Ao abordarmos sobre reciclagem de materiais de construção há algumas dificuldades a se enfrentar para um resultado realmente abrangente e efetivo. Primeiramente, uma demolição sem cuidado pode tornar o processo muito complexo, misturando produtos com destinações distintas. Além disso, nem todos os materiais contam com processos realmente eficientes para sua reciclagem ou processamento como um outro produto. Muitos ainda são caros ou complexos demais. Mas a indústria da construção, sendo uma enorme contribuidora para a produção de resíduos e a emissão de gases do efeito estufa, também tem desenvolvido múltiplas novas tecnologias para melhorar suas práticas. É o caso do projeto WOOL2LOOP, que busca resolver um dos maiores desafios na utilização de resíduos de construção e demolição com uma abordagem de circularidade.
Conforto e Sustentabilidade na Arquitetura: O mais recente de arquitetura e notícia
Substituindo cimento por resíduos: economia circular através da tecnologia de polímeros
O que podemos aprender sobre Carbono Zero com a obra de Lelé?
A política do Carbono Zero tem como intuito criar uma espécie de balança ecológica para neutralizar a emissão de gases do efeito estufa. Diversos estudos relatam que o setor da construção civil é um um dos principais responsáveis pelo desequilíbrio no qual nos encontramos atualmente, afinal, consome recursos naturais em escala gigantesca e ainda constrói edifícios que não colaboram com a manutenção do meio ambiente. Sendo assim, buscar por caminhos para uma arquitetura neutra em carbono se tornou fundamental e um deles está em aprender com mestres do passado, como o arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, o Lelé.
Estratégias passivas de conforto térmico aplicadas em projetos residenciais
Foi-se o tempo em que eram bem vistas as arquiteturas que se fechavam para dentro de si, nas quais seu envoltório seria, não como um moderador do clima exterior no ambiente interno, mas uma barreira inerte e independente. Inúmeros equipamentos mecânicos, elétricos para ventilar, para aquecer, para resfriar. Uma completa máquina.
Hoje se pensa cada vez mais na interação da arquitetura com meio no qual está inserida, fazendo com que nós arquitetos assumamos a responsabilidade do conforto térmico dos ambientes, utilizando estratégias de projeto para uma climatização natural.
A construção "off-site" pode mudar radicalmente as regras do projeto de arquitetura
A popularidade de casas pré-projetadas e pré-fabricadas vem crescendo, transferindo grande parte do processo de construção do canteiro de obras para as fábricas. Enquanto países como Cingapura, Austrália e Reino Unido estão adotando cada vez mais edifícios modulares para atender à escassez de mão de obra e moradias, países nórdicos como a Suécia já constroem 90% das residências unifamiliares em madeira pré-fabricada. Apesar do recente aumento de interesse, a construção off-site não é, de forma alguma, um conceito novo. Na verdade, o método construtivo esteve presente ao longo da história em muitas tentativas de consolidar seu uso: ainda em 43 DC, o exército romano trouxe consigo fortes pré-fabricados para a Grã-Bretanha, enquanto o Japão já vinha construindo em madeira off-site e partes móveis em pré-montagens por pelo menos mil anos.
Como os vidros com resistência ao fogo podem salvar vidas sem comprometer o projeto
Embora o vidro seja geralmente apontado como a parte mais frágil de um edifício, isso nem sempre é verdade. Com os avanços tecnológicos e as contínuas inovações do setor, há vidros que, mesmo permitindo a entrada de luz natural em um ambiente, podem proteger o edifício das chamas. Além do fogo, existem também outras ameaças, como gases quentes, fumaça e transmissão de calor, que colocam em risco a evacuação segura de pessoas e a proteção de bens.
Como projetar uma acústica perfeita em pisos, tetos e paredes
À medida que nossas cidades se densificam e os tipos de edifícios se tornam cada vez mais mistos, tendemos a passar muito tempo em ambientes barulhentos. Quando falamos em conforto acústico, raramente pensamos em lugares como restaurantes, casas de show e grandes escritórios; locais com muitas pessoas, máquinas e ruído de fundo. A qualidade do som pode mudar totalmente a experiência das pessoas em um espaço interior, e melhorar a qualidade acústica do espaço depende do tratamento de todas as superfícies, desde paredes a tetos e pisos. Neste artigo, apresentaremos uma variedade de soluções para tetos, pisos e paredes, suas diferentes combinações, e um guia simples de como aplicá-las corretamente em espaços públicos sem comprometer a estética do interior.
Reformar deverá ser a especialidade dos arquitetos do futuro?
A escolha de Lacaton & Vassal para receber o Prêmio Pritzker de 2021 foi, acima de tudo, emblemática. Sob o mantra “nunca demolir, nunca remover ou substituir, sempre adicionar, transformar e reutilizar”, a dupla francesa construiu uma carreira focada em reformar edificações, dotando-as de qualidade espacial, eficiência e novos programas. Sua abordagem contrasta com grande parte das arquiteturas que estamos acostumados a prestigiar: obras icônicas, imponentes e grandiosas. Também, com a noção da tabula rasa, de construir e reconstruir do zero, tão bem representada na Ville Radieuse de Le Corbusier, e que tem fascinado arquitetos e urbanistas desde então.
Seja por conta das demandas de sustentabilidade em voga atualmente, ou simplesmente por já existirem construções o suficiente em muitas partes do mundo, o ofício de reabilitar espaços e edificações tem sido visto como importante motor de mudanças. O foco é, geralmente, centrar os esforços nos espaços interiores, dando especial atenção à qualidade ambiental e ao conforto dos habitantes, além de adequar os usos às demandas contemporâneas. A principal questão gira em torno de que forma atualizar (e até automatizar) os edifícios do passado para se adaptarem às novas necessidades de eficiência, sustentabilidade e bem-estar.
Multi Comfort: conheça os vencedores da 16ª edição do Concurso Internacional de Estudantes da Saint-Gobain
A Saint-Gobain anunciou os resultados da 16ª edição do Multi Comfort Student Contest internacional. Este ano, o desafio foi converter a área pós-industrial da empresa Coignet em Saint-Denis (França) num espaço de vivência, aprendizagem e lazer no seio de um grande espaço verde, respeitando o patrimônio histórico e as necessidades de desenvolvimento sustentável de bairros modernos, em colaboração com a cidade de Saint-Denis.
Saiba mais sobre os três principais projetos vencedores abaixo.
Como a iluminação afeta o humor?
É muito provável que você esteja lendo esse texto em um espaço fechado e com as luzes ligadas. Com o nosso atual estilo de vida, é comum passarmos a maior parte dos dias em salas fechadas realizando nossas tarefas diárias banhados pela soma de luzes artificiais e naturais. Ao mesmo tempo que as luzes artificiais trouxeram infinitas e incalculáveis possibilidades à humanidade, elas também causaram uma certa confusão ao nosso corpo, que se adaptou por milhares de anos a responder aos estímulos da luz do sol e à escuridão da noite. Trata-se do Ritmo ou Ciclo circadiano, que designa o período de aproximadamente 24 horas que se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, influenciado sobretudo pela luz recebida, mas também pela temperatura e outros estímulos.
Como evitar as principais fontes de perda de energia nos edifícios
O conforto térmico fica bastante evidenciado quando não é atendido. Isso porque quando as condições térmicas são adequadas em um local, o corpo encontra-se em equilíbrio com o ambiente e os ocupantes podem simplesmente desenvolver suas atividades normalmente. Pelo contrário, quando um espaço é quente ou frio demais, logo observamos mudanças no nosso humor e corpo. A insatisfação com o ambiente térmico ocorre quando o balanço térmico é instável, ou seja, quando há diferenças entre o calor produzido pelo corpo e o calor do corpo perdido para o ambiente.
Fim do desperdício: dez maneiras de incorporar a economia circular em um projeto arquitetônico
Uma economia circular é um sistema econômico que visa eliminar o desperdício e o uso contínuo de recursos. Olhando para além do atual modelo industrial extrativo de coleta e descarte, uma economia circular visa redefinir o crescimento, com foco em benefícios positivos para toda a sociedade. Implica desvincular gradualmente a atividade econômica do consumo de recursos finitos e projetar os resíduos para fora do sistema. Apoiado por uma transição para fontes de energia renováveis, o modelo circular constrói capital econômico, natural e social.
É baseado em três princípios:
- Eliminar o desperdício e a poluição.
- Manter os produtos e materiais em uso.
- Regenerar sistemas naturais.
As megacidades do futuro também podem se tornar inteligentes?
Cidades estão tão profundamente enraizadas na história da humanidade que dificilmente nos perguntamos por que vivemos nelas ou qual a razão de nos agruparmos em assentamentos urbanos. Ciro Pirondi, arquiteto brasileiro, aponta que vivemos em cidades porque gostamos de ter alguém para conversar, enquanto Paulo Mendes da Rocha classifica a cidade como “a suprema obra da arquitetura”. A cidade é o mundo que o homem constrói para si próprio. Tratam-se de imensas construções coletivas, palimpsestos, colagens de camadas de histórias, realizações, conquistas e perdas.
Já somos majoritariamente urbanos desde 2007. E a porcentagem deve chegar a 70% de pessoas vivendo em cidades em 2050. Nos próximos anos, megacidades com mais de 10 milhões de habitantes deverão se multiplicar, principalmente na Ásia e na África, muitas delas em países em desenvolvimento. Tal projeção levanta o alerta em relação à sustentabilidade e às mudanças climáticas que as cidades catalisam. E, claro, sobre como possibilitar a qualidade de vida a seus habitantes e de que forma eles poderão prosperar e se desenvolver em contextos que, muitas vezes, não são os ideais. Como esses assentamentos urbanos receberão este aporte da população? Enquanto seus centros antigos demandarão transformações e atualizações, suas periferias exigirão o projeto de novas residências e equipamentos públicos, além de infraestruturas adequadas. Como esse processo pode ajudar os centros urbanos a se tornarem inteligentes, utilizando de forma criativa e eficiente a tecnologia já disponível a favor de seus habitantes?
Acústica mal projetada em salas de aula prejudica o desempenho e o bem estar dos alunos e professores
Poucas coisas irritam mais que a exposição a ruídos excessivos, por longos períodos de tempo ou a incapacidade de entender o que precisamos ouvir. Seja uma obra próxima, o tráfego de uma rodovia, o ar condicionado ou o vizinho aprendendo saxofone, pesquisas mostram que ruídos podem contribuir para doenças cardiovasculares, aumento de pressão, dores de cabeça, alterações hormonais, distúrbios no sono, redução no desempenho físico e mental e a redução do bem-estar. Por outro lado, em um ambiente acusticamente "confortável", além de ouvirmos o que desejamos, nos concentramos melhor e nos sentimos mais calmos.
A preocupação com a criação de ambientes acusticamente confortáveis é geralmente relegada a cinemas, salas de concertos e estúdios de gravação. Mas é particularmente importante em ambientes de aprendizado, como salas de aulas, já que influencia diretamente na relação ensino-aprendizagem. O desconforto acústico pode prejudicar o processo de aquisição de conhecimento, interferindo na atenção e piorando a comunicação entre aluno e professor.
A ventilação natural não é a solução mais eficiente em todos os casos
A ventilação serve a duas finalidades principais em um espaço: em primeiro lugar, retirar os poluentes presentes e fornecer ar limpo. A segunda é atender às necessidades metabólicas dos ocupantes, proporcionando temperaturas agradáveis aos espaços, se o clima permitir. É sabido que ambientes com ventilação inadequada podem trazer sérios malefícios à saúde dos ocupantes e, principalmente em climas quentes, desconforto térmico. Um estudo da Universidade de Harvard mostrou que em edifícios com boa ventilação e melhor qualidade do ar (com menores taxas de dióxido de carbono), os ocupantes apresentam melhores desempenhos das funções cognitivas, respostas mais rápidas a situações extremas e melhor raciocínio em atividades estratégicas.
Não é difícil perceber que a ventilação desempenha papel vital na garantia de uma boa adequada do ar e no conforto térmico em edifícios. Todos já sentimos isso. Mas quando falamos de ventilação, sempre nos vêm à mente uma brisa leve da janela, balançando o nosso cabelo, com um aroma agradável e uma temperatura que nos traz conforto. Em climas amenos, isso pode até ser uma realidade na maioria dos dias do ano. Em climas severos ou locais poluídos isso é bem diferente.
Conforto e Sustentabilidade na Arquitetura: Tendências 2021
Pouco antes do início dos bloqueios globais em resposta à disseminação da COVID-19, nos reunimos com especialistas da Saint Gobain em sua nova sede em Paris para discutir uma extensa investigação conduzida em 2019, com o objetivo de compreender as transformações que a arquitetura e construção experienciou nos últimos anos. Após uma interessante troca de ideias, escolhemos os temas mais relevantes para serem analisados em profundidade por nossa equipe de editores, resultando em uma série de artigos que combinaram as tendências identificadas com os acontecimentos inesperados ocorridos durante 2020, conectando-os diretamente ao projeto arquitetônico.
Agora, entrando em um 2021 incerto e promissor, paramos e relemos esses artigos com atenção. Quantas dessas tendências ainda são válidas e quanto elas evoluíram? Que novas tendências provavelmente surgirão nos próximos anos?
Acústica: por que os arquitetos não deveriam deixar tudo para os consultores
Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas densas. Restaurantes, lojas, hotéis ou escritórios desconfortavelmente barulhentos são suficientes para manter os clientes afastados. Ao planejar uma reunião ou mesmo sair à noite com amigos, estamos conscientes de selecionar um local onde possamos nos concentrar e ouvir um ao outro. Quanto mais barulhento fica nosso mundo, mais difícil é nos concentramos nos sons que realmente queremos ouvir.
Desde o começo dos tempos, nossos ouvidos nos alertaram sobre o perigo que se aproxima. Enquanto sua função permanece a mesma, os perigos de hoje são diferentes do que eram no passado. Sons indesejados podem ter efeitos graves para a saúde, tais como: perda auditiva, pressão alta, dores de cabeça, alterações hormonais, doenças psicossomáticas, distúrbios do sono, redução do desempenho físico e mental, reações de estresse, agressividade, sentimentos constantes de desprazer e redução geral bem-estar. Com essa lista de efeitos colaterais, seria tolice deixar o conforto acústico de nossos espaços apenas para consultores. Quando os arquitetos tem a consciência do conforto acústico, o resultado final pode ser extraordinário.