Com um portfólio de projetos diversificados e altamente característicos, sobretudo no que diz respeito às suas representações, o escritório de arquitetura fala é marcado por um processo criativo ousado, refinado e dinâmico. Fundado em 2013 pelos arquitetos Filipe Magalhães, Ana Luisa Soares e Ahmed Belkhodja, o fala tem sede na cidade de Porto, Portugal, e costuma trabalhar em diferentes escalas: "de territórios a casas de passarinho".
Fala Atelier: O mais recente de arquitetura e notícia
Um escritório de arquitetura ingênuo: conhecendo a obra de fala
Trabalhar com o que já existe: entrevista com fala atelier
No País dos Arquitectos é um podcast criado por Sara Nunes, responsável também pela produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, que tem como objetivo conhecer os profissionais, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa contemporânea de referência. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal é um país muito instigante em relação a este campo profissional, e sua produção arquitetônica não faz jus à escala populacional ou territorial.
No primeiro episódio da quinta temporada, Sara conversa com os arquitetos do fala atelier sobre o projeto da Casa Garagem. Ouça a conversa e leia parte da entrevista a seguir.
De metodologias lúdicas a cenários fictícios: 5 jovens escritórios da Europa
Cinco novos escritórios de arquitetura, com sede em Portugal, Espanha, França e República Checa, foram escolhidos pelo New Generations, uma plataforma que observa o que há de mais inovador dentre os arquitetos europeus, proporcionando um espaço para troca de conhecimento e confronto, teoria e produção. Desde a sua fundação em 2013, a New Generations trouxe à público mais de 300 escritórios promissores de arquitetura, apresentando um cenário diversificado de studios e ateliês dedicados às mais diferentes atividades culturais, promovendo festivais, exposições, chamadas abertas, entrevistas e oficinas.
Diferenças e divergências das representações na arquitetura: do hiper-realismo à colagem digital
Como os arquitetos dependem fundamentalmente de imagens para transmitir informações abstratas para seus clientes e para o público em geral, o debate sobre o papel das renderizações na arquitetura parece não ter fim, assim como não há e nem haverá consenso sobre o tema.
A imagem fala: ou, por que precisamos ir além dos renders
A arquitetura, do mesmo modo que qualquer outra profissão, necessita de ferramentas específicas para acontecer. Como o poeta usa a caneta e o carpinteiro o serrote, o arquiteto também usa alguns instrumentos para traduzir suas arquiteturas imaginárias em paredes, chão e teto. A complexidade, porém, da arquitetura exige mais que caneta e serrote, muito mais que régua e prancheta; atividade coletiva e realizada e múltiplas etapas, até que se faça a arquitetura propriamente dita – aquela concreta – há passos que devem ser seguidos e, para cada um deles, as ferramentas mais adequadas.
Na arquitetura não há quem não tenha fracassado. Dito de outro modo, não há arquiteto ou arquiteta que tenha conseguido, todas as vezes, transformar as ideias em espaço concreto, construído. Aliás, essa espécie de “fracasso” é muito recorrente na profissão; o longo e intrincado processo necessário para trazer uma ideia ao mundo das concretudes faz com que a maior parte de nossos projetos permaneça apenas projeto. Assim, lidamos boa parte do tempo com representações – ou apresentações, já que não existe um referencial concreto a ser re-apresentado.
Jovens talentos da Arquitetura Portuguesa
Marcada pelo refinamento e pureza de desenho, a arquitetura portuguesa historicamente detém um aguçado relacionamento entre o objeto construído e o território a qual se insere.
Nomes como Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e Fernando Távora são ainda as maiores referências quando pensamos na produção arquitetônica portuguesa. Contanto, para além dos grandes mestres, um grupo de jovens escritórios criado nos últimos dez anos tem mostrado força e relevância à nova produção. Nesse panorama, novos atributos são enfatizados - um senso estético e construtivo baseado no minimalismo moderno, mas questionados e renovados de acordo com os novos parâmetros sociais e filosóficos contemporâneos; a união de campos híbridos – da arte e design de produto à arquitetura e urbanismo; e um processo crescentemente colaborativo, baseado na união de ideias coletivas.
Do digital ao concreto: colagens do FALA Atelier comparadas aos edifícios construídos
Colagens digitais e outros meios similares de representação têm estado em pauta nas discussões sobre a como a arquitetura pode ser comunicada. Nesta recente - e bem vinda - fuga das imagens renderizadas fotorrealistas, vimos surgir outras opções de representação arquitetônica que cativam não pela semelhança tremenda com uma idealização de realidade, mas justamente pelo oposto, a semelhança com a textura do cotidiano, apresentada através de desenhos singelos de inspiração em colagens, aquarelas e pinturas.
Horizontal City: 24 arquitetos refletem sobre o projeto de interiores na Bienal de Chicago
Horizontal City é uma das duas exposições coletivas (a outra é Vertical City) na Bienal de Arquitetura de Chicago de 2017. 24 arquitetos foram encarregados pelos diretores artísticos Sharon Johnston e Mark Lee de "reconsiderar o status do interior arquitetônico", fazendo referência a uma fotografia de um projeto de interiores icônico de qualquer época.
O desafio foi considerar as formas e os modos que os arquitetos convidados "poderiam extrapolar o enquadramento fotográfico para uma construção de espaço e estilo de vida mais amplas" - neste caso, um campo de bases de colunas, cujas dimensões e posicionamento fazem referência direta à projeção do plano de Mies van der Rohe de 1947 para o campus do IIT em Chicago.
"Desenho pós-digital": A evolução do debate entre manual vs. computacional
Atualmente, está em exposição no MoMA, em Nova Iorque, a pintura conceitual de Zaha Hadid para seu famoso projeto não-construído, The Peak, em Hong Kong. A peça foi feita em 1991, à beira da revolução digital no desenho arquitetônico alimentada pela popularização de programas de CAD 3D. A pintura foi realizada no final do período do desenho arquitetônico propriamente dito e início de um período dominado pelo mouse do computador, em que o principal objetivo era mostrar o mundo real. Faz sentido que estes novos softwares para criação de imagens resultariam em um novo estilo de desenho com uma função muito diferente da época anterior: as ferramentas e processos inerentemente restringem o projeto ao impor um método pré-determinado de interação do usuário.
Durante este período digital, arquitetos como Lebbeus Woods e Michael Graves, conhecidos por seu domínio na arte do desenho à mão, recuaram contra a narrativa dominante do hiperrealismo no desenho arquitetônico. No entanto, de acordo com o mais recente artigo de Sam Jacob para a Metropolis Magazine, podemos estar entrando em uma era "pós-digital" de representação. No pós-digital, os arquitetos retornam à convenção do desenho, mas criam novas metodologias ao reavaliar e se apropriar das ferramentas digitais das últimas décadas. As técnicas atuais nesta prática têm se voltado em grande parte para a colagem, mas a investigação sobre o que significa esse "pós-digital" segue firme em alguns estúdios e universidades.
Bienal de Arquitetura de Chicago divulga lista de participantes da edição de 2017
A Bienal de Arquitetura de Chicago anunciou a lista de participantes convidados a contribuir para a segunda edição do evento, que será realizada entre 16 de setembro e 7 de janeiro de 2018, em Chicago. Mais de 100 escritórios de arquitetura e artistas foram selecionados pelos diretores artísticos de 2017, Sharon Johnston e Mark Lee, fundadores da Johnston Marklee, de Los Angeles, para projetar exposições que serão exibidas no Chicago Cultural Center e em toda a cidade. Entre os selecionados, destaca-se a presença portuguesa com Aires Mateus, Bak Gordon, Barbas Lopes, Fala Atelier, Nuno Brandão Costa e SAMI-arquitectos.
"Nossa meta para a Bienal de Arquitetura de Chicago 2017 é continuar a construir a partir dos temas e ideias apresentadas na primeira edição", explicaram Johnston e Lee. "Esperamos examinar, através do trabalho dos participantes escolhidos, o contínuo envolvimento com questões de história e arquitetura como uma prática evolutiva".