Cercado ao sul, leste e oeste pelo Oceano Atlântico, o estado da Flórida, nos Estados Unidos, possui um litoral de mais de dois mil quilômetros de extensão e é caracterizado pela grande presença de lagos, rios e poços em todo o seu território. Com booms de crescimento significativos ao longo do tempo, sobretudo no último século, o rápido desenvolvimento de bairros, comunidades e cidades no estado frequentemente incorporaram os recursos hídricos abundantes no território, nem sempre de forma bem sucedida.
Água: O mais recente de arquitetura e notícia
Planejamento urbano e corpos d'água: os assentamentos aquáticos na Flórida
Como as arquiteturas flutuantes não afundam?
O ambiente aquático sempre fascinou sonhadores e pesquisadores. Por volta de 1960, em meio à acirrada corrida espacial da Guerra Fria, o explorador francês Jacques Cousteau desenvolveu equipamentos para desvendar as profundezas do mar - como o Aqualung - que permaneciam tão ou mais inexploradas que o próprio espaço sideral. Ele chegou a afirmar que em 10 anos poderíamos ocupar o fundo do mar como “aquanautas” ou 'oceanautas”, onde seria possível passar períodos longos, extraindo recursos minerais e até cultivando alimentos. Sessenta anos depois o fundo do mar ainda é reservado a poucos, e a humanidade tem se preocupado mais com as enormes quantidades de plástico nos oceanos e o aumento do nível dos mares por conta do aquecimento global. Mas estar próximo de um corpo d’água continua fascinando grande parte das pessoas. Seja por interesse ou pela necessidade de ganhar espaço em cidades com riscos de inundação ou populosas demais, propostas utópicas e exemplos interessantes de arquiteturas flutuantes têm figurado no arquivo de projetos do ArchDaily. Mas quais as diferenças fundamentais entre construir casas em terra e casas na água e de que forma esses edifícios permanecem na superfície e não afundam?
Economia circular + gestão das águas = sistema cerâmico de drenagem urbana
O LIFE CERSUDS (da sigla em inglês Ceramic Sustainable Urban Drainage System) é um projeto financiado pela União Europeia através do programa LIFE, um instrumento legal criado para incentivar o desenvolvimento de soluções práticas para lidar com os desafios impostos pelas mudanças climáticas no continente. O CERSUDS é um sistema de drenagem urbana sustentável (SUDS) composto por componentes cerâmicos de baixo valor comercial, resultando em elementos de pavimentação urbana com alto índice de permeabilidade. O objetivo do sistema é ampliar a capacidade de absorção de água da chuva em centros urbanos.
O sistema foi utilizado por primeira no projeto piloto implantado no centro da pequena localidade de Benicàssim, na Espanha, pelos arquitetos Eduardo de Miguel e Enrique Fernández-Vivancos—professores da Cátedra Cerâmica de Valencia—em colaboração com a Escola Técnica Superior de Arquitetura da Universidade de Valencia.
Entre a água e a terra: 10 projetos de passeios e orlas marítimas e fluviais
O espaço que margeia um rio, lago, lagoa ou costa marítima representa uma zona de transição entre a água e a terra. Por isso, a conversão das margens dos corpos d’água em espaços públicos ativos e atrativos busca delinear um certo equilíbrio entre a rigidez do espaço construído e a fluidez da água.
Mapas apresentam rios e bacias hidrográficas do mundo todo em cores vibrantes
O analista GIS e cartógrafo húngaro Robert Szucs compartilhou conosco uma impressionante coleção de mapas que reúne todas as bacias hidrográficas do mundo, destacadas com cores vibrantes. Disponibilizadas no website de seu projeto Grasshopper Geography, as cartografias mostram o mapa mundi dos rios e cursos d'agua e, também, versões menores, com as bacias de alguns países e continentes.
Dicas para aproveitar a água da chuva nos projetos de arquitetura
A quantidade total de água em nosso planeta é, teoricamente, a mesma desde sua formação. É possível que aquele copo de água tomado mais cedo contenha partículas que já correram pelo Rio Ganges, algumas que passaram pelo sistema digestivo de um dinossauro e outras que resfriaram um reator nuclear. Claro, antes de matar a sua sede, ela evaporou e caiu como chuva milhões de vezes. A água pode ser poluída, desrespeitada, mal usada, mas nunca criada ou destruída. Segundo um estudo da UNESCO, estima-se que a Terra contenha cerca de 1386 milhões de quilômetros cúbicos de água. No entanto, 97,5% deste montante são águas salinas e apenas 2,5%, água doce. Desse tanto, a maior parte (68,7%) está na forma de gelo e neve permanente na Antártida, Ártico e em regiões montanhosas. Em seguida, 29,9% existem como águas subterrâneas. Apenas 0,26% da quantidade total de água doce da Terra está disponível nos lagos, reservatórios e bacias hidrográficas, mais facilmente acessíveis para as necessidades econômicas e vitais do mundo. Com o aumento populacional, sobretudo em áreas urbanas, diversos países já apresentam severos problemas a ofertar a quantidade de água potável a suas populações.
Gerar água a partir da umidade do ar para enfrentar a seca global
À medida que a crise climática continua se desenrolando, os profissionais de arquitetura, engenharia e design sustentável têm procurado incansavelmente novas maneiras de mitigar os efeitos negativos da produção industrial moderna. Um grupo desses inovadores, Zero Mass Water, contribuiu para esse esforço através da criação do 'primeiro e único hidro-painel do mundo' - um aparelho chamado SOURCE.
Cidade versus água: entenda como Veneza foi construída
Seja do ponto de vista do turista francês, da narrativa do filósofo Jean Paul Sartre, ou como ponto de partida das investidas desbravadoras de Marco Polo em suas Viagens, a cidade de Veneza faz parte de um imensurável repertório literário global, ocupando o lugar de objeto misterioso e belo que instiga qualquer um que se disponha a experienciá-la. Ela figura em livros de artes e história, quando o foco está nas grandes obras de arquitetura e artes visuais que a cidade carrega, ou quando há interesse nas divergentes e lendárias narrativas que dizem respeito à sua origem. Nos livros de ficção, a áurea calma de seus canais, as pequenas vielas, as cores e texturas de sua paisagem são plano de fundo para uma miríade de histórias imaginadas.
Usos inovadores da água na arquitetura
De piscinas cobertas, fontes externas tranquilas a cachoeiras e lagos de enormes proporções, a arquitetura historicamente envolveu a água de maneiras infinitamente inovadoras. Muitas vezes servindo a funções estéticas, mas também atuando como centros de atividade ou promovendo a sustentabilidade, os elementos aquáticos podem assumir inúmeras formas e servir a múltiplos propósitos. Abaixo, sintetizamos uma série de elementos de água adotados por projetos arquitetônicos contemporâneos inovadores, variando de residências unifamiliares a vastos complexos comerciais.
As veias do Brasil: arco-íris das bacias hidrográficas do território nacional
O impressionante mapa colorido como o arco-íris (acima) mostra o padrão de rede dos caminhos feitos por cada corpo hídrico brasileiro, registrados em todos os 27 Estados utilizando bases públicas de dados.
O maior conjunto identificado em azul é a Bacia do Rio Amazonas, na região norte do país. Representadas em outras cores, podemos ver as outras oito bacias que compõe a hidrografia brasileira, a partir das quais a Agência Nacional de Águas (ANA) entende a gestão e regulação dos recursos hídricos no Brasil, criando as bases para leis e demais regulações pertinente à todos.
Piscinas cobertas: Trazendo a tranquilidade da água para os espaços internos
Dentro da arquitetura, a água evoca sentimentos de calma e bem-estar. O elemento influenciou os projetos através de sua natureza dinâmica e fluida. Com os recentes avanços tecnológicos, os arquitetos criaram algumas das intersecções mais inesperadas e inovadoras entre os projetos e a água.
Abaixo, fornecemos um conjunto de piscinas internas que destacam a aplicação da água em diferentes espaços, mostrando sua relação com a materialidade e o uso.
Carlo Scarpa, o arquiteto da água
Desde a sua mais tenra idade, Carlo Scarpa, aquele que se tornaria um dos mais importantes arquitetos italianos de todos os tempos, tinha muito presente o elemento fundamental que descreveria e fundamentaria sua obra muitos anos depois: a água. Enquanto brincava e se divertia por entre aquele emaranhado de vielas e canais, Scarpa vivenciava todo um universo de informações, especialmente a riqueza de estímulos que sua cidade natal o oferecia. Sua enorme sensibilidade para com o espaço è fruto dos estímulos que lhe proporcionava Veneza, sua mais bela inspiração. Sua devoção pelo simples, pelo despretensioso, exatamente o contrário da exuberância, do cenográfico e ostensivo, vai sendo construída pouco a pouco; a arte, o espaço e a história estavam presentes em suas leituras, em sua viagem em direção ao conhecimento.
Carlo Scarpa desenvolveu sua arquitetura à partir de sua extraordinaria cultura visual e de seu respeito pela tradição; percorrendo as evidências do passado e reinterpretando-as à sua manera, transformando-as em espaço arquitetônico onde todas as peças são unidades independentes mas bem orquestradas, uma narrativa espacial que, como ele mesmo dizia, poderia ser interpretada como uma música. Utilizava toda sua sabedoria e sensibilidade para se posicionar em relação ao passado, às preexistências. Mergulhando na história e interpretando o passado, construía suas obras de modo que valorizassem o contexto onde estavam inseridas.
Reservatório de pequena escala torna mais simples o aproveitamento das águas pluviais
No início deste mês, Studio Bas van der Veer, o estúdio holandês de design de produtos, divulgou seu projeto para um reservatório de água pluvial na feira spoga + gafa 2017, em Colônia, Alemanha. Van der Veer, graduado da Academia de Design Eindhoven, desenhou inicialmente o produto - então intitulado 'A Drop of Water' - como parte de sua tese em 2009, pelo qual ele não só ganhou o prestigiado Prêmio René Smeets pelo melhor projeto na exposição de trabalhos da escola, como também foi selecionado para o Prêmio Melkweg. Ao longo dos anos, o design ganhou inúmeros elogios, incluindo o Journées des Collections Jardin - Innovation Award e o Prêmio Tuinidee.
Encontrando seu amor na areia: A arquitetura instintiva do baiacu
Quanto esforço você está disposto a fazer para atrair alguém especial? O humilde baiacu japonês, com apenas doze centímetros de comprimento, provavelmente está se esforçando mais que você. Para atrair a melhor companhia dos mares, o baiacu macho passa pelo menos sete dias inteiros realizando um complexo ritual que envolve nadar no fundo do mar para formar ondulações e caminhos na areia. Se ele parar muito cedo, todo o esforço é varrido pelas correntes de água.
Quando gotas criam espaços: Um olhar sobre arquitetura líquida
Ao longo do século passado, a relação da arquitetura com a água tem sido desenvolvida ao longo de uma variedade de diferentes caminhos. Com sua "Casa Cascata", por exemplo, o mestre americano Frank Lloyd Wright confrontou o fluxo dramático da água com linhas horizontais expressivas para aumentar a experiência da natureza. Desde então, o uso da água na arquitetura tornou-se mais variada e complexa. Um espaço feito quase exclusivamente de água surgiu com o projeto de Isamu Noguchi na Expo de Osaka: a água brilhante parecia cair do nada e brilhava no escuro. Mais tarde, com a digitalização e as formas fluidas dos projetos paramétricos, o foco mudou para uma arquitetura líquida feita de água e luz. As interpretações têm variado de formas arquitetônicas modeladas para literais gotas de água, como a visionária “Bubble”, de Bernhard Franken, para a BMW, a instalações espetaculares feitas de linhas de água, transformadas em pixels pela luz.