Não se trata apenas de almôndegas e vikings; a Escandinávia sempre foi o epicentro do design no mundo - basta observar o impacto crescente de Bjarke Ingels e do futuro laboratório espacial da Ikea SPACE10. Para mostrar sua influência significativa, a Expedia ilustrou obras de quatro arquitetos famosos da Dinamaca, Finlândia, Noruega e Suécia e como elas moldaram os movimentos arquitetônicos internacionais dos séculos XX e XXI através de uma coleção de cartazes chamada Monumental Minds.
Gert Wingårdh: O mais recente de arquitetura e notícia
Monumental Minds: ilustrações do legado arquitetônico escandinavo
Qual a pior coisa na arquitetura de hoje?
O teto.
O teto evoluiu de um ponto focal de um ambiente para um espaço destinado a equipamentos mecânicos. Em todas as grandes construções da humanidade, sempre olhamos para cima em reverência. Onde nosso olhar outrora encontrava fantásticos tetos abobadados, impressionantes estruturas treliçadas ou tratamentos decorativos distintos, hoje frequentemente encontramos painéis acústicos, tubulações e faixas fluorescentes de iluminação. Abandonando o teto como uma tela para criatividade no alvorecer da era tecnológica, tivemos dificuldade em tomá-lo de volta. Hoje, é difícil competir com os equipamentos mecânicos quando tudo o que defendemos é uma superfície branca. Mas uma proposta convincente de um espaço projetado para fazer do teto seu principal atributo pode encantar mesmo as mentes mais pragmáticas. Há uma boa razão para ser teimoso: já que raramente reorganizamos ou redecoramos o teto como fazemos com o resto do espaço, o que criamos acima de nossas cabeças tende a durar muito tempo.
Seria o arquiteto autoritário?
Não. Não confunda a responsabilidade de propor soluções com o poder de executá-las.
Poucas coisa mudaram o papel do arquiteto tão radicalmente como quando as pessoas perderam a fé na ideia de autoridade nos anos 1970. Nada mais era o mesmo depois daquilo. Muitos arquitetos renomados nascidos por volta da virada do século passado, como Alvar Aalto, se tornaram ícones do firmamento arquitetônico, mas sofreram uma queda brusca quando a sociedade que lhes havia garantido um lugar no topo de repente voltou suas costas para todas as figuras estabelecidas. A revolta contra o status quo mudou as regras do jogo para os arquitetos e políticos em particular. E a perda de autoridade levou rapidamente à perda de autoconfiança, mas não há nada de que reclamar agora. Os dias em que os arquitetos podiam liderar o caminho com um simples gesto se foram; agora é essencial ser entusiasta e encorajar todos a se unirem. Isso funciona melhor se os arquitetos acreditarem em si mesmos.
Não podemos projetar edifícios como os de antigamente?
Claro que podemos. Mas qualquer coisa sempre trará as marcas de seu próprio tempo.
Continuar com algo que sabemos que funciona é uma boa estratégia. Muitos edifícios e cidades antigas funcionam extraordinariamente bem. Como regra geral, é tolo substituí-los por qualquer outra coisa. E tempos modernos não necessariamente demandam edifícios modernos. Em muitos casos, é fácil ter um estilo de vida moderno em um edifício remodelado. O problema em criar novos edifícios e cidades que pareçam antigos não é a imitação propriamente dita - aprendemos a lidar com mentiras muito piores que esta -, mas o charme das antigas cidades tem raízes muito mais profundas. Assim que aprendermos a compreender realmente os antigos edifícios e cidades, poderemos recriar suas qualidades através de outras formas. Edifícios são recursos; projetos, oportunidades.
Até quando a modernidade se revestirá de vidro?
Até quando continuarmos dizendo que vidro é quase nada.
Desde o período gótico, o vidro tem sido valorizado por sua "invisibilidade". Paredes de vidro são frequentemente descritas através de termos como "abertura", "transparência" e "participação". Mas estas palavras são mais convincentes que a realidade. Na prática, um edifício de vidro pode ser tão desagradável quanto uma parede branca. Edifícios de vidro são tão tangíveis quanto qualquer outro e devem ser tratados como tal. Costumávamos confiar nas esquadrias para dar forma e substância ao vidro, entrelaçando as paredes através das aberturas. Se o vidro tem como objetivo fazer com que a parede se constitua como tal, ele também tem que ser alguma coisa. Isso exige mais que querer ser nada.