A Holanda é o segundo maior exportador mundial de produtos agrícolas. Isso é notável quando se considera que o único país que a ultrapassa são os Estados Unidos, 237 vezes maior em área terrestre. No entanto, a Holanda exportou quase US $ 100 bilhões em produtos agrícolas apenas em 2017, bem como US $ 10 bilhões em produtos relacionados com a agricultura. O segredo do sucesso da Holanda está no uso da inovação arquitetônica para reimaginar como uma paisagem agrícola pode ser.
Mais de 36 toneladas de vegetais orgânicos são cultivados em plantações que ficam nos topos de edifícios de Nova Iorque, todos os anos. Mais do que alimentar as pessoas, os tetos verdes também impedem que muitos poluentes cheguem aos rios da cidade.
Horta comunitária em Curitiba. Imagem via Prefeitura de Curitiba
A agricultura urbana vem sendo vista por algumas organizações e comunidades como uma alternativa sustentável que além de dar uso a porções de terra desocupadas, promove o engajamento social e reduz a distância da semente ao prato, já que os alimentos são produzidos na própria cidade, muitas vezes no próprio bairro ou quadra onde vive o consumidor. No Brasil, Curitiba apresenta um exemplo interessante, em que um terreno vacante de 300 metros quadrados, onde por quatro décadas se amontoou lixo, foi convertido em uma horta urbana em pouco mais de dez meses.
A produção de alimentos depende diretamente das abelhas, e seu desaparecimento deve gerar efeitos catastróficos à humanidade. Por toda internet circulam textos alarmantes de como esses pequenos insetos estão morrendo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas. Por exemplo, um morango suculento e bem formado só é possível se dezenas de abelhas passem pela flor na época certa e o polinizem. Sem elas, ele pareceria mais como uma uva passa.
A dupla de arquitetos de Dubai, Islam El Mashtooly e Mouaz Abouzaid, em parceira com Steven Velegrinis, Drew Gilbert e Abdelrahman Magdy, está apresentando “LifeLines”, um projeto de desenvolvimento urbano sustentável para a cidade de Cairo, no Egito. A equipe internacional de arquitetos, pensando o futuro da cidade egípcia, defende a ideia de reaproximar a cidade com seu passado através do resgate de uma série de infraestruturas históricas, como um aqueduto que atravessa o centro da cidade. A água seria o principal elemento catalizador do desenvolvimento urbano, econômico e social e sustentável da capital.
Tom Dixon e a gigante IKEA desenvolveram um experimento em agricultura urbana a ser exibida no Chelsea Flower Show em Londres. Intitulado Gardening Will Save The World , o projeto explora o contraste do natural com o high-tech, oferecendo ideias alternativas e formas mais sustentáveis para o cultivo de alimentos.
https://www.archdaily.com.br/br/917148/ikea-e-tom-dixon-exploram-solucoes-sustentaveis-e-acessiveis-para-a-agricultura-urbanaNiall Patrick Walsh
À medida que os habitantes urbanos se conscientizam mais dos impactos ambientais da produção e transporte dos alimentos, além da origem e a segurança do que consomem, a agricultura urbana está fadada a crescer e atrair os olhos públicos e políticos. Trazer a produção de alimentos para mais perto é, além de sustentável, pedagógico. No entanto, geralmente com dimensões reduzidas e outras restrições, as preocupações do cultivo de alimentos em cidades difere um pouco da agricultura tradicional.
Hortas urbanas podem ocupar uma infinidade de locais e ter escalas variadas - peitoris de janelas e varandas, lajes e terrenos baldios, pátios de escolas, parques públicos e até em locais improváveis, como em túneis de metrô. Também podem ser comunitárias ou individuais. Seja qual for o caso, é importante considerar algumas variáveis:
O MVRDV inovou em um mercado atacadista de frutas e vegetais em Tainan, Taiwan. Definido por um telhado verde acessível e com terraços, o mercado ao ar livre servirá como um importante centro na cadeia de fornecimento de Taiwan e um destino para reuniões, socialização e observação da paisagem circundante.
Chamado de “Mercado de Frutas e Vegetais de Tainan Xinhua”, o projeto do MVRDV transforma um aspecto muitas vezes prosaico da indústria de alimentos em uma experiência pública com os alimentos e a natureza. Localizado em uma posição estratégica entre a cidade e as montanhas, com boas conexões com transportes públicos, o edifício fica em um ponto conveniente para os comerciantes, compradores e visitantes.
https://www.archdaily.com.br/br/912898/edificio-paisagem-mercado-de-alimentos-do-mvrdv-comeca-a-ser-construido-em-taiwanNiall Patrick Walsh
O Studio NAB divulgou detalhes de seu projeto intitulado Superfarm, uma estrutura vertical de seis pavimentos dedicada à agricultura urbana que “concentra sua produção na cultura de alimentos com alto valor nutricional”. O projeto é voltado a culturas de alta produtividade, como modo de revigorar economias locais.
O projeto é uma resposta às projeções de que até 2050, 80% da população mundial viverá em centros urbanos, exigindo uma área de terra agrícola 20% maior do o tamanho do território brasileiro. Ao deslocar os sistemas agrícolas para dentro de casa, a Superfarm representa uma “transição ecológica” resiliente, sensível ao ser humano e tecnologicamente avançada.
Este é o momento no qual nos projetamos ao futuro para definir as metas e focos de nossa carreira ao longo do ano que começa. Com o objetivo de ajudar os arquitetos que consultam o ArchDaily diariamente, realizamos a seguinte lista com as ideias que mais ecoaram durante 2018 e que, portanto, serão os temas que devem seguir desenvolvendo-se durante 2019.
Apenas no ano passado, mais de 130 milhões de usuários descobriram no ArchDaily novas referências, materiais e ferramentas que permitem aprimorar o desenvolvimento da arquitetura e melhorar a qualidade de vida de nossas cidades e entornos construídos. Quando nossos usuários começam a coincidir em suas buscas de informação ou demonstram maior interesse por um tema em relação a outros, estes tópicos passam a ser uma tendência.
https://www.archdaily.com.br/br/910567/as-tendencias-da-arquitetura-em-2019Pola Mora
Em seu mais recente projeto de arquitetura, a Vincent Callebaut Architectures desenvolveu uma espécie de utopia ecológica, um edifício de 8.225 metros quadrados destinado a abrigar a sede da Soprema na cidade de Estrasburgo, na França. O edifício, chamado de Semaphore, é descrito pelos arquitetos como um “amplo espaço verde e flexível para o trabalho em equipe”, voltado especialmente ao bem-estar dos funcionários e à agricultura urbana.
Através de sua arquitetura eco-futurista, os arquitetos buscaram inspiração na biomimética com o principal objetivo de transformar o edifício do Semaphore em um ícone da arquitetura eco-futurista, além de servir como uma vitrine para a empresa e toda a sua linha de produtos de isolamento, impermeabilização e tecnologias voltadas à sustentabilidade na construção civil. O projeto desenvolvido pela equipe de Vincent Callebaut será um protótipo ecológico da cidade verde do futuro a medida que busca encontrar o equilíbrio perfeito entre o homem e a natureza.
A IKEA em colaboração com Tom Dixon firmaram uma frutífera parceria para repensar o futuro da agricultura urbana, “transformando nossas casas em fazendas do século XXI”. Em sua participação conjunta no próximo Chelsea Flower Show, a feira de paisagismo mais popular do Reino Unido, a equipe compartilhará com a comunidade internacional soluções inovadoras que poderão ser utilizadas para cultivar plantas e vegetais em sua casa e jardim”.
O conceito que aproximou Tom Dixon da IKEA é a ideia de celebrar o cultivo de alimentos como um elemento fundamental da vida cotidiana, algo que poderá inspirar um estilo de vida mais saudável e sustentável. Considerando a economia de recursos que esta atividade poderá ocasionar, reduzindo o gasto com combustível para transporte de alimentos, o desperdício de água e alimentos em si, a equipe fará uso dos princípios de design democrático da IKEA para “promover a agricultura e o consumo sustentável e acessível em nossas casas e comunidades urbanas”.
https://www.archdaily.com.br/br/907040/ikea-e-tom-dixon-firmam-parceria-para-desenvolver-produtos-voltados-a-agricultura-urbanaNiall Patrick Walsh
O Ministério do Meio Ambiente lançou um guia online sobre agricultura urbana. Trata-se de uma cartilha que reúne técnicas, indicações de leitura, mapeamento de iniciativas e outras informações sobre hortas urbanas.
O objetivo do guia é estimular novas ações e valorizar as existentes, inclusive por meio de um mapa interativo que apresenta iniciativas inspiradoras de preservação, recuperação e produção de alimentos nas cidades.
A empresa dinamarquesa Henning Larsen divulgou imagens de seu desenvolvimento urbano em Key West, vencedor de concurso, buscando revitalizar uma área socioeconomicamente desafiadora da capital belga, Bruxelas. Desenvolvido em colaboração com a A2RC Architects, o masterplan visa equilibrar a vida urbana e recreativa ao longo da Zona do Canal de Bruxelas através de uma combinação de habitação, escolas, agricultura urbana e um mercado municipal.
Como muitas cidades européias, Bruxelas está caminhando para uma economia pós-industrial, dando novas oportunidades a antigas áreas industriais como a Zona do Canal. O redesenvolvimento de Henning Larsen procura remodelar a área como um centro urbano, ligando as áreas urbanas a oeste do canal ao centro de Bruxelas.
https://www.archdaily.com.br/br/892084/henning-larsen-resgata-canais-e-propoe-coberturas-ajardinadas-em-concurso-para-bairro-de-bruxelasNiall Patrick Walsh
O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, recebeu nesta semana os responsáveis pela horta cultivada no bairro Cristo Rei e pelas bananeiras plantadas no bairro Hugo Lange. Os responsáveis haviam sido denunciados por moradores da cidade por cultivar em espaços públicos. Na reunião, o prefeito anunciou que vai criar nova regulamentação, que estimule a agricultura urbana e solucione casos similares, evitando conflitos como os que ocorreram com os três.
O projeto prevê a formação de jovens e mulheres em técnicas de plantio no vaso. Foto: Divulgação. Image via CicloVivo
Com a missão de estimular a produção sustentável de hortaliças e promover a alimentação saudável, o Instituto STOP Hunger, mantido pelo Grupo Sodexo, lançou na última semana o projeto Horta na Laje, sediado na União dos Moradores da Comunidade de Paraisópolis.
Com o apoio da Associação das Mulheres de Paraisópolis, do Instituto Escola do Povo e da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, o projeto prevê a formação de jovens e mulheres em técnicas de plantio no vaso, para que possam desenvolvê-las em suas casas, com o objetivo de garantir a autonomia, do empoderamento e da autorrealização e do estímulo à participação ativa na comunidade.
David Holmgren e Bill Mollison, ecologistas australianos, cunharam pela primeira vez o termo permacultura no ano de 1978, que engloba métodos holísticos para planejar, atualizar e manter sistemas ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis. Para Mollison, "A permacultura é uma filosofia de trabalhar com, e não contra a natureza; de observação prolongada e pensativa em vez de trabalho prolongado e impensado, e de olhar para plantas e animais em todas as suas funções, em vez de tratar qualquer área como um sistema único.” É nesse sentido que as espirais de ervas são um ótimo exercício para iniciar no entendimento de alguns dos preceitos da cultura, já que reúne diversas funções naturais em um único elemento, tornando-o mais produtivo e saudável. Além disso, é uma boa forma dos arquitetos aproximarem-se da construção na escala 1:1.