A madeira na construção contemporânea é comumente associada ao aconchego, simplicidade e, de certa maneira, nobreza. Afinal, é um material que exige manutenção mais frequente que o concreto, por exemplo. Ao mesmo tempo, anuncia-se como uma possível alternativa construtiva dentro do pensamento de design regenerativo, precisamente por fazer parte de um ciclo orgânico natural ao planeta. Representantes arquitetônicos do uso da madeira não faltam, mas a madeira carbonizada (ou yakisugi) tem ganhado atenção e protagonismo dentre as opções de acabamento.
Design regenerativo: O mais recente de arquitetura e notícia
O que a madeira carbonizada tem a dizer? O simbolismo do yakisugi
A importância do design regenerativo para a sustentabilidade ambiental
Estamos vivendo um momento de emergência. Desde o início da industrialização, temos corrido pelos recursos finitos de nosso planeta como se fossem ilimitados, esgotando e desestabilizando os próprios ecossistemas dos quais dependemos para nosso sustento, economia, alimentação, saúde e qualidade de vida.
Em apenas 50 anos, perdemos mais da metade da vida selvagem do mundo. No momento, a Terra está a caminho de aquecer além de 1,5 graus celsius, o que os cientistas alertam ser um limite planetário rígido para os ecossistemas existentes na Terra. Este é um “código vermelho para a humanidade”, conforme descrito no Sexto Relatório de Avaliação do IPCC. Continuar em nosso caminho atual significará danificar irreversivelmente as próprias condições que sustentam a vida neste planeta.
Tijolos feitos a partir de bactérias
Uma start-up de biotecnologia desenvolveu um método para sintetizar tijolos a partir de nada além de bactérias e outros materiais abundantes na natureza. Tendo recentemente recebido o primeiro prêmio no Cradle to Cradle Product Innovation Challenge, bioMason desenvolveu um método de cultivar materiais através do emprego de microrganismos. Argumentando que os quatro materiais tradicionais da construção - concreto, vidro, aço e madeira - apresentam níveis significantes de energia incorporada e dependem muito de recursos naturais não renováveis, a resposta vem na forma de cimentos biológicos altamente resistentes (como corais) que podem ser usados "sem impactos negativos no ambiente".
Isolamento a partir de fungos
Inspirado pelas florestas de Vermont, a startup de biotecnologia US desenvolveu um sistema que utiliza subprodutos da agricultura misturados a um micélio fúngico (um aglutinante natura) para cultivar um isolamento de alto desempenho. Ecovative Mushroom® Insulation é visto como uma alternativa viável a espumas plásticas usadas no isolamento de edifícios, tanto que o projeto ficou recentemente em segundo lugar no Cradle to Cradle Product Innovation Challenge.