Em arquitetura, a critica sempre vem acompanhada de um conceito utópico. As utopias não são modelos alternativos e também não servem para resolver os problemas existentes, mas para torná-los ainda mais evidentes. Poderíamos dizer que o conceito principal de uma utopia é a esperança. A utopia é o embrião de cada projeto, cada pequeno espaço onde a vida humana acontece. O que é mais revolucionário em uma utopia é a sua capacidade de desenvolver uma reflexão crítica sobre o mundo em que vivemos, devolvendo a sua dignidade através de uma análise racional.
Arquitetos como os do Superstudio e do Archigram foram pioneiros no desenvolvimento de visões utópicas sobre à arquitetura. Estes movimentos críticos chegaram a seu auge durante os anos 1960, justo quando o mundo presenciava uma enorme crise econômica sem precedentes. Estes são momentos cruciais para as utopias, porque justamente em momentos de maior desespero é que a esperança mais se fortalece; Ambos estúdios de arquitetura, se assim podemos chama-los, contribuíram decisivamente para o desenvolvimento do pensamento crítico sobre a arquitetura, desmantelando a visão canônica da profissão, assim como o consumismo irrelevante, propondo novas visões para o futuro de nossas cidades, ideias que ainda permanecem atuais quando paramos para idealizar uma sociedade livre.