Muito provavelmente, a maioria de nós já se imaginou vivendo em um castelo em algum momento da vida, seja na infância embalada pelos contos de fadas, seja na fase adulta estudando sobre a monarquia europeia. Levando em conta esse fascínio, o que você acharia se tivesse a possibilidade de comprar o seu próprio castelo? Por 370 mil dólares, isso era possível na Turquia em meados de 2014. Seriam 325 metros quadrados de puro luxo, com torres azuladas e escadas em caracol. A única questão é que ao lado do seu castelo haveria outros 731 idênticos. Mas quem se importa com exclusividade diante da possibilidade de viver um conto de fadas da Disney?
Localizado no porto de Agde, no sul da França, o eclético Castelo Laurens guarda uma história tão rica quanto sua arquitetura. Emmanuel Laurens, proprietário e arquiteto da villa, buscou inspiração em diferentes países do mundo para criar sua obra-prima. O fotógrafo Romain Veillon visitou o castelo antes de sua reforma e registrou o palimpsesto arquitetônico de seu interior.
Ainda que possamos reconhecer a sua enorme influência histórica, a Itália, enquanto país unificado, possui uma história surpreendentemente jovem. Durante séculos e séculos, a região esteve dividida entre cidades-estados extremamente poderosas e independentes (e conflitantes na maioria dos casos). Cada reino possuía sua própria identidade, cultura e influência regional. Alguns períodos históricos ficaram marcados eternamente na historia da humanidade. Roma é berço da história e da cultura ocidental e o coração de uma religião; Florença é o berço do renascimento e sinônimo de arte e arquitetura; e a agitada Milão é um dos principais centros de moda e design do mundo contemporâneo.
A história de Turim talvez seja um pouco menos romântica. A pequena cidade de Rivoli, na região metropolitana de Turim, não muito longe da fronteira entre a Itália e a França, estabeleceu-se como uma potência industrial. É onde nasceu a Fabrica Italiana Automobile Torino ou simplesmente, a FIAT. Turim é a casa de algumas das melhores e mais reconhecidas universidades da Itália; suas ruas estão repletas de obras de Pier Luigi Nervi, Mario Botta e Aldo Rossi. Mas, apesar de toda a glória de sua arquitetura moderna, talvez seja o Castello di Rivoli um de seus mais importantes exemplares.
Pairando sobre a pequena cidade bávara de Hohenschwangau estão as torres de um dos castelos de “contos de fadas” mais famosos do mundo. Schloß Neuschwanstein foi a fantástica criação do rei Ludwig II - um monarca que sonhava em criar para si um palácio medieval ideal, aninhado nos Alpes. Embora projetado para representar um castelo românico do século XIII [1], Neuschwanstein foi um projeto do século XIX, construído com métodos industriais e com confortos e conveniências modernas. De fato, sem os avanços tecnológicos da época, Ludwig nunca poderia ter escapado de sua fantasia medieval. [2]
As paredes brancas de gesso e os terraços arrebatadores de Himeji-jo inspiram o seu outro nome, "Castelo da Garça-branca". Cortesia de Wikimedia user Oren Rozen (CC BY-SA 4.0)
Com suas paredes brancas brilhantes e seus telhados elegantes, é fácil esquecer-se que o Castelo de Himeji tenha sido construído como uma fortaleza. Em frente a duas colinas na cidade de Himeji, a antiga fortaleza, também conhecida como Himeji-jo, é o maior exemplo remanescente da arquitetura dos castelos japoneses dos primeiros anos do Xogunato, que governou a nação do final dos anos 1500 ao Século XIX. Embora nunca tenham sido testados em batalha, as elaboradas medidas defensivas do castelo representam o melhor projeto estratégico produzido pelo período. Embora essas medidas tenham se tornado obsoletas, o mesmo não pode ser dito pela sua estética, o estímulo prítrico do castelo, que lhe valeu o apelido Shirasagi-jo - "Castelo da garça branca."