As crises geralmente provocam mudanças na maneira como nos movemos. A prosperidade pós-guerra fez do automóvel um item doméstico e um estilo de vida. A crise fiscal e petrolífera global dos anos 70 trouxe um boom de bicicletas de curta duração e uma retirada dos dólares das cidades para o transporte público. E a crise financeira de 2008 preparou o caminho para que o capital de risco no Vale do Silício estourasse, apoiando novas plataformas como Uber e Waze.
COVID-19: O mais recente de arquitetura e notícia
O papel do transporte informal na recuperação pós-pandemia
Cientistas criam primeiro atlas global dos microrganismos urbanos
"Se você me der seu sapato, poderia dizer com 90% de precisão a cidade no mundo de onde você veio.” Este é o nível de exatidão garantido pelo professor Christopher Mason, da Weill Cornell Medicine, principal autor do primeiro atlas global de microrganismos urbanos. O estudo, desenvolvido pelo Consórcio Internacional Metagenômica e Metadesenho do Metrô e Biomas Urbanos (MetaSUB), que também conta com pesquisadores brasileiros da Fiocruz e da USP, mapeia o microbioma de algumas das maiores cidades do mundo.
12 Estratégias para construir cidades mais resilientes em tempos de pandemia
A UN-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo principal foco é encontrar soluções para os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de crescimento e expansão urbana em países de economias emergentes, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas no usuário e nos processos participativos. Pensando nisso, o ArchDaily associou-se a UN-Habitat para trazer notícias, artigos e entrevistas semanais que se destacam neste setor, disponibilizando a nossos leitores conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
A medida que a luta contra o coronavírus parece ainda muito distante de um final feliz, as restrições impostas para tentar minimizar o risco de contágios e consequentemente, de hospitalizações e mortes, continua a castigar muitas cidades ao redor do mundo. Neste contexto, a necessidade de se criar instrumentos alternativos que possam ajudar as entidades urbanas e governos locais a sair desta situação parece mais urgente do que nunca. Embora a pandemia tenha provocado uma mudança drástica na maneira como nos relacionamos uns com os outros e principalmente no modo como nos apropriamos dos espaços públicos, a demanda por mais áreas verdes e espaços abertos não diminuiu, muito pelo contrário. As pessoas, mais do que nunca, precisam sair, se exercitar, ter um contato mínimo com a natureza, poder se locomover, trabalhar, estudar e socializar com outras pessoas para manter um estado mental minimamente saudável. Pensando nisso, a UN-Habitat está lançando uma campanha que procura apontar os possíveis caminhos para se estabelecer uma resposta urbana eficaz em combate à Covid-19, delineando ferramentas que podem ajudar os governos locais a prevenir a disseminação e propagação do vírus além de desenvolver estratégias de resiliência urbana para encarar possíveis situações similares no futuro.
Um ano de pandemia: o que mudou na forma de se deslocar?
Mais de um ano se passou desde que a pandemia impôs ao mundo uma nova rotina e um protocolo de cuidados atípico. Um levantamento do NZN Intelligence, em parceria com o Estadão Summit Mobilidade Urbana, mostra que, no Brasil, 45,3% das pessoas mudaram a forma de se deslocar desde então.
A fuga de aglomerações levou 40,2% a aumentarem o uso do carro particular e 31, 6% a se deslocarem mais a pé ou de bicicleta, respondendo a uma tendência global de incentivo à mobilidade ativa.
Parque Ibirapuera delimita áreas para garantir distanciamento social
Com o objetivo de oferecer mais segurança àqueles que desejam aproveitar o contato com a natureza, a Urbia desenhou 40 círculos no gramado da Praça da Paz, no Parque Ibirapuera. A medida foi adotada pela concessionária, responsável pela gestão do maior parque da capital paulista, com a finalidade de incentivar o distanciamento entre os frequentadores.
Os círculos, com cerca de 4 metros de diâmetros, foram desenhados utilizando resíduo de manejo da flora do próprio local, o que os tornam totalmente sustentáveis. Assim, o visitante poderá ficar seguro dentro do seu núcleo de distanciamento. Vale ressaltar que é importante a utilização de máscara durante todo o período em que os frequentadores permanecerem no Parque.
O design estratégico deve refletir uma nova cultura de trabalho pós-pandemia
Após mais de um ano nesta experiência mundial de trabalhar em casa, ainda não encontramos a fórmula perfeita para que a força de trabalho retorne aos respectivos escritórios. Além disso, não apenas a situação do "trabalhar em casa" - Working From Home (WFH) durou mais do que o previsto, mas também se incorporou à maneira como trabalharemos para sempre. À medida que as vacinas são lançadas, os líderes de diversas organizações devem agora considerar seriamente como lidar com o retorno de seus funcionários ao escritório físico.
A importância da arquitetura na prevenção e no controle de doenças
No atual cenário mundial, conciliar estudos de arquitetura com a saúde é sempre bem-vindo. O ano de 2020 parou o mundo e refletiu a importância de se voltar os olhares para as áreas mais vulneráveis. Como abranger, igualmente, serviços públicos de qualidade para toda uma população, se uma parcela dela está com seu espaço urbano fragilizado? É essencial buscar respostas à essa questão para planejar um futuro sustentável para a humanidade.
Nesse sentido, o objetivo deste artigo é proporcionar uma reflexão acerca da desigualdade socioeconômica espacial, promovendo a arquitetura como elemento para auxiliar a transformação desses espaços, apresentando dados que elucidem a situação urbana habitacional dos aglomerados subnormais e que realizem análises das doenças negligenciadas desses assentamentos.
Do emergencial ao permanente: transformando a infraestrutura cicloviária para além da pandemia
Quando a pandemia de Covid-19 estourou, a preocupação com a transmissão do vírus no transporte coletivo levou muitas pessoas a optarem por outras alternativas de mobilidade – principalmente pedalar. A bicicleta ganhou popularidade tanto para uso recreativo quanto como meio de transporte, uma tendência especialmente evidente nos Estados Unidos, no México, na Colômbia, na Alemanha e na França. Nos casos de França, Alemanha e Estados Unidos, a média semanal de uso da bicicleta aumentou respectivamente em 4%, 7% e 20% em relação aos números de 2019.
Mars House, a primeira casa digital vendida no mundo
A Mars House, concebida pela artista e fundadora do Techism Movement, Krista Kim, tornou-se a primeira casa digital a ser comercializada no mundo. Elaborada como um arquivo digital único e exclusivo, como uma espécie de token criptográfico (NFT), a Mars House é na verdade um arquivo 3D que pode ser explorado através de realidade virtual ou realidade aumentada. A Mars House é uma estrutura feita de luz, uma casa digital com uma atmosfera única e que vem acompanhada por uma trilha sonora criada por Jeff Schroeder da banda Smashing Pumpkins.
Tecnologia, luta de classe e o mercado imobiliário em tempos de pandemia
Já faz mais de um ano que fomos todos pegos de surpresa com o então surto de coronavírus que, posteriormente, se transformaria em pandemia e nos mantém ainda hoje em completo estado de suspense. Entretanto, não demorou muito para toda esta situação passasse a ser encarada como um desafio a ser superado, inspirando arquitetos e arquitetas ao redor do mundo a desenvolver soluções e estratégias projetuais para combater a maior e mais longa crise sanitária da modernidade. Neste contexto, é importante mencionar o fato de que a grande maioria destas inovações foram comissionadas ou comercializadas pelo setor imobiliário e portanto, representam um benefício a apenas uma pequena parcela da população. Entretanto, à medida que estas empresas se esforçam para oferecer melhores alternativas aos clientes com melhores condições financeiras, a pandemia faz muito mais vítimas junto à classe trabalhadora, principalmente no que se refere às restrições que lhes são impostas e os poucos benefícios que lhes são oferecidos. Somado a isso, quando observamos as condições de moradia das classes mais baixas, especialmente em países mais pobres ou aqueles de economia emergente, a precarização dos espaços habitáveis é um agravante o qual, resulta diretamente da total liberdade e da falta de fiscalização que gozam os empreendedores do mercado imobiliário nestes países.
Redes da Maré: a favela na pandemia
Para entender como as comunidades vêm enfrentando a crise de Covid-19, o Caos Planejado recebe em seu podcast Eliana Sousa Silva, diretora da ONG Redes da Maré e coordenadora da campanha “Maré diz não ao Coronavírus”.
Nascida em Serra Branca, na Paraíba, Eliana é mestre em Educação e doutora em Serviço Social e Segurança Pública pela PUC-Rio. Atua como pesquisadora em segurança pública e professora visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP.
O cenário da pandemia pode gerar cidades caminháveis?
Dois meses e onze dias após o início de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia por Covid-19. Para conter a ameaça que estava se alastrando, pessoas e autoridades tiveram que criar estratégias coletivas e mudar seus comportamentos. Esta batalha entre vírus e humanidade também colocou em xeque a existência e manutenção de uma das criações humanas mais importantes: as cidades.
Como símbolo do ambiente onde acontecem encontros casuais entre pessoas diferentes e experiências diversas, as pessoas governando ambientes urbanos foram desafiadas a convencer e, em alguns casos, forçar sua população a ficar em casa como principal medida para conter o contágio.
O que o mercado imobiliário nos diz sobre as migrações de volta às cidades?
Quase um ano após o início da pandemia de COVID-19, parece que estamos começando a recuperar minimamente o sentido de normalidade—ou de uma nova normalidade. Com a esperança injetada pela chegada das primeiras vacinas, voltamos a pensar sobre o futuro e os impactos da pandemia em nossos modos de vida. Durante o primeiro lockdown, testemunhamos um esvaziamento da maioria dos grandes centros urbanos, passando a habitar cidades fantasmas à medida que aqueles que podiam, buscavam refúgio em áreas menos densas e próximas à natureza. Passamos a nos questionar se estávamos de fato vivendo um fenômeno de êxodo urbano, contrário ao alarmante incremento da população urbana testemunhado ao longo das últimas décadas. Esta tendência, entretanto, foi apenas temporária e as pessoas estão finalmente voltando para a cidade.
A religião da cidade: carros, transporte coletivo e Coronavírus
A religião é uma realidade exclusivamente humana. Assim como as cidades. À medida que emergimos de nosso isolamento, as cidades silenciosas e locais de adoração serão novamente humanizados, em comparação com a triste memória do que já foram.
Vamos nos recuperar dessa estranha realidade, a pandemia e, quando o fizermos, seremos forçados a responder a algumas questões. Antes deste século, o automóvel já foi visto como a forma como os americanos podiam criar uma nova realidade: uma enorme classe média que podia controlar sua vida usando a liberdade que os carros lhes davam para ir onde quisessem, quando quisessem e viver onde eles quisessem viver. Entretanto, antes do isolamento, essa visão do que os carros significavam para nossa cultura estava mudando - especialmente nas cidades.
As diversas escalas de "verde" no urbanismo chinês
O confinamento forçado, resultado da política de isolamento da pandemia global de COVID-19, fez com que todos passassem um bom tempo olhando pela janela. Às vezes, quando estamos exaustos com o trabalho e a vida cotidiana, desejamos apenas uma fuga rápida para oceanos e florestas, em algum lugar perto da natureza.
Espaços públicos e os desafios da Covid-19: intervenções da UN-Habitat no Vietnã, Bangladesh e Índia
A Un-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo principal foco é encontrar soluções para os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de crescimento e expansão urbana em países de economias emergentes, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas no usuário e nos processos participativos. Pensando nisso, o ArchDaily associou-se à UN-Habitat para trazer notícias semanais, artigos e entrevistas que se destacam neste setor, disponibilizando a nossos leitores conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
“Ao longo deste ano pandêmico, os espaços públicos desempenharam um papel fundamental para a manutenção da saúde física e mental das pessoas em diferentes comunidades urbanas no mundo todo”, afirma James Delaney, presidente da Block by Block. Na verdade, as pessoas sempre precisaram sair de casa, e agora isso se faz mais evidente que nunca. Pensando nisso, com o principal objetivo de qualificar uma série de espaços públicos para melhor enfrentar os desafios impostos pela pandemia de COVID-19, a UN-Habitat uniu forças com a Fundação Block by Block para desenvolver soluções urbanas em dez diferentes cidades do planeta para ajudá-las a voltarem com segurança à normalidade. Desenvolvidas em parceira com as autoridades e governos locais além de contar com a ativa participação das comunidades envolvidas, estas iniciativas ajudaram a estabelecer espaços públicos seguros e saudáveis, especialmente em bairros pobres, onde historicamente há uma carência de áreas verdes e espaços de convívio. Embora estas sejam soluções imediatas para um problema recente, elas são também uma oportunidade para resolvermos problemas históricos, como a desigualdade, a falta de oportunidades e infra-estrutura pública nos bairros mais pobres das grandes cidades. Pensando nisso, a UN-Habitat lançou-se em uma empreitada que abrangeu desde a instalação de playgrounds móveis para as crianças de Hanói, no Vietnã, passando pela construção de estruturas temporárias para vendedores ambulantes nas cidades de Dhaka e Khulna, em Bangladesh, até a introdução de espaços públicos seguros em assentamentos informais de Bhopal, na Índia.
Como a experiência sensorial pode salvar a arquitetura comercial?
Você pode se surpreender, mas os dias de compras nas lojas físicas estão longe de acabar - na verdade, eles estão em fase de revitalização, para criar um modelo totalmente novo de experiência e design, de forma a atrair novamente os consumidores para as lojas. A ascensão do e-commerce e a pausa causada pela pandemia COVID-19 serviram como um catalisador perfeito para a criação de um novo modelo de experiência, através de recursos projetuais exclusivos, avanços tecnológicos e customização, que revitalizarão as lojas físicas no futuro.