Na prática da preservação histórica, há muitas vezes a tentação de transformar um edifício em um objeto para exibição - meticulosamente restaurado, imutável, fisicamente isolado - a fim de removê-lo do fluxo da história. O estúdio multidisciplinar Rietveld-Architecture-Art-Affordances (RAAAF) de Amsterdã se opõe a este método de lidar com ruínas arquitetônicas. Em vez disso, propõe tornar a história tangível, alterando essas estruturas em decomposição de forma a tornar suas histórias visíveis. O escritório deu um nome a esta abordagem - "herança hardcore" [Hardcore Heritage].
O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT) aprovou recentemente o tombamento da Residência José Mário Taques Bittencourt II, projetada por Vilanova Artigas e concluída em 1962. A casa, de pouco mais de 400 metros quadrados, está localizada no bairro paulistano de Sumaré.
Em 2017 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) completa 80 anos de atuação e, como parte das comemorações, lançou no dia 13 de janeiro o edital do concurso nacional para a escolha do Emblema do Patrimônio Cultural Brasileiro. O objetivo da seleção é criar uma identidade visual para os bens do Patrimônio Cultural Brasileiro, valorizando sua condição especial e apoiando sua promoção. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas entre 16 de janeiro a 02 de março de 2017. O prêmio para o trabalho vencedor será de R$ 30 mil.
OAggregate Architectural History Collaborative organizou uma série de ensaios intitulada The Destruction of Cultural Heritage: From Napoléon to ISIS[A Destruição do Patrimônio Cultural: De Napoleão ao ISIS], que examina muitos séculos de demolição de monumentos no Oriente Médio. Com a discussão sobre o Estado Islâmico e a proteção do patrimônio arquitetônico cada vez mais inflamada, esta série é uma importante ferramenta no entendimento do papel da violência, da mídia e como a arquitetura antiga é vista como elemento cultural.
Com o objetivo de formar, durante 24 meses, profissionais graduados em diversas áreas de conhecimento para atuarem no campo da preservação do patrimônio cultural, o Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (PEP/MP/Iphan) abre as inscrições para a seleção de 20 bolsas. Os interessados poderão se inscrever até o dia 03 de março de 2017.
O Mestrado Profissional associa as práticas de preservação nas unidades da Instituição, distribuídas no território nacional, ao aprendizado teórico-metodológico e à pesquisa. O início das atividades será dia 01 de agosto de 2017, conforme determinações do Edital.
Desenvolvidos por moradores do Vidigal, os projetos Telhado Orgânico Medicinal e Galeria Viva já se tornaram referência para a comunidade do morro carioca. Com o intuito de valorizar estas iniciativas, o vereador Reimont apresentou o Projeto de Lei nº 1.583/2016, que declara como patrimônio cultural urbano de natureza imaterial da cidade do Rio de Janeiro, o espaço.
O Telhado Medicinal, como foi batizada a cobertura do ponto das kombis, na Pracinha do Vidigal, é repleto de plantas verdes cultivadas de maneira orgânica. Ele foi totalmente elaborado e executado com apoio popular, sem investimento público. O objetivo da cooperação solidária entre vizinhos e amigos do Vidigal foi incentivá-los a repensarem e mudarem seus hábitos alimentares. Outro benefício é a recomposição da área verde, que tem sido destruída por causa do desmatamento.
Reconhecida como uma das cidades mais belas do mundo, o Rio de Janeiro encontra na relação entre homem e natureza a âncora para o seu título de primeira paisagem cultural urbana declarada Patrimônio Mundial, conferido de forma inédita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Anteriormente, os sítios reconhecidos nessa tipologia eram relacionados a áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e outros locais de cunho simbólico. A cidade do Rio de Janeiro passou, em 1º de julho de 2012, a ser a primeira área urbana no mundo a ter reconhecido o valor universal da sua paisagem urbana.
Através de uma carreira de somente 13 anos, o arquiteto italiano Giuseppe Terragni (1904-1943) deixou um importante legado de obras construídas que hoje são referências obrigatórias da arquitetura moderna e racionalista.
Viajamos às cidades de Como e Milão para visitar quatro obras emblemáticas que refletiam claramente sua forma de projetar; baseado na configuração organizada dos elementos arquitetônicos, que aparecem limpos, puros e expressivos... individuais, mas conformando parte essencial de um conjunto harmônico.
Novocomum, Casa Rustici, Asilo Sant'Elia, Casa Giuliani Frigerio e um bônus, a seguir.
A técnica de escaneamento a laser vem sendo empregada há alguns anos no restauro de edificações. O edifício da FAU USP, por exemplo, teve suas fachadas escaneadas por uma equipe de especialistas da Universidade de Ferrara, Itália, com o intuito de identificar e mapear possíveis fissuras em suas empenas de concreto.
Mais recentemente outra obra icônica do modernismo brasileiro está passando pelo mesmo processo: A Casa de Vidro de Lina Bo Bardi no Morumbi, São Paulo. Também executada por especialistas de Ferrara, a tarefa de escanear a estrutura faz parte de um plano de restauro financiado pelo programa Keep it Modern da Getty Foundation que tem como objetivo mapear algumas patologias estruturais já conhecidas e identificar possíveis novas.
O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) é o órgão responsável por proteger, valorizar e divulgar o patrimônio cultural no Estado de São Paulo. O tombamento de patrimônios vai além da proteção de imóveis: diversos locais podem ser tombados de modo a preservar parte da memória e história de municípios, além da trajetória da população do estado.
Uma das cidades do mundo com maior riqueza de azulejaria, Belém (PA) deslumbra o visitante com a variedade de cores, desenhos, texturas e tamanhos dos seculares azulejos que constroem a narrativa histórica e cultural da cidade. No intuito de promover a beleza e a diversidade dessas peças que decoram as fachadas das edificações belenenses, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan) lança na capital paraense o livro Azulejaria em Belém do Pará – Inventário – Arquitetura civil e religiosa – Século XVII ao XX.
O evento ocorrerá amanhã, 1º de setembro, com a palestra Azulejos de Belém às 16h00 seguida com o lançamento às 18h30, no anexo da Superintendência do IPHAN-PA, e terá participação da presidente do IPHAN, Kátia Bogéa.
Fábricas desativadas, casarões e prédios históricos abandonados têm sido ocupados, nesta última década, por coletivos de cultura ou por movimentos populares de moradia. Quais os sentidos e significados desse patrimônio ocupado? O que tais ocupações sinalizam para as políticas públicas de patrimônio?
Com base nestas questões, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc realiza, no dia 30 de agosto, o encontro "O patrimônio ocupado: habitação, cultura e direito à memória", que tem por objetivo trazer à discussão diferentes experiências de ocupação, ligadas à luta por moradia, direito à cidade e à memória.
A Sapienza Università di Roma, a mais antiga instituição educacional de Roma, Itália, oferece um curso totalmente gratuito na área de arqueologia. O conteúdo está disponível na plataforma de ensino on-line Coursera e qualquer interessado em descobrir os fundamentos históricos e culturais da humanidade pode participar.
O curso Recuperando o Passado da Humanidade e Salvando o Patrimônio Universal (Recovering the Humankind’s Past and Saving the Universal Heritage) aborda elementos básicos da arqueologia, além de técnicas de investigação, preservação e difusão do patrimônio histórico mundial.
A publicação Educação Patrimonial: Inventários Participativosconsiste em um desdobramento do Programa Mais Educação, realizado através de uma parceria entre o MEC e o Iphan, nas escolas públicas do Brasil, com o objetivo de fazer com que os alunos identificassem suas referências culturais. O uso nesses espaços fez com que a sociedade se apropriasse deste instrumento para além dos muros das escolas e fosse usado por grupos e comunidades a partir de uma linguagem que se comunica com os indivíduos, contudo sem formalizar o reconhecimento por parte das instituições oficiais de preservação.
O Box arquitetura e patrimônio discorre de modo simples e objetivo as questões que envolvem a profissão de arquiteto e urbanista. Também propõe uma reflexão sobre o patrimônio cultural de nossas cidades.
A nova lista indicativa de Portugal ao Patrimônio Mundial que foi recentemente concluída integra a obra construída de Álvaro Siza e a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa – mais concretamente o conjunto constituído pelo edifício-sede (projeto dos arquitetos Ruy Athouguia, Pedro Cid e Alberto Pessoa) e pelo parque (projeto de António Viana Barreto e de Gonçalo Ribeiro Telles). Também a rota de Fernão de Magalhães, que em 1522 concluiu a primeira viagem de circum-navegação, e os caminhos portugueses de peregrinação a Santiago de Compostela passam a integrar a lista.
A década de 1960 assistiu a vários movimentos das minorias, dentre eles o dos ambientalistas. Eles tinham como principal alvo de suas críticas o lançamento de grandes quantidades de produtos químicos no meio ambiente, sem o entendimento dos seus impactos sobre a biosfera.[1] Nesta década destacamos o início da mudança no olhar sobre a preservação do patrimônio que passou de uma visão tradicional que valorizava apenas os monumentos “excepcionais” à proteção a grupos de edificações históricas, à paisagem urbana e aos espaços públicos. “Quando se pensa em termos de patrimônio ambiental urbano, não se pensa apenas na edificação, no monumento isolado, testemunho de um momento singular do passado, mas torna-se necessário, antes de mais nada, perceber as relações que os bens naturais e culturais apresentam entre si, e como o meio ambiente urbano é fruto dessas relações”.[2]