Estamos muito longe da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e evitar os piores riscos das mudanças climáticas. Mas essa meta ainda é possível, de acordo com o mais recente relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) – e essa esperança deve orientar as decisões político-econômicas desta década, segundo o WWF-Brasil.
Crise Climática: O mais recente de arquitetura e notícia
Ainda é possível controlar o aquecimento global, diz IPCC
Crise climática: um alerta para os assentamentos latino-americanos
O IPCC divulgou seu último relatório sobre a crise ambiental, "Mudança Climática 2022: impactos, adaptação e vulnerabilidade". As novas observações advertem que medidas prioritárias urgentes devem ser tomadas sobre a adaptabilidade do ambiente construído, indicando que globalmente o crescimento mais rápido da vulnerabilidade urbana tem sido em assentamentos informais e não planejados, e em centros urbanos de pequeno e médio porte em países onde a capacidade adaptativa é limitada devido a sua renda - uma situação recorrente na América Latina.
Entendendo as escalas de emissões de carbono: quem causa os maiores impactos?
A pegada de carbono e emissões de CO2 são assuntos importantes em nossas conversas sobre como criar um futuro mais sustentável. Ao longo do tempo, diferentes empresas, organizações e indivíduos prometeram alterara seus estilos de vida e hábitos para realizar mudanças que mostrem que eles são dedicados a combater as mudanças climáticas. Especialmente no setor de design, no qual edifícios geram quase 40% das emissões anuais de CO2 entre operações diárias e construção/demolição, os arquitetos há muito tempo sentem a pressão de explorar novas maneiras e provar que estão fazendo sua parte.
Quando examinamos diferentes escalas de emissões, uma pergunta normalmente vem à tona: como podemos medir diferentes níveis de impacto? É nossa responsabilidade individual reciclar e nunca mais usar canudos de plástico? Será que isso tem um grande impacto? Será que mais fabricantes de carros precisam encontrar alternativas para automóveis abastecidos por gasolina? Será que os arquitetos precisam apenas encontrar materiais sustentáveis? Quais são medidas factíveis que provocam um impacto verdadeiro?
Impacto das mudanças climáticas: 6 descobertas do relatório do IPCC de 2022 sobre adaptação
O novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) traça um cenário preocupante: as mudanças climáticas já afetam todas as partes do mundo, e impactos muito mais severos podem estar nos esperando se não reduzirmos as emissões de gases do efeito estufa pela metade ainda nesta década e não começarmos imediatamente a ampliar as medidas de adaptação.
Montantes leves feitos de celulose: Wood Tube
Entre as muitas dificuldades que a indústria da construção enfrenta atualmente, o confrontar a emergência climática continua sendo um dos principais desafios. De fato, considerando que o setor é responsável por cerca de 40% das emissões globais de gases de efeito estufa, a busca por uma arquitetura net-zero deveria ser a principal prioridade. Embora haja um longo caminho a percorrer para a maioria dos edifícios anular a quantidade de dióxido de carbono que produzem, o conceito está ganhando força rapidamente e certamente se tornará a nova norma à medida que olhamos para um futuro não muito distante. E como arquitetos, designers e outros atores envolvidos na indústria podem contribuir para o design sustentável e a arquitetura net-zero?
O que é arquitetura neutra em carbono? Termos e estratégias de projeto
Por mais revolucionário que o setor da construção civil possa parecer hoje em dia, ele é atualmente responsável por quase 40% das emissões mundiais de dióxido de carbono, 11% das quais são resultado da fabricação de materiais de construção, como aço, cimento e vidro. Alguns anos depois, após uma pandemia global que acarretou mudanças de rotina e provas incontestáveis da mudança climática, as emissões de CO₂ ainda estão em ascensão, atingindo um máximo histórico em 2020, de acordo com o Relatório da Situação Global de Edifícios e Construção de 2020. Embora muito progresso tenha sido feito por avanços tecnológicos, estratégias e conceitos de projeto e processos de construção, ainda há um longo caminho a percorrer para reduzirmos as emissões de carbono a um mínimo ou quase zero no desenvolvimento de ambientes construídos.
Compromissos, ambição e frustração: o progresso da América Latina nas questões climáticas
No alto da Cordilheira dos Andes, as geleiras recuaram e diminuíram sob os efeitos das mudanças climáticas. Em torno de quatro milhões de pessoas dependem das geleiras para obter água, mas elas perderam quase um metro de espessura nos últimos 20 anos.
A pandemia interrompeu o processo para reduzir as emissões de carbono?
Com a magnitude e a urgência da crise imediata da Covid-19 no mundo, iniciativas foram concentradas em salvar vidas, ao invés de focarem em preocupações relacionadas ao caminho para zerar as emissões de carbono. Zerar as emissões líquidas de carbono no setor de construção é definido por quando a quantidade de emissões de carbono associadas com a construção de um prédio e sua finalização totalizam zero. Um prédio de zero energia terá um consumo total líquido de energia de zero; a quantidade total de energia utilizada pelo prédio anualmente é igual à quantidade de energia renovável gerada no terreno construído.
Enquanto a emergência climática se apresenta como uma ameaça existencial grave, é crucial que o caminho para zerar as emissões de carbono seja retomado em larga escala, tanto no sentido arquitetônico, quanto no comercial. Ao redor do mundo, iniciativas foram renovadas em uma tentativa de combater o que é quase inconcebível. De acordo com o relatório de status global de 2019 para edifícios e construções, o setor de construção representou 36% do uso final de energia e das emissões de carbono relacionadas ao processo em 2018. Embora as emissões de carbono tenham sido temporariamente reduzidas durante o pico da pandemia, elas devem retornar rapidamente aos números anteriores.
Novo relatório do IPCC destaca impactos e vulnerabilidades ligados às mudanças climáticas
Após um extenso relatório sobre os impactos das mudanças climáticas publicado no ano passado, a segunda parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas para avaliar a ciência relacionada às mudanças climáticas, aborda os impactos atuais e previstos das mudanças climáticas sobre ecossistemas, biodiversidade e comunidades humanas em todo o mundo, além de planos de ação sobre como o mundo natural e as sociedades podem se adaptar a essas mudanças antes de atingir um estado "irreversível".
Estratégias para reduzir o carbono incorporado no ambiente construído
A crescente demanda dos consumidores por transparência — especialmente em torno da sustentabilidade e das práticas ambientais — traz implicações para as indústrias, desde vestuário até produtos de saúde. A Mars Inc. lançou recentemente um mapa de abastecimento de cacau para combater o desmatamento e aumentar a responsabilidade da empresa. Além disso, o Índice de Transparência da Moda incentiva as empresas de vestuário a serem mais transparentes sobre seus esforços sociais e ambientais.
Agora é hora da indústria da construção civil, caracterizada pela falta de informações sobre os materiais e práticas utilizadas na construção e durante todo o ciclo de vida de um edifício, recuperar o atraso. O custo da ausência de ação é muito alto para ser ignorado. Isso porque os edifícios respondem por 39% do total das emissões globais de carbono. Tradicionalmente, maior parte dos esforços de redução de carbono na construção civil se concentra no uso operacional de carbono — o uso diário de energia de um edifício responde por cerca de 28% das emissões. Os 11% restantes vêm do que é frequentemente ignorado: o carbono incorporado.
3.3 Bilhões de pessoas estão muito vulneráveis aos impactos do clima
Os impactos da mudança climática causada por seres humanos já provocaram perdas e danos para pessoas e ecossistemas. Esses impactos são mais graves entre populações urbanas marginalizadas, como os moradores de favelas. Nas regiões mais vulneráveis, o número de mortes por secas, enchentes e tempestades foi 15 vezes maior na última década do que nas regiões menos vulneráveis.
Agro-waste: resíduos como cascas, bagaço e palha transformados em materiais de construção eficientes
O conceito de upcycling refere-se a pegar um item que seria considerado resíduo e melhorá-lo de forma a torná-lo útil novamente, agregando valor e funcionalidades novas ao mesmo. Essa é uma palavra já comum em diversas indústrias, como da moda e mobiliário. Na construção civil este conceito também pode ser incorporado, fazendo recircular os resíduos que a própria indústria gera ou mesmo importando o que seria descartado de outras para serem processados e incorporados às construções. É este o caso de transformar os resíduos da agricultura em materiais de construção, trazendo um novo uso aos descartes, reduzindo a utilização de recursos naturais e criando produtos com excelentes características.
5 Fatos e tendências que vão marcar a agenda ambiental no Brasil em 2022
O ano de 2022 vai colocar o Brasil na rota da transição econômica necessária para cumprir as metas climáticas e manter viável o objetivo de longo prazo de zerar as emissões líquidas até 2050? Ainda há uma janela de oportunidade para o mundo limitar o aquecimento a 1,5°C, mas a falta de ambição dos países até aqui tem tornado esse cenário cada vez mais custoso de alcançar. Cada ano que passa torna o cenário mais urgente e a ciência tem deixado claro que as decisões tomadas nesta década vão definir o equilíbrio climático do planeta.
Os desastres naturais de Minas Gerais e o que a arquitetura tem a ver com isso
As temporadas de verão no hemisfério sul, principalmente na região entre os trópicos e a linha do Equador são marcadas por alta umidade, fortes chuvas e alta temperatura. Junto das tempestades de verão, o Brasil também lida com uma série de eventos violentos como enchentes, desbarrancamentos e rupturas de barragens. Ao longo dos anos, tem sido cada vez mais comum a concentração desses eventos durante os meses de novembro a março e seu acontecimento está diretamente relacionado às chuvas de verão, mas também às atividades econômicas em curso no Brasil.
Cidades abordam questões ambientais com gêmeos digitais e pesquisa climática
No início deste ano, algumas cidades de diferentes partes do mundo revelaram iniciativas que as ajudarão a entender melhor os efeitos das mudanças climáticas e moldar um espaço ambientalmente consciente. De cidades americanas criando gêmeos digitais para ajudar a reduzir as emissões de carbono, até a cidade de Brighton, no Reino Unido, obrigando o uso de tijolos para abelhas a fim de promover a biodiversidade e o Central Park se tornando um laboratório para estudar a adaptação às mudanças climáticas em parques urbanos, as cidades estão adotando uma abordagem multidisciplinar em diferentes escalas para abordar as questões ambientais.
21 Nações africanas lutam contra a desertificação com uma muralha verde de 8 mil quilômetros
Nações africanas estão lutando contra as mudanças climáticas com uma Grande Muralha Verde de oito mil quilômetros de extensão que pretende impedir o avanço da desertificação da região do Sahel, zona ao sul do Saara habitada por 100 milhões de pessoas. Esse movimento cobre o continente africano de leste a oeste e visa recuperar 100 milhões de hectares de terras degradadas, sequestrar 250 milhões de toneladas de carbono e criar 10 milhões de empregos na África rural até 2030. Do Senegal, no oeste, ao Djibuti, no leste, o projeto é uma iniciativa conjunta de 21 nações que se esforçam para recuperar esta região outrora perene e proteger os meios de subsistência das comunidades locais.
Biodiversidade em ambientes urbanos
A preservação da biodiversidade passou a estar presente em todas descrições de projetos com preocupação ambiental. O crescente interesse na sustentabilidade, inspirado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, faz com que haja a necessidade de uma compreensão mais profunda do que significa biodiversidade em ambientes urbanos e como a arquitetura e o desenho urbano podem contribuir ativamente para isso. As cidades passaram a ter um papel crucial na manutenção da biodiversidade, dado o aumento da extinção de espécies e a continua expansão urbana. A seguir, mostramos como o ambiente construído pode criar habitats para várias espécies.