Muitas vezes, ao morar no Japão, seja ocupando uma casa compartilhada ou alugando seu próprio apartamento, você terá uma quantidade limitada de espaço. Isso decorre principalmente da escassez de terrenos no país: 73% das terras disponíveis são montanhosas e outra grande porcentagem das terras planas é usada para agricultura. Além disso, há também a questão da superlotação nas áreas urbanas. Devido a esses fatores, o preço da terra é muito elevado, obrigando a maioria das pessoas a viverem em residências pequenas.
Cabin on the Border / SO? Architecture&Ideas. Image Cortesía de SO?
Cidades densas, casas pequenas. Com cada vez mais frequência, nos vemos obrigados a nos adaptar a espaços que simplesmente não comportam certos objetos e elementos do cotidiano. Como arquitetos, estas restrições são oportunidades e nos relembram que nosso objetivo é oferecer soluções precisas a demandas específicas, e que o projeto com área e orçamento ilimitados é algo virtualmente inexistente.
Qual é, então, a chave para acomodar tudo o que precisamos para viver? Revisemos algumas operações efetivas para armazenar em espaços mínimos.
Em praticamente todas as cidades do mundo, sempre encontraremos algum tipo de espaço residual: terrenos vazios, áreas abandonadas, lacunas deixadas entre uma obra e outra, espaços em branco, sem uso. Nestas circunstancias, uma série de lotes urbanos acabam se tornando inadequados ou inaptos à construção de tipologias convencionais. Entretanto, estas mesmas limitações podem se tornar um terreno fértil para a nossa imaginação. Ressignificar um espaço esquecido, uma esquina desocupada, becos sem saída ou terrenos de formatos estranhos pode nos abrir uma nova frente de trabalho, criando novas oportunidades para o desenvolvimento urbano como um todo. Seja ampliando os espaços existentes de moradia ou acrescentando novas atividades e programas em áreas densamente povoadas, ocupar terrenos residuais pode ser uma valiosa contribuição para a ativação do espaço urbano.