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Detroit: O mais recente de arquitetura e notícia

Detroit pretende converter uma de suas rodovias em uma rua para pedestres

Segundo John Gallagher do Detroit Free Press, Detroit pode muito em breve remover uma das rodovias que cortam seu centro, a I-375, para transformá-la em uma rua mais adequada às necessidades dos pedestres. A mudança trará benefícios aos moradores da região, que tiveram seu bairro isolado de parte da cidade quando a rodovia foi construída em 1964, e segue uma tendência mais ampla de cidades que vêm removendo suas rodovias para regenerar suas áreas centrais. O governo da cidade está trabalhando em conjunto com as partes interessadas e uma proposta deve ser apresentada em meados de 2014. Leia o artigo completo aqui.

Iniciativas sustentáveis para desconstruir Detroit

Como arquitetos geralmente nos vemos como provedores de novos edifícios; também vemos a arquitetura como um modo de remediar as mazelas sociais. Muitos arquitetos, em face a algum problema social, tentam imaginar um projeto que aborde a questão. Mas o que acontece quando o problema é justamente o excesso de edifícios?

Esta é exatamente a situação de Detroit hoje. Devido ao rápido declínio populacional desde seu auge na metade do século XX, a cidade apresenta cerca de 78 mil estruturas e edifícios vazios. Enquanto políticos em outras partes do mundo ganham apoio ao prometer novas construções e crescimento, o Prefeito de Detroit Dave Bing anunciou orgulhosamente seu plano de demolir 10 mil casas abandonadas até o fim de seu mandato.

É certo que esta estratégia será um desperdício. Felizmente, alguns estão aproveitando o melhor da situação, com iniciativas sustentáveis que criam empregos e benefícios econômicos para os habitantes da cidade. 

É hora de imaginar uma Detroit melhor. Os arquitetos estão prontos?

Há uma conexão íntima entre pessoas, poder, pobreza e espaço e não existe uma cidade melhor no mundo para analisar isto do que Detroit. Com a falência iminente não podemos perder de vista as questões humanas que confrontam esta cidade.

Durante décadas o capital e o poder se afastaram do centro de Detroit. Os complexos motivos para tal são de conhecimento geral, portanto não há necessidade de repassá-los aqui. Mesmo diante do fracasso do governo municipal em administrar seus bens corretamente, isto está mudando. Há um movimento lento e hesitante de volta ao centro. Este movimento é um boa notícia por vários motivos: ajudará a reforçar a base tributária, que é o problema financeiro básico que a cidade enfrenta; e o mais importante é que a volta ao centro criará uma conexão espacial mais forte entre o poder e a pobreza que, há um século, não é visto na região.

O poder verá a pobreza e a pobreza o poder. Um sentirá a existência do outro. Eles verão a humanidade de cada lado e serão forçados a reconhecer a responsabilidade compartilhada que carregam por este espaço também compartilhado. É assim que cidades com densa urbanidade e vitalidade operam. Há a aceitação da diversidade em todos os níveis. Barreiras são transpostas e a interação humana encorajada. Assim é como se cultiva a criativdade. A exposição a diversas pessoas, locais e idéias animam e promovem a imaginação e um senso de pertencimento.

Como as “startups” poderiam salvar Detroit

Nos anos 50, Detroit tornou-se mundialmente famosa como a cidade com maior produtividade na indústria mais promissora da época, a automobilística. Rapidamente, esta promessa tornou-se uma realidade que impregnou a cidade de novos arranha-céus, museus, teatros, avenidas, escolas e bairros. Detroit tinha um motor, as gigantes Ford, Chrysler e General Motors.

Observando como Detroit está atualmente, muitos dirão que destes dias pouco ou nada sobrou. O município declarou sua falência porque já não dá conta dos 80 mil edifícios abandonados ou de sua população idosa, que não migrou - como fez a maioria – pois não teria como fazê-lo, já que são as pessoas que mais necessitam dos serviços públicos de saúde, transporte ou segurança – coisas que a cidade não pode prover.

Lições da quebra de Detroit

Acabamos de assistir Detroit, uma cidade outrora símbolo do poder dos Estados Unidos durante o século XX, declarar falência, iniciando os trâmites para liquidar os ativos da cidade e pagar as dívidas aos credores.

Atualmente a cidade possui uma dívida recorde de 18,5 bilhões de dólares, conta com 78 mil edifícios abandonados, 40% da iluminação pública sem funcionar e, além disso, sua população diminuiu pela metade nos últimos 60 anos.

'Redesenhando Detroit: Uma nova visão para um lugar icônico' Proposta Vencedora / Davide Marchetti Architetto

'Redesenhando Detroit: Uma nova visão para um lugar icônico' Proposta Vencedora / Davide Marchetti Architetto - Desenho Urbano
Cortesia de Davide Marchetti Architetto

Davide Marchetti Architetto compartilhou com a gente sua proposta vencedora do primeiro lugar, entitulada ‘Minicity Detroit’, no concurso Redesenhando Detroit: Uma nova visão para um lugar icônico. Utilizando o tecido urbano do entorno como um gerador de uma nova visão da cidade, seu conceito responde diretamente ao terreno e sua inserção na cidade através da forma física existente e a história para o terreno. Mais imagens e descrição do arquiteto na continuação.

Bienal de Veneza 2012: 13178 Moran Street