Cotidianamente nos deparamos com imagens de edifícios históricos que foram recentemente modernizados, ressignificados e trazidos de volta à vida. O contraste entre passado e presente, entre memória e a história viva de um determinado lugar ou edifício e a tensão entre estas duas coisas é algo que muito contribui para com a experiência da arquitetura e do espaço construído. E mais do que isso, a reabilitação de estruturas históricas pode ter um significado ainda mais profundo, principalmente quando tratamos da vida das pessoas que habitam estes lugares. Neste sentido, a arquitetura pode ser vista como um contentor de memórias coletivas compartilhadas, e o seu desenvolvimento, um livro que narra a própria história da humanidade, seus desafios, conquistas e traumas.
Arquitetura Sacra: O mais recente de arquitetura e notícia
Convertendo o sagrado em profano
A outra face da arquitetura islâmica: mesquitas da África Subsaariana
A África Subsaariana é um lugar onde coexistem muitas religiões e, consequentemente, um grande número de fiéis. Edifícios icônicos, estandartes de diferentes culturas e crenças, podem ser encontrados espalhados pelos quatro cantos do continente, como a famosa Basílica da Sagrada Família no centro de Nairóbi ou o impressionante Templo Hare Krishna na África do Sul. Seja qual for o credo que estes edifícios representem, o que é evidente é que a arquitetura religiosa hoje constitui uma parte fundamental do tecido urbano das cidades da África Subsaariana. Em muitos casos, estas estruturas simbólicas e representativas operam ainda como um terreno fértil para a experimentação na arquitetura.
A importância arquitetônica, cultural e religiosa dos minaretes
A arquitetura islâmica há muito é reconhecida como uma das tipologias mais influentes na história da arquitetura, especialmente em se tratando de edifícios religiosos. Traduzindo uma série de conceitos abstratos e narrativas históricas em em formas, estruturas e cores, os espaços interiores da arquitetura islâmica são de uma beleza sublime e as vezes incomparável. Seja através da organização metódica de seus espaços internos para facilitar e promover a iluminação e ventilação natural, ou através de seus detalhes, ornamentos e profusão de cores e texturas, o contraste entre o espaço interior e exterior é mais do que evidente em uma mesquita. Ainda assim, talvez a característica mais reconhecível da arquitetura religiosa islâmica seja a presença imponente de seus minaretes—um dos maiores símbolos da cultura islâmica. Isso porque, a estrutura proeminente dos minaretes estabeleceu-se ao longo dos séculos como um ponto de referência em meio a intrincada malha urbana das cidades islâmicas, transformando-se não apenas em um importante elemento de orientação, mas principalmente em um símbolo de identidade. Neste artigo, procuramos analisar as razões por trás do surgimento dos minaretes na arquitetura islâmica e como a sua função e forma evoluíram ao longo dos séculos.
OMA prestes a inaugurar seu primeiro projeto cultural na Califórnia
O OMA, liderado pelo arquiteto associado Shohei Shigematsu, acaba de concluir as obras do Pavilhão Audrey Irmas junto ao Templo Wilshire Boulevard, a mais antiga congregação judaica da cidade de Los Angeles. Além disso, o pavilhão é o primeiro projeto cultural realizado pelo OMA na Califórnia, assim como a primeira encomenda recebida pelo escritório de uma instituição religiosa. Com data de inauguração prevista para janeiro de 2022, “o Pavilhão Audrey Irmas, com seus mais de 5.000 metros quadrados, será uma adição valiosa ao importantíssimo Templo Wilshire Boulevard, o qual disponibilizará novos espaços para reuniões e eventos da comunidade judaica de Los Angeles”.
Henning Larsen projeta primeira igreja em 500 anos em cidade da Dinamarca
O escritório de arquitetura de Henning Larsen foi escolhido como o grande vencedor do concurso para o projeto de uma nova Igreja em Højvangen, a primeira estrutura religiosa a ser construída em Skanderborg em mais de 500 anos. Com inauguração prevista para dezembro de 2024, a nova igreja foi concebida como um novo elemento de referencia e ponto de encontro para os moradores da pequena vila de Højvangen em Skanderborg, Dinamarca.
Crematório Udan / d6thD design studio
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Arquitetos: d6thD design studio
- Área: 1000 m²
- Ano: 2020
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Fabricantes: Adobe, Asian Paints, AutoDesk, Daksh Prajapati, Jaquar, +2
Igreja Ortodoxa de São Jorge / Wallmakers
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Arquitetos: Wallmakers
- Área: 221 m²
- Ano: 2016
O brutalismo na arquitetura religiosa, pelas lentes de Stefano Perego
Carregada de grande carga simbólica, a arquitetura religiosa é conhecida tanta pela monumentalidade de seus edifício quanto pela riqueza de seus espaços interiores. Escala, materialidade e luz são alguns dos principais elementos utilizados por arquitetos e projetistas quando se trata de manipular e criar espaços de contemplação e prece, características espaciais capazes de conduzir os fiéis à uma experiência sagrada através do espaço.
Capela San Alberto Magno / Juan Pavez Aguilar + José Requesens Aldea
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Arquitetos: José Requesens Aldea, Juan Pavez Aguilar
- Área: 320 m²
- Ano: 2014
Ilustrações de edifícios sagrados ao redor do mundo, por André Chiote
A arquitetura pode ser compreendida a partir de vários prismas e muitas vezes é vista como a solução ou resposta para demandas materiais - habitação, lazer, comércio etc. No entanto, talvez uma das funções mais carregadas de simbolismos que pode ter a arquitetura é a concretização de demandas espirituais. Projetar espaços sagrados, espaços de culto (religioso ou não), pode ser uma das tarefas mais criativas e libertadoras dessa profissão, mas também deve responder a aspectos que fogem ao plano terrestre e puramente material, mas que fazem parte de um universo de subjetividade e fé.
Apresentamos a seguir uma série de ilustrações produzidas por André Chiote de edifícios sagrados, projetados por nomes como Gottfried Böhm, Oscar Niemeyer e Peter Zumthor.
2 Equipes brasileiras são finalistas no Concurso Internacional Kaira Looro de Arquitetura Sacra no Senegal
O concurso Kaira Looro para Arquitetura Sacra buscava projetos para um espaço de culto, com o intuito de, além de criar um novo marco, também dar origem a uma cultura comunitária, ser leve e gracioso para entender sua espiritualidade. Kaira Looro, que no idioma mandingo significa "Arquitetura para a Paz", não trata apenas de arquitetura, mas também representa o vínculo com uma cultura, uma espiritualidade e pesquisa de interioridade. O desafio dado foi celebrar a filosofia de culto, projetando uma arquitetura sustentável e culturalmente orientada, para um lugar carente de materiais e com baixa tecnologia.
O júri foi composto por Kengo Kuma, Azzurra Muzzonigro, Agostino Ghirardelli, Rainer Kasik, Ko Nakamura, René Bouman, Sebastiano D'Urso, Pilar Diez Rodriguez, Angelo Ferrara, Carmine Chiarelli, Ignazio Lutri, Walter Baricchi e Ibrahima Gomis. A proposta vencedora foi a da equipe LIAFINAND, da Polônia.
Conheça, abaixo, as propostas das duas equipes brasileiras que foram finalistas neste concurso internacional:
Funerária Sant Joan Despí / Batlleiroig
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Arquitetos: Batlleiroig
- Área: 700 m²