No imaginário popular, cortiços eram o que existia de pior como moradia nas cidades brasileiras. Enraizado na nossa cultura e registrado no clássico de Aluísio Azevedo, cortiços eram moradias insalubres e dilapidadas, onde doenças se proliferavam, onde habitava a escória da sociedade e onde proprietários exploravam os moradores com aluguéis abusivos.
favelas: O mais recente de arquitetura e notícia
Cortiços eram melhores que as favelas
OUTROS BAIRROS: iniciativa reabilita um assentamento precário em Cabo Verde
OUTROS BAIRROS, uma iniciativa integrada no PRRA – Programa de Reabilitação, Requalificação e Acessibilidades e realizada na cidade do Mindelo, Cabo Verde, teve como objetivo elaborar um teste metodológico para a reabilitação de um assentamento precário.
O futebol de várzea em São Paulo e o direito à cidade
Era uma cidade de rios indomáveis: eles irrompiam sazonalmente sobre as margens, moldando férteis e úmidas várzeas. Quando o rio baixava, a terra era rija o suficiente para que uma bola rolasse e muitos pés corressem atrás dela. Foi em uma São Paulo sem rios enterrados sob fatias tristes de concreto que emergiu o futebol de várzea.
Recuperar a história do futebol de várzea em São Paulo é entender a formação da cidade em torno de rios imponentes como o Tietê. No início do século XX, populações imigrantes e de afro-brasileiros e negros recém libertos ocuparam esses territórios e originaram bairros como a Barra Funda, na região oeste da capital. Mais do que uma prática amadora desportiva, essa modalidade se consolidou enquanto símbolo de organização social e luta pelo direito à cidade, em uma época onde a capital paulista começava a ser disputada espacialmente e a sofrer com a gentrificação.
A engrenagem urbana brasileira: dispositivos legais para a gestão das cidades
Constatações de que as cidades brasileiras cresceram sem o devido planejamento, de maneira desordenada, são recorrentes. Também é comum ouvir que a legislação urbana do Brasil é moderna, mas que temos dificuldades para tirar as melhores práticas do papel. Porém, poucas pessoas de fato entendem como funcionam as engrenagens do planejamento urbano e de que maneira esses mecanismos podem ajudar a conduzir os centros urbanos para um futuro melhor e mais sustentável.
Favelas: devemos continuar chamando-as assim?
Favela, gueto, assentamento informal, bairro de lata, musseque, ocupação informal... a lista é farta.
Pesquisa preveem que a demanda por abrigo em ambientes urbanos continuará crescendo, talvez indefinidamente, e que até o ano de 2050, mais de dois terços da população mundial viverá nas cidades. Com isso em mente, não seria este o momento de reavaliar a maneira como falamos sobre diferentes formas de urbanização?
Uma linguagem padrão da autoconstrução: ferramenta para compreender os espaços e as práticas sociais das favelas brasileiras
<<Architects themselves build a very,
very small part of the world.
Most of the physical world is built by just
all kinds of people. It is built by it is built
by do-it-yourselvers in Latin America(..)>>
Cristopher Alexander, The origins of the Pattern Theory, 1999:74[1].
A linguagem de padrões proposta por Christopher Alexander é um método de planejamento universal baseado no humanismo e um estudo crucial no campo da arquitetura e do design urbano, que tem sido amplamente aplicado na educação tradicional da arquitetura. Os padrões de Alexander são usados como diretrizes ou parâmetros de projeto. Eles dependem de uma gama complexa de aspectos relevantes do ambiente construído e têm um papel fundamental na discussão do projeto de arquitetura e do comportamento humano.
Luis Kehl: uma breve historia das favelas
Caracterizando a favela como um “fóssil urbano” – forma secular de ocupação do espaço através do agrupamento irregular de moradias – Luis Kehl realiza, neste vídeo compartilhado pela Escola da Cidade, uma leitura cronológica das ocupações irregulares em distintos contextos geográficos e históricos.
7 Concursos anuais que todo estudante de arquitetura deveria participar pelo menos uma vez
Quando você está acostumado com o ritmo árduo na escola de arquitetura, as férias podem bater em você como a chuva em um dia quente - bom no início, mas terrivelmente irritante após algum tempo. Enquanto os primeiros dias passaram com você recuperando o do sono perdido e os episódios de Game of Thrones, você percebe que, em breve, você estará enlouquecendo com nada para absorver toda a sua energia contida.
É aqui que os concursos de arquitetura são úteis. Eles fornecem uma saída construtiva enquanto são profundamente cativantes, evitando que fosse passe o dia no Youtube vendo se o Buzzfeed carregou um novo vídeo. Além disso, o fato de você não estar mais limitado pelo seu professor de projeto ou pelo currículo da escola, permite que você experimente de forma criativa. Com diversos concursos internacionais acontecendo o tempo todo, você pode escolher de acordo com seus interesses individuais e da quantidade de tempo que deseja dedicar. No entanto, o grande número de concursos disponíveis pode também ser altamente confuso. Aqui, listamos sete das mais prestigiadas competições anuais de arquiteturas abertas aos estudantes:
O custo humano trágico das novas megacidades da África
Este artigo foi publicado originalmente por Common Edge como "Tale of Two Cities: Unravelling the Brutal Backstory Behind Africa’s Emerging Megacities."
Nas últimas duas décadas, a narrativa africana mudou fenomenalmente. A história extensa, em grande parte tecida em torno dos estereótipos da pobreza, doenças e de guerras civis sangrentas, foi substituída por uma que celebrava o crescimento econômico sem precedentes do continente e uma relativa estabilidade política. Esta nova narrativa é também sobre os arranha-céus brilhantes da África, os enormes shoppings e as cidades ambiciosas "inteligentes" sendo projetadas e construídas a partir do zero: Ebene Cyber City em Mauritius; Konza Technology City no Quênia; Safari City na Tanzânia; Le Cite du Fleuve na República Democrática do Congo; Eko Atlantic na Nigéria; Appolonia City em Gana, entre outras.
Atualmente, há pelo menos vinte dessas novas cidades em construção no continente e cerca de duas vezes esse número em obras. Esses empreendimentos alteraram permanentemente a perspectiva urbana do continente, e ofereceram algo diferente da mistura de pastiches da arquitetura colonial que já era conhecida. Como arquiteto, inicialmente fiquei entusiasmado com a qualidade de algumas arquiteturas, embora eu deva admitir que essas novas cidades são estranhas cópias idênticas de desenvolvimentos na China, Cingapura e até mesmo nos Emirados Árabes Unidos, e que eles são, em grande parte, privados de qualquer conexão cultural com a África.
"Corredores da diversidade": O segredo do sucesso dos conjuntos habitacionais de Singapura
Em novembro de 1960, foram erguidos os primeiros blocos habitacionais pela Câmara de Desenvolvimento e Habitação de Singapura, em resposta à grave falta de moradia para os 1,6 milhões de cidadãos do país. Avançando rapidamente para 2017, mais de 80% da população do país vive em conjuntos habitacionais, e destes, mais de 90% é proprietária da residência onde reside. Muitas vezes pintados em cores vibrantes, os conjuntos dão ênfase aos espaços sociais comunitários, frequentemente mantendo o térreo dos blocos como espaços públicos abertos. Estes podem incluir áreas para vendedores ambulantes, bancos, mesas, churrasqueiras e pavilhões onde os moradores podem socializar protegidos do sol.
Favelas e mobilidade urbana: uma relação simbiótica
As favelas têm um papel importantíssimo no tecido urbano das grandes cidades brasileiras, pois são a principal alternativa de moradia para parcelas significativas da população excluída do mercado formal da habitação.
A lei da assistência técnica e a importância social da arquitetura / Camilla Ghisleni
Dois quartos, sala, cozinha e banheiro. O que parece ser a descrição contida em um classificado de jornal, na realidade, está muito longe disso. Os dormitórios voltados para sul não recebem luz necessária para possibilitar um ambiente salubre. O mofo e bolor corroem as paredes da habitação principal impregnando os pulmões de umidade e dificultando a respiração. A pequena janela, encontrada no terreno baldio próximo, não consegue suprir a necessidade de luz e ventilação no quarto das crianças, quarto este que agora se tornou insuficiente com a chegada do novo bebê. Os problemas estruturais encontrados no telhado, ocasionados pelo mal dimensionamento das vigas e a precária instalação elétrica, feita pelo próprio morador, são outras dificuldades que tornam a residência em questão uma bomba relógio.
O sonho da casa própria aos poucos desmorona.
A importância e os desafios de colocar as favelas no mapa
Este texto por Natalie Southwick foi originalmente publicado em RioOnWatch.org.br sob o título "A Importância e os Desafios de Colocar as Favelas no Mapa" e está sendo utilizado com sua permissão. Tradução por Mayã Furtado.
Mapear as favelas do Rio de Janeiro pode ser uma questão política e social controversa e o debate só foi ampliado nos últimos anos, devido ao fato de que o Rio sediou megaeventos de perfil global como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos deste ano.
"CIUDAD vs. FAVELAS": Uma reflexão sobre as ocupações informais no Rio de Janeiro
Em conversa com a Associação de Favelas do Rio de Janeiro, Katerina Kliwadenko e Mario Novas, do estúdio ENTR_ECOT, revisitam algumas questões fundamentais das ocupações urbanas no Rio. Temas como pacificação, desapropriação e gentrificação são abordados por membros da associação: moradores das favelas que experienciam diariamente as tensões entre população e autoridades.
CIUDAD vs. FAVELAS é um documentário de 18 minutos que elucida alguns pontos essenciais para a compreensão das dinâmicas urbanas do Rio de Janeiro. Assista aqui.
Repensando HIS / Verônica Natividade
Em Maio de 2015, o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio lançou a Revista PRUMO: uma publicação semestral cujo principal objetivo é aprofundar a reflexão sobre questões relevantes para a arquitetura. A PRUMO pretende, a cada edição, abordar temas atuais nos cenários tanto da arquitetura, como da cidade e da paisagem através da análise crítica e do debate.
A primeira edição teve como tema o Rio de Janeiro e o amplo processo de modificação que surgiu, principalmente, a partir da escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos. Dentre os artigos, entrevistas, projetos, traduções e resenhas; destaca-se o artigo "Repensando HIS", da arquiteta e professora Verônica Natividade.
De interstícios a infraestruturas / Eduardo Pimentel Pizarro
O que é favela, hoje, em São Paulo? Quais seus conflitos e potencialidades? Como arquitetos, urbanistas e planejadores poderiam propor uma forma mais gentil e inovadora de intervir nessa realidade? A partir destas questões são propostas estratégias de requalificação para a segunda maior favela da cidade de São Paulo, Paraisópolis.
15 modelos arquitetônicos incríveis criados no Minecraft
Com 70 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, seria injusto referir-se ao Minecraft como um simples jogo de blocos texturizados em um pixelado mundo 3D. Ao comprar o companhia criadora do jogo (Mojang) e seus direitos autorais em 2014, a Microsoft anunciou recentemente que também adquiriu o MinecraftEdu, a versão educativa oficial, utilizada como verdadeira ferramenta criativa em mais de 10.000 salas de aulas em 45 países em todo o mundo.
As infinitas possibilidades de jogo motivaram milhões de pessoas no mundo todo a criar e compartilhar suas maiores criações: cidades, edifícios próprios e até a reinterpretação de obras históricas. Seu impacto foi reconhecido em 2015 pelo Centro Pompidou, que dedicou uma exposição sobre seu potencial criativo entre crianças e adolescentes.
Veja, a seguir, 15 modelos impressionantes criados na plataforma.É possível fazer download da maioria deles (através de links externos disponibilizados pelos próprios criadores) para sua própria conta no Minecraft.
Três elementos importantes para projetar uma rua mais adequada aos pedestres
"Nova Iorque é a cidade mais caminhável dos Estados Unidos e apresenta várias qualidade de desenho urbano", comenta Reid Ewing, pesquisador da Universidade de Utah. Junto a outros quatro pesquisadores de diferentes universidades dos EUA, Ewing realizou um estudo para identificar os elementos de desenho urbano presentes nas ruas da maior cidade americana que fazem com que mais pedestres queiram ocupar as ruas.
Para determiná-los, os pesquisadores selecionaram 20 características de desenho e paisagem urbana e as compararam com o número de pedestres que transitam por 588 quadras de Nova Iorque, concluindo que três destes elementos são essenciais e têm um impacto positivo nos cidadãos e no entorno.
Saiba quais são estes elementos, a seguir.