Na virada do século XIX, uma editora britânica lançaria um livro escrito por um urbanista inglês – um livro com um título otimista. O título deste livro era To-morrow: A Peaceful Path to Real Reform, mais tarde reimpresso como Garden Cities of To-morrow. O urbanista inglês em questão era Ebenezer Howard – e este livro lançaria as bases para o que mais tarde ficaria conhecido como o Movimento Cidade Jardim. Esse movimento continuaria produzindo subúrbios verdes enaltecidos por seus objetivos nobres, mas também produziria comunidades satélites que atenderiam apenas alguns privilegiados.
Garden Cities: O mais recente de arquitetura e notícia
Controle ecológico e a cidade jardim: utopia para quem?
O que são Cidades Jardim?
Após o período da revolução industrial, muitas cidades europeias testemunharam um crescimento em ritmo acelerado, intensificado pelo movimento das pessoas do campo para os centros urbanos na busca por maiores oportunidades.
Mas, se de um lado as cidades tornavam-se cada vez mais atrativas, também se intensificaram problemas como a poluição e o crescimento das ocupações irregulares. Em outro contexto, se o campo permitia o contato próximo à natureza e uma abundância de recursos naturais, também sofria com certo isolamento e redução nas possibilidades de emprego.
Evolução da planta residencial: da Revolução Industrial ao período entre Guerras
A introdução de novas técnicas e materiais, juntamente com as inovações na infraestrutura, resultantes da revolução industrial, abriu o caminho para a habitação vertical. Investigando especificamente um período de tempo em que um fluxo populacional foi direcionado para as cidades e as divisões de classes sociais foram questionadas, este artigo analisa a evolução da planta residencial na Europa entre 1760 e 1939.
Estudando a transformação da unidade habitacional durante a revolução industrial até o período entre guerras, este artigo destaca quatro exemplos proeminentes que repensaram os layouts tradicionais e responderam aos desafios de sua época. Ainda hoje influentes, os modelos mencionados, restaurados para uso, fazem parte do tecido urbano do século XXI. Localizados em Londres, Paris, Amsterdã e Moscou, as plantas mostram os padrões de bem-estar interior em constante mudança, diretamente ligados a uma metamorfose mais ampla, equalizando e proporcionando o crescimento das populações urbanas. Descubra a evolução das unidades habitacionais, desde as casas geminadas até as cidades-jardim da Inglaterra; o Bloco de Haussmann, uma vida vertical para uma burguesia moderna; a Extensão de Amsterdã, das Alcovas aos Blocos de Habitação Social; e a Transition Type House na Rússia.
Richard Rogers critica propostas de cidades jardins no Reino Unido
Reagindo à proposta vendedora do Wolfson Economics Prize, do escritório URBED, Richard Rogers criticou a ideia de criar novas cidades jardins no Reino Unido, dizendo que esse "conceito ridículo" pode "esvaziar cidades existentes e isso é uma ideia ridícula."
A proposta do URBED demonstra como cerca de quarenta vilas e cidades do Reino Unido, incluindo Northampton, Norwich, Oxford, Rugby, Reading e Stafford, poderiam ser expandidas, usando a cidade fictícia de "Uxcester" como estudo de caso. Contudo, falando ao The Guardian, Rogers afirmou que as áreas industriais abandonadas das grandes cidades britânicas são o bastante para suprir as necessidades da crise habitacional, e a criação de novas cidades jardins levaria ao aumento do uso do automóvel e ao surgimento de comunidades exclusivamente de classe média.
Continue lendo para saber mais sobre os comentários de Rogers.