Biblioteca e Centro Comunitário Pinch / Olivier Ottevaere + John Lin. Imagem Cortesia de Olivier Ottevaere + John Lin
Após a realização da mesa digital “Como ser antirracista na prática profissional”, a coletiva Arquitetas inVisíveis disponibilizou um pequeno guia com pontos fundamentais para a construção de uma profissão equânime e antirracista, junto de uma indicação de diversos textos que ajudam a compreender o panorama social e trazem modos de enfrentar questões racistas não apenas no campo da arquitetura e do urbanismo, mas na vida.
FIRST 500 é uma iniciativa global que documenta as realizações de arquitetas negras e agora a organização lançou um novo site. Servindo como um arquivo digital, o site tem como objetivo aumentar a conscientização sobre as mulheres negras arquitetas e suas realizações, fornecer recursos para estudantes, profissionais e aspirantes a arquitetas e construir uma comunidade para mulheres negras no campo arquitetônico.
Quando atravessa um espaço, um corpo carrega em si muitos significados. A leitura que se traduz entre esse diálogo pessoa-arquitetura, e as sensações que daí surgem, demonstram muito da desigualdade social e estruturas violentas intrínsecas ao imaginário ocidental que privilegia um mesmo padrão: o homem branco. Encontrar um lugar de reequílibrio no qual seja possível criar uma alternância de poder - em raça e gênero - é um compromisso de Erica Malunguinho.
Um projeto de arquitetura nasce de nuances, da empatia para com os usuários e de uma compreensão profunda de seu contexto específico. Melhores soluções são aquelas que atendem tanto às necessidades e os anseios dos clientes quanto questões de contexto e identidade. Neste sentido, o projeto interseccional pode ser entendido como uma abordagem que leva em conta diversos fatores —de identidade, gênero, raça, sexualidade, classe e muitos mais — e como estes interagem entre si. Considerando isso, quanto melhor compreendermos as questões de relativas ao contexto específico e ao usuários para os quais projetamos nossos espaços, melhor serão nossos edifícios e, consequentemente, as cidades que estaremos construído para o futuro.
Gabriela de Matos chama a atenção por seu pioneirismo. Única mulher negra em seu curso de graduação, criou o primeiro grupo de pesquisa sobre arquitetura afro-brasileira e gênero do país – o Arquitetas Negras – é a primeira mulher negra a ser eleita vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil departamento São Paulo, assim como a primeira a ganhar o prêmio de Arquiteta do Ano concedido pelo IAB Rio de Janeiro em 2020. Este ano torna-se novamente a primeira mulher negra a participar do CasaCor São Paulo. E a estreia não poderia ser melhor: ela assina o Espaço Agô, que acolhe e dá as boas vindas aos visitantes do evento que marca sua 34ª edição com o tema “a casa original”.
Neste ano, as duas organizações definiram temas relacionados à melhoria da qualidade de vida e redução dos efeitos da crise climática por meio de ações no ambiente construído. Enquanto o tema do Dia Mundial da Arquitetura 2021 da União Internacional de Arquitetos é "Meio ambiente limpo para um mundo saudável", o Dia Mundial do Habitat da UN-Habitat anunciou "Acelerando a ação urbana para um mundo livre de carbono" como tema.
A fotografia de arquitetura se desenvolveu em sua própria expressão artística e pode, às vezes, ser tão importante quanto a própria obra construída. Experienciamos a arquitetura não apenas física e espacialmente, mas também por meio das fotografias. Uma boa reportagem ou série de fotos pode trazer ao espectador a atmosfera do lugar, ainda que esteja distante da obra. A fotografia também é uma forma de documentar o processo do projeto, o uso de materiais, iluminação e elementos arquitetônicos e, como resultado, narrar a história por trás de uma obra.
Para comemorar o Dia Mundial da Fotografia, reunimos uma lista de 25 fotógrafos de arquitetura de todo o mundo que merecem ser conhecidos – e seguidos no Instagram. Esses fotógrafos emergentes foram selecionados por sua capacidade de registrar a arquitetura por meio de um olhar sensível e singular.
Se você frequentou a escola de arquitetura ou design, provavelmente há algo que você notou sobre seus colegas de classe - a maioria deles eram mulheres. E se você trabalha no mundo da arquitetura ou design há alguns anos, provavelmente há outra coisa que você também percebeu - que há menos mulheres em posições de liderança do que homens. Há uma crise que a arquitetura enfrenta desde que a profissão existe: as mulheres abandonam a arquitetura em grande número. Mas o que está causando isso e quais etapas estão sendo tomadas para garantir que alguns dos melhores profissionais estejam posicionados para se tornarem futuros líderes da indústria?
Reconstructions: Architecture and Blackness in America. Cortesia de Museum of Modern Art, Robert Gerhardt
O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque inaugurou recentemente a exposição Reconstructions: Architecture and Blackness in America [Reconstruções: Arquitetura e Negritude na América], quarto desdobramento da série Issues in Contemporary Architecture. Investigando as interseções da arquitetura, negritude e racismo no contexto dos Estados Unidos, a exposição e a publicação que a acompanha examinam a arquitetura contemporânea no contexto de como o racismo sistêmico fomentou histórias violentas de discriminação e injustiça nos EUA.
Mais um ano e mais um Dia Internacional da Mulher. Embora recentemente o debate sobre gênero tenha recebido considerável atenção, a batalha pela equidade está longe de acabar. Mesmo no século XXI, a arquitetura ainda pode ser uma profissão desafiadora para as mulheres. No entanto, o progresso está acontecendo e, em 2020, Yvonne Farrell e Shelley McNamara se tornaram a 4ª e 5ª mulheres a receber o prêmio Pritzker desde a sua criação em 1979.
Sem limitar nossa cobertura do tema ao dia 8 de março, o ArchDaily reconhece todos os dias a força feminina que está moldando o ambiente construído em todo o mundo. Na verdade, Mulheres na Arquitetura é um dos principais pilares da nossa estratégia de conteúdo. Este ano, para o Dia Internacional da Mulher, o ArchDaily decidiu apresentar uma semana inteira de conteúdo dedicado, com entrevistas exclusivas e editoriais instigantes. Junte-se a nós e conheça mulheres que estão se destacando no universo da arquitetura, do design e do ambiente construído.
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Frame de "Meu negro", de Ricardo Aleixo. Imagem: Reprodução/Youtube
A coletiva Terra Preta Cidade publicou um trecho da entrevista realizada por Natália Alves com Ricardo Aleixo - que é poeta, artista visual e sonoro, performador, pesquisador das poéticas intermídia, cantor, compositor, ensaísta e editor -, onde, em um encontro especial, Ricardo contou seus enredamentos com a cidade, espaço urbano, o corpo, a performance, questões raciais, entre outras coisas.
https://www.archdaily.com.br/br/956724/performancidade-entrevista-com-ricardo-aleixoTerra Preta Cidade
Para uma profissão que gosta de se vangloriar por suas boas intenções e que se acha super liberal, diversa, aberta e progressista, no contexto do Reino Unido e além, por outro lado, podermos dizer que a arquitetura é completamente o oposto disso tudo. A profissão da arquitetura foi, ao longo de toda sua história, e permanece sendo nos dias de hoje, um território dominado por uma pequena comunidade de origem abastada. Atualmente, ainda que o Reino Unido tenha sido responsável pela formação de uma horda de arquitetas brilhantes ao longo das últimas décadas, a indústria da arquitetura e da construção civil ainda não foi capaz de estabelecer um piso salarial congênere e independente de gênero. Como consequências disso, a profissão da arquitetura tem assistido historicamente uma imensa perda de arquitetas mulheres após os 30 anos de idade, principalmente por ser incapaz de consentir um equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar. Etnicamente falando, a arquitetura é uma profissão majoritariamente branca, isso considerando que estamos entrando no ano de 2021. Uma suposta luz no fim do túnel é a suposta aceitação da comunidade LGBTQ dentro de uma disciplina que se auto denomina inclusiva, mas assim como muitas arquitetas mulheres denunciam com frequência, minorias religiosas e étnicas bem como toda a comunidade não heteronormativa costumam conviver diariamente com comentários não profissionais e inadequados.
Croqui autografado em folha de ouro de 24k da Casa da Família Abrahamic por David Adjaye. Cortesia de ARCH
Recém lançada, a Architecture for Change (ARCH ) é uma iniciativa sem fins lucrativos dedicada a combater o racismo sistêmico na indústria da arquitetura e construção civil. Como parte de sua primeira série de ações, a ARCH realizou um leilão online com obras — esboços, maquetes, plantas, fotografias etc. — doadas por alguns dos mais importantes nomes da arquitetura contemporânea, incluindo Sir David Adjaye, Daniel Libeskind, Michel Rojkind, David Rockwell, Jennifer Bonner, Trey Trahan entre outros.
O ArchDaily tem o orgulho de anunciar a seleção de Jovens Escritórios 2020. Esta primeira edição destaca escritórios e profissionais emergentes que mostram abordagens, propostas e soluções inovadoras para alguns dos maiores desafios da atualidade. Da crise climática a questões de raça e gênero; da evolução tecnológica à coesão social – estes desafios estão alterando o curso da arquitetura, posicionando a disciplina no contexto de uma nova sociedade e economia.
Escolhidos dentre mais de 350 inscritos de 72 países e 215 cidades de todas as regiões do globo, os escritórios e profissionais selecionados refletem as mudanças pelas quais a arquitetura tem passado nos últimos vinte anos, com o surgimento e consolidação de novas tecnologias, ferramentas, formatos, tópicos, escalas e abordagens interdisciplinares.
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Background photograph courtesy of Charlie Hui, Viswerk. 2020
Liderado por Khensani de Klerk e Solange Mbanefo, Matri-Archi é um coletivo com sede na Suíça e África do Sul que visa aproximar e empoderar mulheres para a educação espacial e o desenvolvimento das cidades africanas. Por meio da prática projetual, textos, podcasts e outras iniciativas, Matri-Archi — eleito um dos melhores novos escritórios de 2021 pelo ArchDaily — se dedica ao reconhecimento e à capacitação das mulheres no campo espacial e na indústria da arquitetura.
O ArchDaily teve a oportunidade de conversar com as codiretoras do coletivo sobre temas como espaço hegemônico, arquitetura informal, tecnologia, idiossincrasias locais e o futuro das cidades africanas e globais. Acompanhe a entrevista a seguir.
O mês de novembro é marcado por diversas ações de sensibilização e conscientização acerca da luta do povo negro em uma sociedade tão racista, e principalmente um momento essencial para a branquitude se tornar cada vez mais protagonista nas práticas antirracistas.