A janela para resolver a mudança climática está se estreitando; qualquer solução deve incluir o carbono incorporado. O Sexto Relatório de Avaliação publicado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) concluiu que o mundo poderia emitir apenas 500 gigatoneladas a mais de dióxido de carbono, contados a partir de janeiro de 2020, se quisermos ter 50% de chance de ficar abaixo de 1,5 grau. Somente em 2021, o mundo emitiu cerca de 36,3 gigatoneladas de carbono, a maior quantidade já registrada. Estamos no caminho para estourar nosso orçamento de carbono nos próximos anos e, segundo o relatório, “as escolhas e ações implementadas nesta década terão impactos agora e durante milhares de anos.”
Emissões de gases do estufa: O mais recente de arquitetura e notícia
Carbono incorporado no setor imobiliário: a contribuição oculta para as mudanças climáticas
CARE, uma ferramenta digital para comparar as emissões de construções novas e de reuso
A reforma e a reutilização adaptativa têm estado na vanguarda do discurso arquitetônico nos últimos anos. Isso demonstra que a profissão está cada vez mais consciente de seu impacto no meio ambiente e das oportunidades de reaproveitar o que já foi construído. A Architecture 2030 lançou recentemente o CARE, ou Carbon Avoided Retrofit Estimator, uma nova ferramenta digital que permite que arquitetos, proprietários e comunidades quantifiquem a reutilização adaptativa. Ao inserir um conjunto simplificado de informações do projeto, como metas de energia e possíveis intervenções na construção, os usuários podem estimar rapidamente as emissões operacionais de carbono geradas pelo uso do edifício e as emissões de carbono incorporadas que estão vinculadas aos materiais de construção empregados.
Rio de Janeiro terá primeiro distrito de baixa emissão de carbono do Brasil
Buscando melhorar a qualidade do ar e a saúde dos cariocas, a Prefeitura do Rio de Janeiro está lançando o Distrito de Baixa Emissão. Em uma área de pouco mais de dois quilômetros quadrados no centro da cidade serão implementadas ações para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
A implantação do distrito será feita em fases até 2030. A primeira fase, iniciada agora, consiste na requalificação de 35 mil metros quadrados de área pública no centro e monitoramento da qualidade do ar e de GEE. A previsão é finalizá-la em 2024.
Cidades dos EUA e Europa proíbem uso de combustíveis fósseis em novos edifícios
Boston acaba de anunciar um plano que, se aprovado, eliminaria o uso de combustíveis fósseis em novas construções e grandes projetos de renovação. Esta medida expande o compromisso pela ação climática e inclui Boston na lista das cidades integrantes do Green New Deal. Outras cidades dos EUA, como Nova York, Los Angeles, San Jose, Seattle e Berkeley, impuseram medidas semelhantes nos últimos anos. Sete cidades europeias — Bilbao, Bratislava, Dublin, Munique, Roterdã, Viena e Winterthur — também apresentaram projetos para eliminar gradualmente o uso combustíveis fósseis para aquecimento urbano.
O que 2020 significou para a crise climática e ambiental?
Durante o primeiro lockdown, o mundo inteiro parece ter parado ou ao menos, diminuindo de ritmo. Alguns ambientalistas foram rápidos em afirmar o lado positivo daquela situação: nunca antes havíamos presenciado uma queda tão significativa nas emissões de dióxido de carbono na atmosfera do nosso planeta. Entretanto, essa circunstância durou pouco—ou quase nada. Considerando a atual conjuntura no que se refere ao agravamento das consequências do aquecimento global, o que este ano atípico pode ter significado quanto aos esforços para combater a crise climática?