Muitas vezes, ao morar no Japão, seja ocupando uma casa compartilhada ou alugando seu próprio apartamento, você terá uma quantidade limitada de espaço. Isso decorre principalmente da escassez de terrenos no país: 73% das terras disponíveis são montanhosas e outra grande porcentagem das terras planas é usada para agricultura. Além disso, há também a questão da superlotação nas áreas urbanas. Devido a esses fatores, o preço da terra é muito elevado, obrigando a maioria das pessoas a viverem em residências pequenas.
O mês de abril normalmente marca novos começos no Japão, dando as boas-vindas ao início do ano financeiro e acadêmico, além de ser um momento em que os novos graduados começam a trabalhar. Nesse período muitos estão procurando se mudar como pré-requisito para um novo começo. Para tanto, mostraremos a seguir alguns pequenos espaços de convivência no Japão e como esses ambientes foram bem-sucedidos na otimização dos espaços, sem comprometer o conforto.
A Casa Compacta em Kuramae por Kawakubo Tomoyasu Architects & Associates, localizada na cidade de Taito, está voltada para a rua estreita do centro de Kuramae, cercada por muitas comunidades. A casa estimula a troca local pela extensão da rua, já que o primeiro andar está ligado à ela.
O desenho da habitação permite que os moradores se movimentem eficientemente nas escadas entre os espaços comuns e nos quartos privados situados nos diferentes andares, garantindo a privacidade. A escada funciona como um poço de luz permitindo a entrada de iluminação natural a partir das janelas dos andares superiores. Para maximizar a área útil, as estruturas de aço e os materiais de acabamento são finos e leves.
A Pequena Casa por Takuro Yamamoto Architects, localizada em Tóquio, é um exemplo lúcido de uma micro residência urbana equipada com grande espaço externo. A casa está ligada a um grande terraço, pois o cliente solicitou um local para praticar ioga livremente sob o sol, por isso, conectar o terraço à sala e ao quarto com grandes janelas foi a forma ideal de oferecer ar fresco e luz natural aos ambientes internos.
A casa cria espaços internos confortáveis, conectando-os à extensão ilimitada do ambiente externo. A maneira mais eficaz de alcançar a amplitude real da moradia urbana em áreas de alta densidade é incorporar espaços externos ao projeto, em vez de tentar aumentar os espaços internos.
A Casa em Nada por FujiwaraMuro Architects está localizada em um pequeno terreno medindo 36,95 m², em uma área residencial no centro da cidade. Os pisos ripados do primeiro ao terceiro andar dialogam com as mesas, escada e claraboias, permitindo que a luz do sol penetre até o fundo da casa. As lacunas e buracos tridimensionais no campo visual agem para eliminar qualquer sensação de estreiteza espacial bidimensional, aumentando o conforto dentro da casa.
A Small House por UNEMORI ARCHITECTS está localizada em Meguro, uma área densamente povoada em Tóquio. O interior é uma estrutura simples separada por quatro placas de piso em madeira unidas por uma escada em espiral. O espaço ao redor da casa serve para trazer luz e ventilação. As paredes da sala fazem fronteira com o exterior, por isso as janelas foram estrategicamente posicionadas a fim de harmonizar com o ambiente, com cada vista mudando drasticamente e ampliando a imagem da casa.
Embora a ideia de morar em espaços minúsculos possa inicialmente parecer esmagadora e induzir a sensação de claustrofobia, esses projetos mostraram a importância de uma generosa entrada de luz natural e ventilação para aumentar cada um dos espaços residenciais. Ao viver em ambiente limitado, você eventualmente se adapta e aprende o que deve ser valorizado. Seja buscando um estilo de vida minimalista ou um modo de vida economicamente sustentável, com um pouco de engenhosidade, qualquer pessoa pode fazer um pequeno espaço parecer um lar.