A Flórida é um estado em negação. Miami está no meio de uma das maiores explosões de edifícios na história da região. O skyline da cidade é repleto de guindastes que se elevam de torres com revestimentos dourados, brancos e verde-água sem fim de uso residencial ou hoteleiro. Este massivo fluxo de investimentos em dólares é absolutamente paradoxal, considerando a iminente calamidade que rodeia o sul da Flórida: o National Oceanic and Atmospheric Administration prevê que o nível do mar poderia, possivelmente, aumentar quase 0,89 metros até a metade do século. Se esta tendência persistir, este número será elevado a 2 metros até o ano de 2100, ameaçando a habitação de toda a região metropolitana.
Dado este angustiante cenário, Miami ou está se recusando a tomar conhecimento do inevitável, ou está desesperadamente tentando se tornar relevante o suficiente para ser salva—não que salvar a cidade seja realmente possível. A região se assenta numa rocha calcária extremamente porosa que claramente descarta a opção de uma barragem no estilo da dos Países Baixos. Se o Atlântico não pudesse fazer nenhuma incursão, a crescente maré iria simplesmente se desmontar por baixo. A topografia plana de Miami não tem nenhuma chance.