Tours Duo, as torres recém-concluídas de Jean Nouvel, redefiniram o horizonte de Paris. Registrado por Paul Clemence em sua última série de fotos, o projeto de uso misto se impõe como um marco na zona leste da cidade e pretende se tornar um catalizador econômico da região.
Vista interiordo Lobby. Imagem cortesia de UNStudio
Incorporando os objetivos ambientais, sociais e de governança corporativa, a torre de escritórios de 45.000 m2 no Europaviertel, em Frankfurt, pretende ser um dos edifícios de escritórios mais sustentáveis da Alemanha. Projetado pelo UNStudio em parceria com a Groß & Partner e em colaboração com os arquitetos paisagistas da OKRA, o projeto se concentra na sustentabilidade ambiental e social como parte integrante do corredor verde de Frankfurt. A agenda ecológica inclui uma estrutura de baixo carbono e materiais de construção recicláveis. O programa arquitetônico oferece um espaço urbano público para agregar valor ao seu entorno para incentivar a comunicação e o convívio.
A crise climática tornou as ondas de calor mais prováveis e intensas em todo o mundo. No hemisfério norte, as temperaturas recordes estão colocando milhões de pessoas em perigo. Durante os últimos meses, ondas de calor recorrentes afetaram a Europa Central e Ocidental, causando incêndios florestais, evacuações e mortes relacionadas ao calor. Nos Estados Unidos, os líderes locais também estão pedindo cautela, enquanto cidades densamente povoadas na Ásia estão anunciando estratégias para lidar com as temperaturas extremas.
As cidades estão na linha de frente desta emergência de saúde pública. As pessoas que vivem em áreas urbanas estão entre as mais atingidas quando ocorrem ondas de calor, em parte devido às ilhas de calor urbano. Este é um fenômeno que ocorre quando as cidades substituem a cobertura natural do solo por densas concentrações de superfícies que absorvem e retêm o calor, como pavimentos e edifícios. Os níveis de risco de calor também variam por bairro, sendo os setores menos influentes e historicamente marginalizados os mais afetados devido à densidade da população, acesso limitado aos sistemas de refrigeração e disponibilidade limitada de espaços verdes urbanos.
Se pedíssemos a alguém que imaginasse uma igreja católica, a primeira imagem que viria à mente dessa pessoa provavelmente se assemelharia a uma catedral gótica medieval com contrafortes, arcos pontiagudos e um pináculo apontando para o céu. Pensando bem, muitos outros estilos poderiam ser facilmente identificados como arquitetura católica: as estruturas simples e grandiosas do românico ou talvez os estilos ornamentados do barroco e do rococó. Uma imagem mais difícil de associar à arquitetura sacra é a do modernismo. A Igreja Católica Romana é particularmente conservadora. O modernismo, por outro lado, é revolucionário; é racional, funcional e técnico; rejeita ornamentos e abraça a inovação. Surpreendentemente, nos anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial, os locais de culto desafiaram as expectativas. Blocos de concreto, matérias-primas, formas angulares e estruturas expostas foram utilizadas para romper com a tradição e criar igrejas que nada tem a ver com a imagem tradicional de uma igreja. Este artigo explora a arquitetura modernista mid-century da Igreja com imagens de Jamie McGregor Smith.
Na virada do século XIX, uma editora britânica lançaria um livro escrito por um urbanista inglês – um livro com um título otimista. O título deste livro era To-morrow: A Peaceful Path to Real Reform, mais tarde reimpresso como Garden Cities of To-morrow. O urbanista inglês em questão era Ebenezer Howard – e este livro lançaria as bases para o que mais tarde ficaria conhecido como o Movimento Cidade Jardim. Esse movimento continuaria produzindo subúrbios verdes enaltecidos por seus objetivos nobres, mas também produziria comunidades satélites que atenderiam apenas alguns privilegiados.
A equipe de projeto europeia integrada pelos escritórios JDS Architects, Coldefy & Associates, Carlo Ratti Associati, NL Architects e Ensamble Studio foi a vencedora do concurso internacional de projeto para a renovação do Edifício Paul-Henri SPAAK, o plenário do Parlamento Europeu em Bruxelas, Bélgica.
Render de casas acessíveis criadas com resíduos de plástico. Imagem cortesia de Othalo
Muitas pessoas pelo mundo concordam que estamos passando por uma emergência climática. O relatório do IPCC, divulgado no ano passado, dificulta a leitura. Os profissionais do ambiente construído passaram a direcionar as ações climáticas, com organizações como ACAN e Architects Declare promovendo o ensino sobre o carbono e pedindo aos designers que reavaliassem sua prática.
O Centro Europeu de arquitetura, arte, design e estudos urbanos e o Chicago Athenaeum: O Museu de Arquitetura e Design anunciou os vencedores do programa "Europe 40 under 40" para 2021-2022. A seleção reúne talentos emergentes de arquitetura e design espalhados por toda a Europa da Albânia, Áustria, França, Grécia, Irlanda, Itália, Polônia, Portugal, Rússia, Espanha, Holanda e Turquia.
"Durante estes tempos desafiadores, é crucial manter viva as visões perspicazes. Apresentar as personalidades mais esperançosas da Europa nos campos da arquitetura e do design é o que nos dá esperança de um amanhã melhor", explica o briefing oficial. Proporcionando uma visão do cenário arquitetônico na Europa, o programa iniciado pelo Centro Europeu destaca a próxima geração de jovens arquitetos, paisagistas, urbanistas e designers industriais com menos de 40 anos, que terão impacto nos futuros ambientes de vida e trabalho, nas cidades e áreas rurais.
Após um período prolongado de escassez cultural e intelectual conhecido como Idade das Trevas, a Europa precisava urgentemente de um renascimento. Um desejo crescente de estudar e imitar a própria natureza começou a surgir, com uma vontade descobrir e explorar o mundo. Entre 1400-1600, a Europa testemunhou um renascimento das belas artes, da pintura, da escultura e da arquitetura.
Antes do alvorecer do Renascimento, a Europa era dominada pela arquitetura gótica, ornamentada e assimétrica. O período inaugurou uma nova era da arquitetura após uma fase da arte gótica, com o surgimento do “Humanismo”: a ideia de dar muita importância à essência do individualismo e minimizar os temas religiosos. O efeito do Humanismo incluiu o surgimento da figura individual, maior realismo e atenção aos detalhes.
A organização Volksentscheid Berlin Autofrei (Decisão Popular por uma Berlim livre de carros) propôs um plano para limitar os automóveis dentro do Ringbahn da capital alemã, um longo anel rodoviário em torno da cidade, uma medida que pode formar a maior área livre de carros do planeta se for aprovada. A iniciativa liderada por cidadãos tem o objetivo principal de proibir os carros particulares na região central de Berlim, com a exceção de veículos de emergência, caminhões de lixo, táxis, veículos de entrega, e moradores com mobilidade limitada, que receberiam licenças de acesso especial.
Os edifícios ao redor do mundo estão ficando mais altos. Desde o ano 2000, a construção global de arranha-céus aumentou em 402%. Cidades como Dubai abrigam quase 1000 arranha-céus, e o vibrante mercado imobiliário de luxo de Nova York não mostrou sinais de desaceleração, com mais adições de arranha-céus a serem acrescentadas à sua já imponente linha do horizonte. Isto é bom — os arranha-céus criam um espaço muito necessário em cidades já densas e podem reduzir a expansão urbana nos centros das cidades, permitindo uma melhor preservação das áreas naturais.
O ambiente construído que todos habitamos é parte integrante de processos e sistemas interconectados globais. Quando avaliamos a arquitetura historicamente significativa de nossas cidades, a integridade estrutural e estética de um edifício merece consideração igual a fatores como as condições de trabalho de seus construtores e às estruturas de poder existentes de seu tempo. Exemplos de modernismo italiano na Eritreia, por exemplo, podem ser dignos de elogios estéticos, mas, entrelaçado com o legado desses edifícios saudados como ícones modernistas, está o fato preocupante de que eles foram construídos para promover um projeto imperial. Nos complexos campos da conservação arquitetônica, preservação e patrimônio cultural, a democratização deve sempre permanecer uma prioridade-chave.
Estamos há vinte e um anos no século vinte e um. O mundo nunca esteve mais conectado com o advento de novas tecnologias, mas as desigualdades históricas ainda são enormes. Essas desigualdades se manifestam de maneiras diferentes. As viagens globais, por exemplo - apesar da onipresença dos aviões hoje em dia - ainda são amplamente acessíveis apenas aos cidadãos de países “desenvolvidos” devido às restrições proibitivas de visto. No ensino de arquitetura, muitas instituições ainda priorizam um currículo eurocêntrico, cuja arquitetura de populações não ocidentais é amplamente ignorada. Outra perpetuação de sistemas preconceituosos é o Orientalismo - e explorar este conceito através de lentes arquitetônicas é útil para interrogar abordagens projetuais contemporâneas e futuras.
Quando falamos de arquitetura vernacular, na maioria dos casos, estamos nos referindo a uma forma de se construir específica de uma determinada região—ou uma arquitetura que incorpora sistemas construtivos e materiais locais. As características que definem a arquitetura vernacular, portanto, variam enormemente de lugar para lugar, compreendendo exemplos que vão desde as Casas Colmeias de Harran, na Turquia, às tradicionais casas malaias encontradas em todo o sudeste da Ásia. Dito isso, a arquitetura vernácula continua sendo hoje uma das principais fontes de inspiração para muitos arquitetos e arquitetas ao redor do mundo.
O recente agravamento das mudanças climáticas e os decorrentes desastres naturais que cada dia mais frequentemente assolam o nosso planeta, juntamente com a contínua exploração predatória dos recursos naturais e os poucos esforços que têm sido feitos para diminuir a emissão de gases do efeito estufa, levantam uma preocupação crescente sobre o futuro da vida nas cidades. Para além de todos os esforços necessários para minimizarmos o agravamento das mudanças climáticas em curso, se faz iminente que comecemos a pensar e desenvolver estratégias que nos permitam preparar nossas cidades para os inevitáveis desafios que estão chegando, como aumento dos níveis das marés e das inundações por um lado, e a seca e o calor extremo de outro. Pensando nisso, o artigo a seguir nos convida a pensar e refletir como poderíamos construir cidades mais resilientes, permitindo que as mesmas se adaptem e se transformem em resposta aos desafios do futuro.
Na maioria dos casos, o planejamento urbano é uma prática desenvolvida com base na suposição de que toda cidade cresce, ou que pelo menos, deveria crescer. Entretanto, a realidade nos mostra que nem sempre tudo parece funcionar como o previsto, e que em nossa sociedade hoje, muitas cidades estão passando por um processo inverso, de decrescimento ou despovoamento. E isso não significa dizer que em cidades que decrescem o planejamento urbano seja algo desnecessário, muito pelo contrário, neste caso esta prática talvez seja ainda mais importante—além do fato de que ela deve assumir novos conceitos, critérios e estratégias capazes de fazer frente a este grande desafio. O fenômeno do despovoamento é um processo de declínio urbano generalizado que pode ter as mais diversas e complexas causas que vão desde mudanças significativas nos meios de produção, fenômenos migratórios, conflitos ou esgotamento dos recursos naturais. Buscando somar evidências e colaborar com o desenvolvimento do profuso debate que gira em torno do tema atualmente, a seguir apresentaremos algumas das principais abordagens que algumas cidades em processo de despovoamento tem incorporado em suas estratégias de planejamento urbano.
Na reedição desta semana, o autor Walter Jaegerhaus explora o desafio da habitação nos EUA, traçando uma linha do tempo da evolução de diferentes soluções arquitetônicas de todo o mundo. Buscando "inspirar arquitetos de hoje a criar novas opções de habitação" e esperando "que os EUA possam novamente abraçar suas origens experimentais e testar novas ideias e métodos", o artigo destaca exemplos da Europa e das Américas.