WE Architecture + Erik Juul foram premiados com uma comissão para transformar um terreno vago em Jagtvej 69, Copenhague, em um jardim urbano e estrutura de moradia que poderia fornecer acomodações temporárias para pessoas sem-teto, ajudando-os a transformarem suas vidas.
Os arquitetos descrevem o projeto como um lugar "onde habitações e jardins [criam] uma plataforma para o encontro entre os moradores e os sem-teto, e um caminho para um novo começo".
Com cerca de 24 milhões de habitantes para alimentar e um declínio na disponibilidade e qualidade de terras agrícolas, a megacidade chinesa de Xangai está decidida a concretizar o Distrito Agrícola Urbano Sunqiao, um masterplan de 100 hectares proposto pela Sasaki Associates, dos EUA. Situado entre o principal aeroporto internacional de Xangai e o centro da cidade, Sunqiao introduzirá a agricultura vertical em grande escala na cidade famosa por seus arranha-céus. Embora responda principalmente à crescente demanda agrícola na região, a visão de Sasaki vai mais longe, usando a agricultura urbana como um laboratório vivo e dinâmico para inovação, interação e educação.
Há alguns anos temos publicado artigos e notícias sobre o aumento das atividades ligadas à agricultura dentro dos centros urbanos. Agricultura urbana, como é chamada, vem sendo vista por algumas organizações e comunidades como uma alternativa sustentável que além de dar uso a porções de terra desocupadas, promove o engajamento social e reduz a distância da semente ao prato, já que os alimentos são produzidos na própria cidade, muitas vezes no próprio bairro ou quadra onde vive o consumidor.
Uma das 23 equipes selecionadas da Competição Reinventar Paris, Jacques Ferrier Architecture, Chartier Dalix Architectes e SLA Architects revelaram a proposta vencedora para a Ternes-Villers, nomeada "Cidades Estratificadas". Localizado no Boulevard Périphérique, a participação do concurso tem uma oportunidade única de transformar Paris em um lugar extremamente estratégico.
A Urban Farmers é uma iniciativa suíça que deve chegar em breve a São Paulo, depois do sucesso em seu país de origem. O objetivo do projeto é produzir alimentos no ambiente urbano sem nenhum tipo de agrotóxico e evitando desperdícios. A vinda da Urban Farmers ao Brasil aconteceu graças aos brasileiros Daniel Pacheco, Talita Marinho e Alexa Gaspar, que foram até a Suíça conhecer a ação e decidiram tentar trazê-la a um dos ambientes mais urbanizados da América Latina: São Paulo.
O grupo está acertando os últimos detalhes desse intercâmbio com o fundador e presidente da empresa, Roman Gaus, e busca terraços e coberturas de edifícios que comportem as instalações do projeto, e cujos proprietários tenham interesse em colaborar.
A agricultura urbana tem múltiplas potencialidades, tanto para a melhoria das cidades e da qualidade de vida de seus habitantes, quanto para a redução da demanda de recursos naturais sobre os ecossistemas das áreas não urbanizadas. Uma alternativa para tentar superar os impactos sociais, ambientais e de saúde e para a obtenção de bons alimentos, a agricultura urbana é tema de oito encontros que acontecem no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc no período de 14 de setembro a 3 de outubro.
No início de setembro, San Francisco implementou uma nova lei que visa tornar mais sustentáveis os terrenos desocupados que existem na cidade. A normativa propõe que os proprietários dos terrenos possam pagar menos impostos se permitirem que esses espaços sejam destinados à criação de hortas urbanas abertas à comunidade durante um período mínimo de cinco anos.
Dessa maneira, San Francisco torna-se a primeira cidade dos Estados Unidos a oferecer incentivos fiscais para promover a agricultura urbana. Assim, a ideia é que os terrenos desse tipo desenvolvam um uso produtivo que beneficie os moradores em vez de permanecer abandonados e fechados até que seus donos decidam o que fazer.
O concurso #006 Projetar.org propôs aos estudantes projetarem uma fazenda vertical na Av. Paulista, centro pulsante de São Paulo, gerando uma edificação que proporcionasse uma alternativa para o atual sistema de consumo de alimentos, além de criar um elemento arquitetônico condizente com o terreno onde está inserido (considerando que a Avenida Paulista possui diversos ícones da arquitetura modernista paulista).
Apresentamos a seguir o projeto “The Looper”, desenvolvido pelo escritório RTKL, que dá um passo adiante nas práticas da arquitetura urbana com a proposta de uma estufa flutuante capaz de descontaminar rios e lagos.
Em outubro de 2013 a equipe do RTKL apresentou o The Looper no concurso snoLEAF BIG! Green Greenhouse que buscava novas propostas para o cultivo de alimentos orgânicos nas cidades que cumprissem com as normas estabelecidas pelo The Living Building Challenge - que tem como princípio de certificação a premissa de que o edifício ajude a restaurar o entorno natural de onde está construído.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o processo de urbanização nas cidades da América Latina e Caribe está “praticamente concluído”.
Por essa razão, considera necessário que as cidades sejam sustentáveis e que contem com espaços públicos que promovam a inclusão social, algo que se espera atingir através da agricultura urbana e periurbana, prática promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO).
Em Tóquio, foram inaugurados cinco pomares construídos nas coberturas de edifícios, mas não qualquer edifício, mas nas estações de trem. Este caso se soma aos exemplos que ajudariam a reutilizar os espaços vazios através do cultivo e criar novos espaços verdes abertos para as pessoas nas cidades.
Saiba como é possível ocupar estas hortas, a seguir.
Com o aumento do número de pessoas migrando para as cidades, aumenta também a preocupação quanto ao futuro da agricultura. Protótipos de fazendas verticaisurbanas têm sido desenvolvidos e, considerando-se as projeções de crescimento urbano, estas fazendas provavelmente farão parte de nosso futuro.
Nos escritórios Pasona, o futuro já chegou. Esta agência de empregos de Tóquio dedicou 20% de sua área para o cultivo de vegetais, tornando-se a maior fazenda urbana do Japão.
https://www.archdaily.com.br/br/01-150160/em-toquio-um-escritorio-se-transforma-em-fazenda-verticalKatherine Allen
Farmscape é uma iniciativa que ajuda moradores, proprietários de restaurantes e instituições a projetar, construir e manter hortas de vegetais orgânicos em toda a cidade de Los Angeles. O objetivo é diminuir a pegada ecológica da cidade, melhorar o aspecto do ambiente urbano e aumentar o fornecimento de alimentos. A iniciativa também espera aumentar a credibilidade de ações relacionadas à agricultura urbana, demonstrando o quão produtivos são os lotes urbanos e o quão boa e saudável a comida produzida neles pode ser.
A rede Whole Foods fez uma parceria com o produtor orgânico local de Nova York, Gotham Greens, para construir a primeira estufa em escala comercial ligada a um supermercado no bairro do Brooklyn. A estufa de 1.860 metros quadrados, deverá abrir esta primavera e irá fornecer produtos cultivados localmente durante todo o ano para nove lojas Whole Foods de Nova York.
"Gotham Greens tem sido um valorizado fornecedor local com produtos de alta qualidade, saborosos e frescos, produzindo para Whole Foods Market desde o início de 2011. Este projeto de estufa é um novo passo, natural e extremamente emocionante, em nossa relação.", diz Christina Minardi, Presidente da parte regional nordeste da Whole Regional Foods. "Estamos particularmente entusiasmados com a parceria com uma organização local enraizada no Brooklyn e uma missão na mesma linha da nossa, já que ambos nos preocupamos profundamente com o fornecimento de alimentos locais, frescos e produzidos de forma sustentável."
Apesar de ser a maior metrópole do país e continuar se expandindo cada vez mais, a cidade de São Paulo tem desenvolvido práticas de agricultura urbana em praças e vazios existentes em seu tecido urbano.
Algumas semanas atrás, Michael Kimmelman do The New York Times abordou um problema comum à arquitetura e ao urbanismo. Diz-se assim: Era uma vez na década de 1990 a cidade de Medellín, na Colômbia, conhecida como "a capital mundial dos homicídios". Então, através dum planejamento urbano os bairros mais pobres foram conectados a cidade. Com esta medida, os índices de criminalidade despencaram e contra todas as probabilidades, a cidade se transformou.
"O morador urbano de hoje não sabe de onde vem ou como são produzidos os alimentos que consome ou como eles são distribuídos. Nós nos tornamos dependentes de grandes e poderosas corporações que trazem grandes quantidades de alimentos de fazendas industrializadas aos nossos supermercados. Mas todo o processo permanece oculto, é massivamente complexo e, em última análise, insustentável." Carolyn Steel, autora de Hungry City, em sua palestra TED."How Food Shapes Our Cities" (Como o alimento molda nossas cidades).
Em algumas partes do mundo, as pessoas estão lentamente começando a "revolução dos alimentos." A necessidade causada pela crise econômica ou a mudança de mentalidade das pessoas que procuram comer melhor para prevenir doenças quase epidêmicas, como a obesidade, têm impulsionado a ação das pessoas, tomando a situação em suas próprias mãos e se tornando apicultores urbanos ou "agricultores de telhado."
Na América Latina, apesar de seus muitos benefícios aparentes, esta questão ainda não é foco de debates cotidianos, mas timidamente vêm alcançando algumas famílias. Apesar da participação de grupos comunitários e da pressão política serem vitais para promover esses movimentos, também o poderia ser o projeto arquitetônico.
Veja, a seguir, alguns programas de agricultura urbana de sucesso na América Latina e uma série de propostas internacionais que podem nos dar idéias como a arquitetura pode apoiar essa revolução, se colocarmos o alimento no centro do projeto.