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Espaços Públicos: O mais recente de arquitetura e notícia

Os planos de cinco cidades para criar espaços urbanos mais seguros e eficientes

Dos 18,4 milhões de percursos diários realizados na região Metropolitana de Santiago, Chile, mais de um terço corresponde a caminhadas, segundo a última pesquisa origem-destino feita pelo Ministério dos Transportes e Telecomunicações do país.

Apesar da cifra ser alta, isso não garante que as ruas apresentem as qualidades necessárias para que sejam transitáveis, um atributo que a geógrafa e especialista em desenvolvimento urbano do The City Fix, Lara Caccia, define como "a forma segura, conveniente e eficiente que é caminhar em um ambiente urbano."

Para saber como tornar as ruas das cidades latino-americanas mais transitáveis, podemos tomar como inspiração o que está sendo feito em cinco cidades europeias que estão levando adiante a prioridade dos pedestres no ambiente urbano.

As estratégias dos EUA e da América Latina para criar espaços públicos livres de automóveis

A cidade de Los Angeles (EUA) tem uma área aproximada de 1.300 quilômetros. No centro da cidade, dois terços dos espaços são destinados aos automóveis - seja como ruas, vias expressas ou estacionamentos - segundo Jes Howen McBride, mestre em planejamento urbano e regional pela Universidade da Califórnia (UCLA).

Tomando este dado, que reflete o predomínio dos automóveis, a planejadora destaca os esforços do Departamento de Transportes local para transformar essa realidade através de programas que, sem tanta burocracia, convidam os cidadãos a proporem novas iniciativas para aproveitar melhor os espaços destinados aos automóveis.

Além disso, ela destaca outras iniciativas de Minneapolis e San Francisco que mostram como as pessoas estão buscando recuperar os espaços, um recurso valioso nas cidades que estão se esforçando para garantir um futuro melhor.

A seguir, mostramos alguns programas similares que estão sendo realizados nos Estados Unidos e na América Latina.

“Menos estacionamentos, mais cidade": a estratégia que ajuda a descongestionar as cidades

Para muitas pessoas é comum pensar que quanto mais estacionamentos para automóveis, mais fácil é se deslocar pela cidade. No entanto, muitas pesquisas realizadas em diversas cidades do mundo tem demonstrado que quanto mais estacionamentos, mais pessoas optam pelo automóvel, aumentando, assim, o congestionamento das vias.

Buscando mudar essa visão equivocada, o Instituto de Políticas para el Transporte y el Desarrollo de México realizou este vídeo que explica quais são as desvantagens que esse modelo traz para as cidades.

Entre estas está o aumento do preço dos imóveis nas cercanias dos novos estacionamentos, o que obriga alguns setores da população a se mudarem para áreas mais afastadas do centro, aumentando as distâncias e tempos de deslocamento.

Para se ter uma ideia, durante os próximos três anos se estima que serão construídos 175 mil novos estacionamentos na Cidade do México, porém, caso seja construída apenas a metade dessa cifra, a verba restante seria o suficiente para a implementação de cinco novas linhas de Metrobús.

Estaria a tecnologia diminuindo nossa compreensão do espaço público?

Em um artigo publicado no Washington Post, Philip Kennicott argumenta que "a tecnologia mexeu nas linhas entre o público e o privado." O autor questiona se, em uma era de "individualismo radical" estimulado por nossa fascinação com a comunicação solitária, nossa compreensão e apreciação coletiva do espaço público e cívico não teria sido diminuída. Kennitott prevê que "uma coisa é certa: Viveremos em espaços mais lotados, e passaremos cada vez mais tempo nos interiores, encasulados em zonas climaticamente controladas com alguns bilhões de amigos mais próximos" à medida que a rápida urbanização se funde com a mudança climática.

Quatro ideias para reconstruir comunidades a partir das ruas

A proliferação de automóveis que se deu no início do século XX e a criação de infraestruturas voltadas para seu uso são fatos que modificaram a paisagem das cidades e a vida de seus habitantes.

Embora antes do surgimento do automóvel o lugar das trocas sociais era a rua, esta continua hoje em dia sendo o palco das relações comunitárias, porém, condicionada pelo trânsito de veículos.

Em relação a isso, é interessante conhecer o que a PPS (Project for Public Spaces) propõe em sua pesquisa "Ruas como lugares: Usando as ruas para reconstruir comunidades", que explicamos com mais detalhes na sequência.

Oito passos para projetar calçadas melhores

Segundo os resultados da última Pesquisa Origem Destino elaborada pelo Ministério de Transportes e Telecomunicações do Chile (MTT), dos 18,4 milhões de deslocamentos diários que acontecem na região metropolitana de Santiago, 6,3 milhões correspondem a caminhadas.

Essa cifra faz desse tipo de deslocamento o mais frequente, seguido pelos deslocamentos de automóvel (25,7%) e de ônibus (22,6%).

Segundo a proposta do The City Fix Brasil, blogue independente da organização para mobilidade sustentável WRI Brasil Cidades Sustentáveis. as caminhadas poderiam se tornar ainda mais frequentes nas cidades se as calçadas fossem melhores, algo que pode ser alcançado através dos oito passos mostrados a seguir formulados pela organização.

Saiba mais a seguir.

“A Cidade Precisa de Praias” promove encontro em Recife

O projeto A Cidade Precisa de Praias é o intercâmbio entre os coletivos Praias do Capibaribe e A Cidade Precisa de Você, nas cidades de São Paulo e Recife, com dois diálogos abertos sobre estratégias de ocupação e duas intervenções urbanas feitas colaborativamente entre os coletivos. Além da apresentação de intervenção conjunta, que aconteceu no dia 24 de abril no Largo da Batata, em São Paulo, no dia 3 de maio será a vez da intervenção dos dois coletivos em Recife, na Vila Santa Luzia, bairro da Torre, das 15 às 20 horas. O objetivo é difundir práticas culturais em espaço público como estratégia de ocupação e transformação da cidade.

Rio autoriza a construção de “Paradas Cariocas” inspiradas em parklets

Inspirado no exemplo de São Paulo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, aprovou recentemente uma lei que permite a instalação de parkets em algumas regiões da cidade. Chamadas de Paradas Cariocas, as estruturas seguem a mesma lógica das plataformas paulistanas, podendo ocupar o espaço de uma ou duas vagas de automóveis nas ruas.

Qualquer interessado pode submeter uma proposta de construção à sua subprefeitura. O projeto será, então, analisado e receberá uma concessão de um ano, renovável por mais um. O decreto abrange a cidade inteira, porém, as estruturas temporárias só podem ser construídas em ruas cuja velocidade máxima não seja superior a 50km/h.

6 exemplos de espaços compartilhados bem sucedidos

Eliminar a sinalização de trânsito, os semáforos e os limites espaciais entre os diferentes meios de transporte para criar espaços compartilhados, essa é a aposta de algumas cidades para garantir que suas ruas sejam mais seguras para seus cidadãos.

Embora essa medida possa, à primeira vista, parecer drástica, a experiência de algumas cidades demonstra que as ruas não apenas ficam mais seguras para todos, como também se convertem em lugares que atraem mais pessoas.

Veja, a seguir, o caso de seis cidades que investiram na criação desses espaços compartilhados.

O que é "placemaking criativo" e como ele se relaciona com a resiliência?

Já abordamos em várias oportunidades o conceito de placemaking e sua importância no desenvolvimento de um sentido de comunidade. Seu emprego tem, geralmente, o objetivo de construir espaços públicos onde as pessoas se sintam à vontade para passar grande parte de seu tempo.

As medidas que aplicam esse conceito para gerar mudanças e avanços nesse sentido vão desde dedicar mais ruas ao fluxo exclusivo de pedestres e construir mais parques até reestruturar os departamentos municipais encarregados de administrar os espaços públicos, assegurando instâncias de participação urbana.

Contudo, uma variável do conceito de placemaking que está tomando cada vez mais força tem a ver com a relevância da arte na cidade e sua relação com a resiliência urbana - o que dá origem ao placemaking criativo.

O que é placemaking criativo?

Vídeo: A grande transformação das ruas de Nova Iorque

Nos últimos anos, a mudança de algumas das principais ruas de Nova Iorque tem sido realmente impressionante. Fotografias com milhares de automóveis têm dado lugar a outras, que mostram o desaparecimento dos carros e a apropriação dos espaços públicos por pedestres e ciclistas.

"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido

A ideia por trás do projeto "The Longest Bench" trata da reativação de um espaço negligenciado, da participação cidadã e da reciclagem. Seus idealizadores são os membros do Studio Weave, um escritório de arquitetura de Londres que se destaca por desenvolver projetos que resgatam o caráter do lugar onde se localizam.

Para a realização desse projeto, o Studio Wave trabalhou na costa de Littlehampton, ao sul da Inglaterra, com o objetivo de construir um banco que não apenas se destacasse por sua extensão, mas que contribuísse com a criação de um sentido de lugar.

Mais detalhes a seguir.

"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 1 of 4"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 2 of 4"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 3 of 4"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 4 of 4The Longest Bench, um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Mais Imagens+ 4

Projeto Bem Belém: uma intervenção urbana baseada na participação comunitária

No dia 1 de março o grupo Bem Belém realizou sua primeira intervenção no bairro Belém, na capital paulista. A iniciativa tem como objetivo criar um diálogo entre moradores e frequentadores da região com os espaços que não oferecem nada às necessidades do bairro.

A intervenção imita o que aconteceu em New Orleans por iniciativa da artista Candy Chang, permitindo que visualizemos lado a lado as necessidades de quem vive aqueles lugares todos os dias, deixando claro que existem interesses pessoais que podem ser coletivos.

A instalação consiste na aplicação de adesivos que introduzem a questão “queria que isso fosse...”, oferecendo um espaço para que as pessoas preencham com sua opinião.

Arte e Arquitetura: Os murais que o português Vhils cria através da destruição

Em 2008, o grafiteiro britânico Banksy organizou o Cans Festival, um encontro no qual 39 artistas urbanos de vários países foram convidados a pintar num túnel abandonado de Leake Street, em Londres.

Entre os convidados estava o português Vhils, que se dedica a retratar pessoas comuns e transformá-las em ícones urbanos através do uso de papéis e pinturas que, algumas vezes se mistura com uma técnica particular: a destruição.

Como Vhils cria seus retratos? A seguir, veja um vídeo e mais detalhes de seu trabalho.

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4 projetos para transformar a 42nd Street de Nova Iorque em um lugar habitável e livre de carros

A 42nd Street de Nova Iorque  é uma das avenidas mais visitadas da cidades, reunindo em seus 3,5 quilômetros de extensão alguns pontos emblemáticos como a Times Square, a Biblioteca Pública, o edifício Chrysler, a praça das Nações Unidas, o Edifício da ONU e alguns importantes teatros. 

Seu aspecto atual é decorrente de um plano de regeneração urbana implementado nas décadas de 1970 e 80. Contudo, para continuar intervindo nessa rua, o Instituto para a Mobilidade Urbana Racional (IRUM) e a organização cidadã Vision 42 lançaram o concurso internacional Vision42Design, com o qual buscavam projetos que permitissem a implementação de uma linha de VLT, planejada há mais de 40 anos.

O único requisito era que os projetos cumprissem com os seguintes objetivos: criar um espaço que seja amigável com os pedestres, livre de automóveis e que conte com um bulevar sustentável. A seguir, mostramos quatro propostas finalistas do concurso que reuniu mais de 200 inscritos. 

Espaços públicos humanos para uma cidade informal, a experiência de "Barrio Mío" em Lima

A cidade de Lima, Peru, com 9 milhões de habitantes, é composta por 70% de construções informais, erguidas através da autoconstrução das comunidades geridas por seus habitantes. Em uma cidade fragmentada - entre invasões e bairros - se faz urgente estabelecer laços entre o estado, o setor privado e a sociedade civil para reconstruir o escasso espaço público existente e levar a arquitetura àquelas regiões que mais necessitam.

Este é o desafio do Programa Barrio Mío da prefeitura de Lima, que promove o assessoramento técnico a moradores organizados em áreas de encosta, visando criar projetos de recuperação e melhoria de espaços públicos dentro de um sistema urbano integrado.

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Vídeo: Timelapse de Londres feito com mais de 35 mil fotografias de 40 fotógrafos

"Lapse London" é o resultado de mais de 35.000 fotografias registradas em um único dia por mais de 40 fotógrafos na capital do Reino Unido.

A ideia é da empresa Triggertrap, que convidou os fotógrafos a registrarem alguns dos mais vibrantes espaços públicos de Londres, ricos em atividades durante o dia e também à noite.

Diferente de outros vídeos desse tipo, Lapse London foi feito com o Triggertrap, um aplicativo que permite conectar um smartphone a uma câmera digital através de uma conexão wifi, ampliando as possibilidade de acionamento remoto da câmera.

Grotinho de Paraisópolis . Construindo espaços de convívio / Boldarini Arquitetos Associados

Apresentamos a seguir o projeto Grotinho de Paraisópolis . Construindo espaços de convívio - Edificio multi-funcional, de Boldarini Arquitetos Associados, premiado com Destaque na categoria Espaços Públicos no W Award, prêmio que tem o apoio do Ministério da Cultura e do Instituto São Paulo de Arte e Cultura - ISPAC.

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