O papel da arquitetura em um centro de acolhimento para crianças ultrapassa a simples construção de um espaço físico; trata-se de conceber refúgios que promovam cura, proteção e oportunidades de desenvolvimento. Em meio a vulnerabilidade de seus pequenos usuários, o ambiente arquitetônico torna-se um elemento crucial para sua recuperação emocional. Cada detalhe do espaço – desde a iluminação natural até a disposição dos ambientes – contribui para criar uma atmosfera de segurança e acolhimento, favorecendo não apenas o bem-estar físico, mas também o fortalecimento psicológico e social das crianças.
Abrigo para moradores de rua: O mais recente de arquitetura e notícia
O que é um oásis urbano? Na luta contra o calor excessivo das cidades
Estamos prestes a terminar o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. Nos últimos dias, as altas temperaturas têm influenciado negativamente o cotidiano de uma grande porção da população, principalmente aquela que passa a maior parte do dia nas ruas, longe dos espaços climatizados. O excesso de calor tem distintas fontes, entre as naturais e as catalisadas pelo homem, e com um futuro nada promissor em relação a este tema, é necessário buscar por medidas de forma estrutural para combater o modo como ele pode agravar a saúde da população.
Arquitetura exclusiva: como as intervenções em espaços públicos ignoram os moradores de rua
A responsabilidade social e o desejo de melhorar a sociedade há muito são influenciados pelo ambiente construído. Olhando para os centros das cidades, a arquitetura tem contribuído para a melhoria do tecido urbano, seja através de estratégias de planejamento e zoneamento, integração de espaços públicos ou pequenas intervenções. Em alguns casos, no entanto, essas intervenções são de fato usadas como ferramentas para manter os sem-teto fora das ruas, disfarçadas de arte ou projetos conceituais. Várias políticas públicas urbanas proibiram implicitamente os moradores de rua e outros grupos sociais marginalizados nos centros das cidades, alegando que sua presença e uso "irregular" do espaço público poderiam comprometer a reputação, a segurança e a conveniência na cidade.
Complexo habitacional para pessoas em situação de rua é construído com contêineres em Los Angeles
O Hilda L. Solis Care First Village (HSCFV) acaba de ser inaugurado no centro da cidade de Los Angeles. Batizado em homenagem a supervisora do condado que idealizou o projeto, o Hilda L. Solis Village é uma infraestrutura pública concebida para proporcionar moradia e cuidados com a saúde física e mental de pessoas em situação de rua que vivem no condado de Los Angeles.
Lehrer Architects projeta micro-moradias para pessoas em situação de rua em Los Angeles
A Lehrer Architects converteu uma série de terrenos baldios de Los Angeles em espaços para micro-moradias voltadas a acolher pessoas em situação de rua—um modelo experimental concebido para combater a falta de moradia na cidade. Trabalhando em parceira com o Departamento de Obras e Engenharia da cidade de Los Angeles, a Lehrer Architects desenvolveu um projeto bastante simples porém eficiente. Casas construídas com estruturas de paletes reutilizados foram pintadas em cores vibrantes para promover o sentido de comunidade e restaurar a dignidade da população em situação de rua através da arquitetura.
Proposta de Morris + Company reaproveita Estação de metrô de Londres como albergue para sem-tetos
Morris + Company divulgou imagens de sua proposta vencedora do concurso que abordava a crise dos sem-teto em Londres. A proposta M+C, produzida para o New Horizon Youth Center e para o prefeito de Londres, reaproveita a estação de metrô abandonada York Road como um albergue e espaço de co-working.
Intitulado “Stepping Stones”, o projeto procura fornecer “uma estratégia de terreno inclusiva, viável e holística que possa apoiar uma comunidade gerenciada e equilibrada, oferecendo aos jovens moradores de rua uma solução discreta para habitação de longo prazo. "
Arquiteturas para sem-teto: quais abordagens temos visto?
Na última pesquisa global realizada pelas Nações Unidas em 2005, havia cerca de 100 milhões de pessoas que estavam desabrigadas em todo o mundo e 1,6 bilhões que viviam em moradias inadequadas. Este número aumentou nos últimos anos; moradia inacessível tornou-se uma regra global, tornando cada vez mais difícil para os desfavorecidos procurarem abrigos permanentes, ou mesmo temporários.
À medida que a moradia se torna um meio de acumular riqueza em vez de cumprir sua meta fundamental de abrigo, arquitetos bem-intencionados tentam resolver a crise dos sem-teto por meio de ideias criativas e projetos inovadores. Mas a arquitetura é realmente a solução?
Cápsulas construídas com impressão 3D podem abrigar moradores de rua em Nova Iorque
A carência de abrigos para pessoas em situação de rua é uma realidade em praticamente todas as grandes metrópoles do mundo. A cidade de Nova Iorque, ao contrário do que parece, vive uma situação alarmante, o número de desabrigados bateu recordes desde a Grande Depressão da década de 1930. As mais de 60 mil vagas em abrigos municipais são completamente ocupadas todos as noites, mas há ainda um grande número de pessoas que são obrigadas a encontrar um lugar para dormir na rua, no metrô ou em outros espaços públicos. O progressivo aumento dos aluguéis é resultado direto da especulação imobiliária sem controle, a qual é responsável também por criar uma demanda desvairada pelos poucos terrenos disponíveis na cidade; Embora não haja uma real demanda social, apartamentos de luxo representam a maioria das novas construções na cidade de Nova Iorque, enquanto que a produção de moradias populares, tão desesperadamente necessária, é deixada de lado. Como resultado disso, milhares de pessoas são forçadas a viver nas ruas ou amontoar-se nas escassas instituições de caridade que trabalham arduamente todos os dias para poder abrigar a todos.
Como a "arquitetura defensiva" está criando cidades inabitáveis
Para muitos, as duras transformações ocorridas na cidade moderna não são aparentes. Vemos bancos e pontos de ônibus que se disfarçam de abrigo, mas o mergulho repentino do escritor Alex Andreou, do The Guardian, na vida de rua abriu seus olhos para a hostil realidade dessas e outras estruturas. Em Anti-Homeless spikes: 'Sleeping rough opened my eyes to the city's barbed cruelty, o autor lança luz sobre algumas concepções erradas a respeito da vida de rua e explica a infeliz tendência de projetar arquiteturas inabitáveis para impedir seu uso por sem-tetos.