Por milhares de anos, o concreto tem sido o elemento base da construção civil: o material mais amplamente utilizado ao longo da história da humanidade. No entanto, à medida que os arquitetos e o público em geral tornam-se cada dia mais conscientes à respeito das causas e efeitos das mudanças climáticas, o impacto ambiental causado pela indústria do cimento torna-se uma das principais questões a ser debatida.
Como bem colocado por Lucy Rodgers em um recente artigo para a BBC News, a produção de cimento é responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO2. A alarmante notícia, que muitos já sabiam de antemão, foi publicada paralelamente à realização da conferência das mudanças climáticas COP24 da ONU na Polônia. Isso significa que para cumprir os requisitos do Acordo Climático de Paris de 2015, as emissões anuais resultantes da produção de cimento deverão ser reduzidas em 16% até 2030.
https://www.archdaily.com.br/br/909303/qual-o-custo-ambiental-da-producao-de-cimento-e-o-que-podemos-fazer-sobre-issoNiall Patrick Walsh
O concreto talvez seja o material mais facilmente associado à arquitetura moderna brasileira; de alta resistência à compressão e, quando armado, capaz de assumir variadas formas, sua plasticidade fez com que se tornasse o material favorito de alguns dos mais expressivos arquitetos brasileiros do século passado.
Hoje, ainda é bastante explorado na arquitetura produzida no Brasil, seja por sua robustez estrutural, facilidade de manutenção ou valor estético.
O Monadnock Building, em Chicago, teve sua construção iniciada em 1891 e segue em uso. O edifício evidencia uma fachada sóbria sem grandes ornamentos e uma altura muito expressiva - à época - de 16 pavimentos. É considerado o primeiro arranha-céu construído em alvenaria estrutural, com tijolos cerâmicos e uma base de granito. Para suportar toda a carga da edificação, as paredes estruturais no térreo têm 1,8 metros de espessura, enquanto na parte superior, 46 centímetros. Cento e trinta anos depois, este sistema construtivo continua em voga e permite erigir edifícios mais altos, com paredes muito mais delgadas, atingindo racionalidade e economia na obra. Mas do que se trata a alvenaria estrutural, como utilizá-la nos projetos de arquitetura e em quais edificações este sistema é mais indicado?
O concreto é o segundo material mais utilizado na construção civil em números absolutos. Ele também ocupa a segunda posição como um dos principais responsáveis pelas emissões de CO2 na atmosfera, contribuindo com mais ou menos seis por certo das emissões anuais de dióxido de carbono. Embora não sejam dados para orgulhar-se, a popularidade do concreto permanece imaculada, sendo ainda hoje um dos mais queridos materiais de construção para arquitetos do mundo todo. Entretanto, à medida que nós profissionais e também o público em geral nos tornamos cada dia mais conscientes à respeito das suas causas e efeitos não agravamento das mudanças climáticas, o impacto ambiental causado pela indústria do cimento torna-se uma das principais questões a ser debatida. Como resultado disso, designers, arquitetos e pesquisadores do mundo todo estão debatendo e nos ajudando a construir um debate mais amplo sobre qual o futuro do concreto na arquitetura e na industria da construção civil.
https://www.archdaily.com.br/br/927190/qual-e-o-futuro-do-concreto-na-arquiteturaNiall Patrick Walsh
O Edifício Ícaro Jardins da Graciosa, projetado pelo Studio Arthur Casas, foi premiado no Rethinking The Future, uma celebração que reconhece projetos de arquitetura e design de todo o mundo em mais de 40 categorias. Localizado em Curitiba, o edifício conta com 21 unidades de apartamentos divididas entre três torres de estrutura de concreto aparente.
Concorrendo na categoria residencial acima de cinco pavimentos, o edifício de Casas apresenta uma fachada marcada por circulações que atuam como varandas, destacando a horizontalidade das torres. Com projeto paisagístico de Renata Tilli, as linhas horizontais são evidenciadas pelo verde das plantas cultivadas em vasos que percorrem o perímetro dos pavimentos.
https://www.archdaily.com.br/br/951004/edificio-icaro-jardins-da-graciosa-do-studio-arthur-casas-recebe-o-premio-rethinking-the-futureEquipe ArchDaily Brasil
Nossos parceiros da Melón compartilharam conosco um material interessante relacionado com execução, concretagem e posterior cuidado das paredes de concreto aparente.
Ao executar uma obra em concreto aparente, sua tonalidade e textura final não dependerão apenas do tipo de moldagem e desmoldante utilizado ou da qualidade da vibração, mas também do tempo de desmolde, a cura e toda a mão de obra envolvida. Para obter um resultado satisfatório é essencial realizar uma “amostra real” in loco antes de executar a concretagem, para observar o funcionamento dos materiais e os procedimentos a serem utilizados.
Para entender mais, revise o processo detalhado a seguir.
Embora o concreto seja um dos sistemas construtivos mais utilizados no mundo todo, seja por sua durabilidade, maleabilidade e/ou resistência às intempéries, não devemos esquecer que a industria do concreto é uma das maiores emissoras de CO2 relacionas à industria da construção civil. Por este motivo, ao longo dos últimos anos, muitos arquitetos e arquitetas passar a experimentar novas possibilidades para tratar de otimizar seu rendimento, apropriando-se de todas as suas vantagens técnicas e buscando resolver alguns de suas desvantagens ambientais. Como resultado disso, alguns projetistas passaram a explorar a possibilidade de substituir as tradicionais fôrmas de madeira por materiais mais sustentáveis como o bambu, uma planta que cresce em abundância em quase todas as partes do mundo e que, com um baixo impacto ambiental, permite obter acabamentos aparentes com texturas de grande qualidade.
As empenas são conhecidas como as paredes laterais de um edifício, normalmente previstas para ladear uma construção vizinha. Mesmo em edifícios com recuos laterais mais generosos, que permitem aberturas para portas e janelas, as empenas podem ser mantidas como grandes superfícies contínuas, criando uma fachada cega na edificação.
Nesse sentido, as empenas em concreto aparente, que se valem da textura do material sem a necessidade de revestimentos, podem ser empregadas como elementos estéticos na composição plástica do edifício. Como parte da série Casas Brasileiras, apresentamos a seguir 10 residências com empenas de concreto:
A escolha de materiais de construção e a reflexão contínua inerente sobre o alcance e as capacidades da arquitetura são uma maneira alternativa interessante de abordar essa questão. Os materiais utilizados na habitação social devem abordar as possibilidades locais e econômicas e as reais necessidades de acesso à moradia no contexto contemporâneo.
Na busca por fornecer inspiração e ferramentas aos arquitetos para a construção de melhores moradias sociais, analisamos diferentes projetos publicados em nosso site para identificar quais são os materiais predominantes, tanto para a formação de estruturas ou fechamentos, a fim de proporcionar um panorama global de diferentes estudos de caso, considerando principalmente sua localização geográfica e aspecto construtivo.
Diante da questão de quais são os materiais utilizados na habitação social, apresentamos uma compilação de 15 projetos que convidam à reflexão.
A mais recente obra de Oscar Niemeyer acaba de ser inaugurada na cidade de Leipzig. Concebido pelo arquiteto brasileiro em seu último aniversário, e desenvolvido por seu assistente Jair Valera após a sua morte em 2012, o projeto foi então executado pelos arquitetos do escritório Harald Kern e se trata de uma obra de ampliação do refeitório existente de uma fábrica no leste da Alemanha.
O projeto para o túnel ferroviário e rodoviário submerso mais longo do mundo, conhecido como Fehmarnbelt link, recebeu aprovação das autoridades. A infraestrutura de 18 km, a mais longa de seu tipo, conectará a região de Lolland Falster da Dinamarca à região de Schleswig Holstein da Alemanha através do Mar Báltico, reduzindo o tempo de viagem entre os dois países para apenas 10 minutos de carro e sete minutos de trem.
Um dos fatores mais importantes a se levar em consideração quando se projeta um edifício é o clima específico do lugar. O clima pode ser um verdadeiro obstáculo e até um grande desafio, principalmente quando se trata de projetar em situações extremas. Nestes casos, se faz necessário utilizar materiais isolantes e desenvolver soluções práticas que possam favorecer as condições de conforto no interior do edifício. Entretanto, a maioria dos países latino-americanos como o México, possui um clima pra lá de privilegiado, algo que se transforma em um ponto à favor dos arquitetos, os quais podem então explorar relações mais diretas entre a arquitetura e a paisagem.
Na cúpula do Panteão em Roma, diversos artifícios foram usados para permitir que uma construção tão ousada se mantivesse de pé. Um deles diz respeito à composição do concreto (nesse caso, um concreto não-armado) com densidades distintas no decorrer da estrutura. Quanto mais próximo do topo, pedras mais leves foram utilizadas na mistura, diminuindo o peso próprio da cúpula, mas mantendo-a sólida na base. Outro artifício foi a inclusão dos “cofres”, que nada mais são que subtrações no concreto, permitindo a construção da abóbada mantendo uma seção transversal suficientemente robusta para suportar o seu próprio peso. Construído há quase 1.900 anos, esse edifício ainda continua surpreendendo-nos pela genialidade das soluções. Utilizar a quantidade dos materiais somente onde cumprem suas função primordial, criando estruturas inteligentes, é apenas uma das lições que esse edifício proporciona.
O concreto é símbolo importante de um período de grande reconhecimento da arquitetura brasileira e até hoje segue como um dos materiais preferidos dos profissionais da área interessados em explorar a flexibilidade e expressividade que seu uso confere aos projetos. Apesar de estar associado sobretudo às estruturas das construções, o concreto pode figurar como protagonista por sua materialidade, temperatura, cores e outros aspectos que vão além de suas qualidades estruturais. Quando mantido aparente, o concreto imprime um caráter marcante nas áreas internas das obras ao dialogar com os demais elementos que compõem a ambiência das propostas.
As casas gêmeas de Diego Rivera e Frida Kahlo, atual sede do Museu Casa Estúdio, foram encomendadas em 1931 para o jovem arquiteto e amigo da família, Juan O'Gorman. Esta importante obra foi uma das primeiras construções funcionalistas da América Latina, incorporando o estilo orgânico mexicano de maneira muito natural. O conjunto abrange uma casa para Frida e outra para Diego, com um estúdio em cada uma delas.
Não há como negar. O concreto aparente é o queridinho entre os arquitetos. Atualmente, vem sendo adotado em uma gama de construções e tipologias, desde obras de infraestrutura até projetos residenciais. Além de suas qualidades estruturais, sua aparência também agrada muito. Seu uso oferece determinadas qualidades e flexibilidade que podem garantir diferentes aspectos plásticos aos projetos. Já mostramos como pré-dimensionar estruturas em concreto, ou mesmo entender o que as rachaduras querem nos dizer. A seguir apresentamos algumas dicas para empregar este material e obter o melhor de suas possibilidades quando deixado aparente:
Os blocos de concreto são peças utilizadas sobretudo na execução de paredes e muros, podendo assumir função estrutural ou de vedação. Por ser um material pré-fabricado de baixo custo, comumente utilizado de forma aparente, é adotado em muitos projetos com o intuito de executar uma obra econômica, rápida e prática, sem necessidade de mão de obra especializada.