Após dois anos de ciclos interrompidos devido à pandemia, 2022 vem testemunhando um ressurgimento dos eventos de arquitetura: bienais, trienais, semanas de design e festivais estão de volta à cena, com reflexões ainda maiores e abordagens temáticas mais amplas, alinhadas aos desafios do mundo.
Relevantes hoje mais do que nunca, esses acontecimentos espalhados pelo mundo abordam questões relacionadas ao clima, problemas urbanos, bem como preocupações fomentadas pela covid-19, como resiliência, modos de vida, futuro da arquitetura e o desconhecido.
O recente encerramento da Bienal de Arquitetura de Veneza deixou muitos arquitetos e arquitetas refletindo sobre os possíveis caminhos e desdobramentos da arquitetura para os próximos anos, e mais do que isso, sobre o que é que está para acontecer no ano que vem. Acontece que a pandemia representou uma importante ruptura no calendário dos principais eventos de arquitetura do planeta, pois a maioria dos eventos de 2020 e até mesmo alguns de 2021 tiveram de ser adiados por razões já bastante óbvias. Ainda assim—e como em todo processo de retomada—, a expectativa é que no próximo ano teremos um calendário recheado de muitas novidades. Pensando nisso, listamos à seguir alguns dos principais eventos de arquitetura que estão planejados para acontecer ao longo do próximo ano.
O historiador, escritor e curador alemão-holandês, Ole Bouman, é hoje uma das figuras mais influentes do mundo da arquitetura. Apesar de nunca ter frequentado uma escola de arquitetura, o outsider e co-curador da 5ª Bi-City Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen afirmou recentemente que “todos nós podemos fazer arquitetura”. Envolvido até o pescoço no discurso da prática da arquitetura contemporânea, Ole Bouman é diretor e fundador da Design Society de Shenzhen, e um dos responsáveis pela introdução de uma série de novos conceitos no discurso da arquitetura além de ter assumido importantes cargos institucionais relacionados aos profissionais da industria da construção civil ao longo de sua carreira.
Neste tempo, Ole Bouman já foi diretor do Instituto de Arquitetos da Holanda (NAi) e também diretor de criação da 5ª Bienal Bi-City de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen/Hong Kong. Buscando congregar em um só lugar todo o conhecimento adquirido ao longo de sua carreira como historiador, escritor, editor, fotógrafo, curador, conferencista e especialista em projeto de arquitetura, Ole Bouman acaba de lançar uma nova plataforma, um lugar onde “a vida se entrelaça com a história”. Para saber mais sobre o a vida e obra Bouman, e especialmente sobre seu artigo recentemente publicado, “Finding Measure”, acompanhe a seguir a entrevista exclusiva do historiador e curador para o ArchDaily, onde o diretor fundador da Design Society discute o presente e o futuro da arquitetura, abordando o papel do arquiteto e os principais desafios do mundo hoje, além da revolução digital e muitos outros tópicos interessantes.
A Urbanism\Architecture Bi-City Biennale (UABB) em Shenzhen encerrou em fevereiro, mas ao menos um de seus elementos permanecerá vivo. O Floating Fields, projeto de Thomas Chung, Professor Associado de Arquitetura da Universidade de Hong Kong, foi instalado num local da UABB na Dacheng Flour Mills em Shekhou, como demonstração de um conceito para trazer a agricultura de volta para a baía de Shenzhen, com campos alagadiços de agricultura. O projeto recebeu o Biennale Organising Committee Award na cerimônia de fechamento do evento.
Ma Yansong do estúdio MAD apresentou recentemente uma proposta urbana de 600 mil m² para a cidade de Nanjing intitulada "Shanshui Experiment Complex", na 2013 Bi-City Biennale of Urbanism / Architecture em Shenzhen, China. O conceito considera a cultura, a natureza e a história de Nanjing, ao passo que reconsidera a metodologia com a qual as cidades chinesas vem sendo construídas.
https://www.archdaily.com.br/br/01-168193/mad-preve-cidades-chinesas-mais-naturais-no-futuroJose Luis Gabriel Cruz