Como marco da arquitetura religiosa contemporânea de Portugal, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus opõe-se formalmente aos modelos tradicionais representando uma obra livre de estigmas historicistas. Fruto de um concurso de projeto organizado em 1960, ela se destaca por sua dimensão cívica, pelo papel urbano e pelo seu significado antimonumental e social. Ao integrar-se na malha regular do bairro das Avenidas Novas, este exemplar do Movimento de Renovação da Arte Sacra (MRAR) faz parte de um complexo paroquial maior que passa despercebido ao transeunte. Sua rua exterior cria um espaço público inesperado, convidando à entrada e à integração num adro onde arquitetura e cidade se fundem. Finamente trabalhada em termos de espacialidade, detalhes e luz, a Igreja reserva muitas surpresas a quem nela adentra.