“Você pode me ajudar a projetar minha torre residencial? São 30 andares e está localizada no Brooklyn, em Nova York.” A resposta do ChatGPT pode ser surpreendente. Dado que o robô não tem experiência em arquitetura e certamente não é um arquiteto licenciado, ele foi rápido em listar considerações para o meu edifício. Códigos de zoneamento, funcionalidade da planta, códigos de construção, materialidade, design estrutural, espaços de comodidades e medidas sustentáveis foram apenas alguns dos tópicos sobre os quais o ChatGPT compartilhou informações.
Visualize seu bairro ideal. Talvez seja em uma rua sem saída nos subúrbios, onde cada vizinho tem um gramado bem cuidado, uma garagem para dois carros e todos se cumprimentam amigavelmente a caminho do trabalho. Ou talvez você more em um arranha-céu em um centro urbano denso, use o transporte público para ir ao escritório cinco dias por semana e cumprimente o porteiro ao sair. Seja qual for a aparência do seu bairro, sempre há a sensação de querer conhecer as pessoas que moram perto de você — ou pelo menos uma confiança tácita umas nas outras para garantir que seu entorno esteja seguro. O que acontece quando a tecnologia junta você e seus vizinhos para relatar os acontecimentos locais? Seria isso algo bom, ou criaria uma estranha situação de vigilância distópica?
El poder de la Data - Mirador. Image Cortesía de Online Lab of Architecture (OLA)
O Poder dos Dados (originalmente "El poder de la Data") é uma exposição criada em um edifício virtual, concebido por geometrias tridimensionais baseadas em vários algoritmos de inteligência artificial. O projeto foi criado pela equipe de arquitetos pesquisadores da OLA (Online Lab of Architecture) formada por Jennifer Durand (Peru), Daniel Escobar (Colômbia), Claudia Garcia (Espanha), Giovanna Pillaca (Peru) e Jose Luis Vintimilla (Equador).
Não tem como ser um urbanista ou se interessar pelas questões das cidades e ainda não ter ouvido — muito — sobre o movimento “Cidades Inteligentes” (“Smart Cities”). A ideia é que não há nada nas cidades que o uso de dados (especialmente “big data”) ou de tecnologia não resolva. O resultado tem sido uma série de afirmações sobre como é possível solucionar problemas tão desafiadores como habitação, tráfego e desigualdade simplesmente criando modelos mais elaborados com base em big data ou implantando novas formas de tecnologia.
Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro. Imagem: Mariana Gil/EMBARQ Brasil
A crescente presença das Tecnologias da Informação e Comunicação, as chamadas TICs, no cotidiano dos indivíduos vem provocando transformações profundas na sociedade, permeadas por novas formas de interação baseadas na intensa produção e uso de informações. Numa sociedade na qual a informação é matéria-prima essencial, o termo big data assumiu papel de destaque no âmbito empresarial, governamental e acadêmico. Big data remete, por si, à questão dos grandes volumes de dados, variados e velozes, gerados constantemente.
A chamada “Revolução dos Dados” é certamente perceptível nas cidades brasileiras. Mas de que forma ela pode avançar rumo a uma melhor compreensão e planejamento das nossas áreas urbanas? São inegáveis as possibilidades abertas pelo big data para a exploração de questões inovadoras sobre fenômenos e dinâmicas urbanas, especialmente as que envolvem análises em tempo real.
No mundo altamente conectado em que vivemos hoje, a tecnologia influencia e impacta quase todas as decisões que tomamos. Big Data,Inteligência Artificial (IA), e a Internet das Coisas (IoT) têm aperfeiçoado nossas vidas no âmbito digital, nos ajudado a entender melhor os espaços em que vivemos. Além dos sistemas e equipamentos inteligentes que já fazem parte de nossa vida cotidiana – os quais foram sendo incorporados ao nosso dia-a-dia ao longo das últimas décadas –, uma série de outras tecnologias estão surgindo e prometem revolucionar também os nossos espaços de trabalho, as quais – mais cedo ou mais tarde –, também deveremos nos adaptar. Frequentemente, o objetivo dessas novas tecnologias é a otimização de todos os processos, fornecendo dados para que as empresas possam tomar decisões mais acertadas e compreendendo melhor o fluxo de trabalho de seus funcionários.
Os megadados, também chamados de dados massivos, dados em grande escala ou simplesmente big data (terminologia usualmente utilizada em espanhol ou inglês) é um termo que faz referência aos conjuntos de dados que, por sua dimensão e complexidade, requerem aplicativos informáticos para seu processamento. Em relação ao urbanismo, a copilação e gestão de dados, junto ao desenvolvimento de novas plataformas e conjuntos de ferramentas para sua interpretação, deu início a uma nova era no que diz respeito à análise da forma urbana, habilitando novos recursos para compreender, avaliar, supervisionar e gestionar a morfologia e a evolução das cidades.
“Todos os problemas podem ser resolvidos com tecnologia.”
O quão acertada (ou não) parece essa afirmação? Enquanto escrevia este artigo, meu editor eletrônico de texto apontou que as três primeiras palavras dessa frase estavam incorretas, e me sugeriu trocar por “A quão acertada”. Ele se engana, a frase está correta.
Cortesia de Gideon D.P.A. Aschwanden. Imagem Vento Punggol: Um modelo de procedimento do Punggol Singapore gerado com CityEngine usado para estimar o fluxo de material e simular o vento com ANSYS que é reproduzido em dois planos a uma altura de 25 e 55 metros.
Os dados são um assunto controverso no século XXI. As políticas a respeito da compilação e uso de dados, e o valor deles, segue aumentando, o que faz com que qualquer iniciativa do setor se transforme em um grande negócio.
Independentemente de onde você mora ou trabalha e com quem você interage, você geralmente passa pelos mesmos bairros e ruas da sua cidade. Seja em Santiago, Madri, Xangai ou Nova Iorque, certamente há bairros onde você nunca esteve, não importa o quanto você tenha vivido toda a sua vida na mesma cidade. Você realmente já pensou em quantas cidades existem na sua cidade?
Um artigo escrito por pesquisadores chilenos e publicado recentemente na Royal Society Open Science aposta no big data para analisar e visualizar a segregação urbana, oferecendo ferramentas espaciais que nos permitem planejar em uma "cidade de muitas cidades". "Sabemos que Santiago tem bolhas e que há segregação", diz Teodoro Dannemann, co-autor da pesquisa, em conversa com o ArchDaily via e-mail. "Sabemos que cada indivíduo explora apenas uma pequena parte da cidade, que é basicamente o percurso casa-trabalho, o que significa que apenas interagimos com um pequeno grupo de cidadãos", acrescenta.
A unidade Analytics e Insight da Zaha Hadid Architects (ZHA) desenvolveu modelos de planejamento de espaço orientados por dados para locais de trabalho que podem ser alterados ou adaptados em tempo real. A equipe, liderada pelo arquiteto Uli Blum e Arjun Kaicker, aplica suas pesquisas diretamente aos projetos da ZHA, incluindo o Sberbank Technopark no Skolkovo Innovation Center, Moscou, Rússia (visto aqui), e o Galaxy SOHO Beijing, construído em 2012. Imagem Cortesia de Zaha Hadid Architects
A busca por um espaço de trabalho que melhore a produtividade e a eficiência dos funcionários tem sido uma questão para gerentes corporativos há décadas. Mas mesmo antes de o escritório como o conhecemos hoje ter nascido, projetistas e pensadores já estavam estudando locais de trabalho, como as fábricas, para elaborar estratégias de melhorar o desempenho dos trabalhadores. Na década de 1960, Robert Propst, o inventor por trás da linha de mobiliário de escritório da Actionman, da Herman Miller, estava conduzindo uma pesquisa no espaço de trabalho que acabaria levando à criação do moderno cubículo.
Esses desenvolvimentos se basearam, em grande parte, na observação e na intuição para organizar os trabalhadores de escritórios de maneiras supostamente eficientes. Agora, os avanços na tecnologia permitem que os projetistas adotem uma abordagem mais sofisticada, utilizando sensores, mobiliários e acessórios conectados à Internet e análise de dados para estudar os escritórios em tempo real. "Você pode levar em conta todos os funcionários, e todas as pessoas são muito diferentes", diz o arquiteto londrino Uli Blum. "Trata-se de resolver os problemas fundamentais de levar as pessoas ao ambiente de que necessitam. E a maneira mais fácil é perguntar a eles”, acrescenta. Mas descobrir as necessidades de centenas, às vezes milhares, de trabalhadores pode rapidamente se tornar um exercício de futilidade.
Ciclo Arq. Futuro de Economia Urbana, 29.06 I Edward Glaeser (Harvard) e Danilo Igliori (DataZap)
ARQ.FUTURO, POR QUÊ? E INSPER RECEBEM EDWARD GLAESER (UNIVERSIDADE DE HARVARD) E DANILO IGLIORI (DATAZAP E FEA-USP) PARA PALESTRA
- Evento gratuito e aberto ao público dá início ao Ciclo Arq.Futuro de Economia Urbana –
São Paulo, junho de 2017 – Arq.Futuro, Por Quê? e Insper realizam, no próximo dia 29/6, um encontro aberto ao público entre os economistas Edward Glaeser, PhD pela Universidade de Chicago, professor de economia da Universidade de Harvard e autor do livro “O Triunfo da Cidade”, e Danilo Igliori, PhD pela Universidade de Cambridge, professor de economia da FEA/ USP e chairman da DataZAP. Com
Ciclo de Mobilidade Urbana - Big Data, Tecnologia e Planejamento Urbano
No dia 21 de junho, o Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da FGV, em parceria com o Arq.Futuro, realiza mais um debate sobre Mobilidade Urbana, desta vez sobre Tecnologia, Big Data e Planejamento Urbano. Esse é o segundo debate realizado este ano, que ainda prevê outros dois encontros em 2017, e a entrada é aberta ao público e gratuita.
São palestrantes convidados Danilo Igliori, Presidente do Data ZAP; Ivo da Motta Azevedo Corrêa, Vice-presidente de Public Policy da Uber e Pablo Cerdeira, Coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-RJ e Ex-Chief Data Officer da Prefeitura
Respondendo a debates recentes sobre como big data afetarão nossos ambientes construídos, Synthesis Design + Architecture associou-se à Watson Analytics da para projetar uma parede interna para o Watson Experience Center em San Francisco. O projeto, chamado Data Moiré, por conta dos padrões vertiginosos criados por conjuntos de linhas sobrepostas, usa dados da influência dos telefones celulares sobre o gasto mensal dos consumidores para criar um padrão preciso que define a parede.
Nas ultimas décadas, a China tem passado pelo mais dramático processo de êxodo rural da história do planeta, então, pode-se pensar que tudo o é preciso para os planejadores urbanos é "construir, que as pessoas virão". No entanto, como a mídia ocidental frequentemente registra, a explosão urbana chinesa não tem acontecido sem algumas consequências imprevistas, e muitas novas cidades acabaram se tornando o que se convencionou chamar de "cidades fantasma", sem habitantes e com cada vez mais blocos residenciais sendo construídos. Tais estórias são comumente acompanhadas de relatos de espaços públicos esvaziados e uma vastidão de casas apagadas à noite, mas poucos dados concretos. Então, precisamente quão subpovoada uma cidade precisa ser para ser considerada uma "cidade fantasma", e quão abundantes são estas na China.
Segundo o MIT Technology Review, uma companhia chinesa de internet começou a buscar respostas para tais questões. Baidu, uma espécie de versão chinesa da Google, usou seu "Big Data Lab" para investigar os padrões de deslocamentos pendulares de seus 700 milhões de usuários, precisando exatamente quais cidades estão dramaticamente subpovoadas.
É de conhecimento público que os seis anos da crise econômica na Espanha - caracterizada pelas exigências da troika europeia, os escândalos de corrupção, a recente sucessão monárquica, o desgaste político do bipartidarismo, a massiva emigração profissional e a política de desocupações habitacionais - são em grande parte consequência da "crise do tijolo" - o crescimento econômico da Espanha com base na especulação imobiliária e financeira, uma miragem de desenvolvimento.
O revés deixou - e segue deixando - uma grande marca nas cidades espanholas, e nesse contexto o coletivo Basurama aproveitou o recente festival Arquinset 2014 para começar, juntamente com diferentes grupos locais, a desenvolver uma base pública de imóveis desocupados na Espanha, um verdadeiro obituário urbano da especulação financeira.
Saiba mais sobre os primeiros passos dessa iniciativa coletiva, pública e aberta, a seguir.
A Waag Society, juntamente com o designer e engenheiro Bert Spaan, puseram novamente os Países Baixos no mapa - um mapa de dados. Após meses de programação, a parceria levantou dados de 9.866.539 edifícios no país, visualizados em cores que variam de acordo com a idade do edifício. Ao clicar em uma quadra específica, informações adicionais aparecem, como por exemplo a área, endereço, população e programas, dentre outros dados. Os usuários podem navegar de Amsterdã para Haia experienciando centenas de anos de desenvolvimento urbano ao longo do caminho, edifícios de antes de 1800 até os construídos hoje, indicados pelo gradiente que varia de vermelho a azul.
https://www.archdaily.com.br/br/01-148041/engenheiros-mapeiam-todos-os-edificios-dos-paises-baixosJose Luis Gabriel Cruz