudanças que mostrem que eles são dedicados a combater as mudanças climáticas. Especialmente no setor de design, no qual edifícios geram quase 40% das emissões anuais de CO2 entre operações diárias e construção/demolição, os arquitetos há muito tempo sentem a pressão de explorar novas maneiras e provar que estão fazendo sua parte.
Quando examinamos diferentes escalas de emissões, uma pergunta normalmente vem à tona: como podemos medir diferentes níveis de impacto? É nossa responsabilidade individual reciclar e nunca mais usar canudos de plástico? Será que isso tem um grande impacto? Será que mais fabricantes de carros precisam encontrar alternativas para automóveis abastecidos por gasolina? Será que os arquitetos precisam apenas encontrar materiais sustentáveis? Quais são medidas factíveis que provocam um impacto verdadeiro?
Conheça o vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura, Francis Kéré, em uma entrevista ao Louisiana Channel em que ele conta sobre sua visão de arquitetura. Como a nota oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura diz "por meio de edifícios que demonstram beleza, modéstia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Keré assume graciosamente a missão deste prêmio", de maneira contínua "empoderando e transformando comunidade através do processo da arquitetura".
Diébédo Francis Kéré fundou seu escritório, Kéré Architecture, em Berlim, Alemanha, em 2005, após o início de uma trajetória defendendo a construção de uma arquitetura educacional de qualidade em seu país de origem, Burkina Faso. Desprovido de salas de aula e condições de aprendizagem adequadas quando criança, e enfrentando a realidade da maioria dos jovens estudantes do país, seus primeiros trabalhos foram o resultado da busca por soluções tangíveis para os problemas que a comunidade enfrentava.
“Através de edifícios que demonstram beleza, modéstia, ousadia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Kéré defende graciosamente a missão deste Prêmio”, diz o comunicado oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura. Anunciado hoje por Tom Pritzker, presidente da The Hyatt Foundation, Francis Kéré é o 51º vencedor do prêmio criado em 1979, sucedendo Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal. Elogiado por ir além dos limites do campo disciplinar, o arquiteto atua simunltaneamente em Burkina Faso e na Alemanha.
Como parte de nossa tradição anual, perguntamos aos nossos leitores quem deveria ganhar o Prêmio Pritzker 2022, a premiação mais importante no campo da arquitetura.
Poucos eventos culturais unem o mundo todo como as Olimpíadas. Hoje, atletas de todo o mundo continuam participando de diversas competições após a pandemia de Covid-19. Os Jogos Olímpicos são considerados a principal competição esportiva do mundo, com mais de 200 nações participantes. Devido a isso, coloca-se em pauta o papel da arquitetura e do design no desenvolvimento urbano das cidades-sede após os jogos.
O Prêmio Mies Crown Hall Americas anunciou a lista completa de jurados para sua quarta edição, presidida por Sandra Barclay da Barclay and Crousse Architecture. Também anunciou as 200 obras construídas na América do Norte e do Sul indicadas para o MCHAP 2022 e os 50 projetos indicados para o MCHAP.emerge 2022.
Poucas religiões têm tanta história e simbolismo quanto o judaísmo. Como a religião monoteísta mais antiga do mundo, remonta a cerca de quatro mil anos. No judaísmo, a arquitetura e as casas de culto servem como locais não apenas para serviços litúrgicos, mas também para reuniões e estudos. Hoje, os arquitetos estão repensando o projeto de sinagogas e espaços de encontro comunitário para celebrar o judaísmo, a reflexão e a comunidade.
Kowloon Walled City, Hong Kong. Image Courtesy of 'City of Darkness Revisited’
As cidades estão crescendo, e crescendo para cima. Isso está longe de ser um fenômeno contemporâneo apenas, claro, e por mais de um século, os arranha-céus têm sido uma parte integral dos cenários urbanos por todo o mundo. Esse crescimento urbano engloba uma rede complexa de processos – avanços em conexões de transporte, urbanização e migração, para mencionar alguns deles. O crescimento, no entanto, é muito frequentemente associado a um fracasso governamental em atender todas as demandas da população urbana. Assentamentos informais são nascidos disso: pessoas encontrando seu espaço por si próprias para viver em meio à falta de apoio do Estado.
A luz serve a um propósito essencial na arquitetura: nos ajudar a ver. Seja através de métodos naturais ou artificiais, os ambientes devem ser iluminados adequadamente para que os ocupantes possam habitá-los com segurança e cumprir suas funções diárias. Quando o sistema certo é selecionado, a iluminação também pode contribuir para a eficiência energética e sustentabilidade no edifício como um todo. No entanto, para além do seu evidente valor funcional e ambiental, o projeto de iluminação pode ter um grande impacto no conforto visual e na atmosfera dos interiores, chamando a atenção para as texturas, realçando as cores e definindo os volumes. Portanto, das muitas peças envolvidas no design de interiores, a iluminação é certamente aquela que pode melhorar ou destruir um espaço e até afetar o bem-estar dos usuários, razão pela qual deve ser considerada um elemento crucial do design por si só.