
Nos anos 1960, Cristiano Toraldo di Francia e Adolfo Natalini, então estudantes de arquitetura da Universidade de Florença, assumiram um posicionamento pungente e questionador em relação à disciplina da arquitetura, despertando uma onda revolucionária que viria a se espalhar rapidamente por toda a Europa. Inspirados em histórias de fantasia e ficção científica e buscando encontrar respostas para os principais problemas de sua época, a dupla que se autodenominava Superstudio, buscou continuamente reinventar o próprio significado do que é ser um arquiteto. Os projetos desenvolvidos pelos dois logo chamaram a atenção da comunidade internacional de arquitetos, uma abordagem que ficaria conhecida como “anti-arquitetura”, uma estratégia concebida para direcionar as atenções não para o conteúdo formal dos projetos em si, mas para o campo do debate político, elaborando críticas ferrenhas ao capitalismo e ao idealismo modernista. Em suas propostas, o Superstudio propunha edifícios e cidades onde os seres humanos parecem se desconectar do tempo, do lugar onde vivem e principalmente, das necessidades impostas por uma sociedade baseada em consumo de massa.