O projeto cultural internacional U-RE-HERIT lançou uma iniciativa para proteger a arquitetura, patrimônio e memória da Ucrânia. Este amplo consórcio de instituições arquitetônicas se uniu para alcançar um objetivo comum de preservar a cultura ucraniana. Com a crise atual, o projeto tem como objetivo abordar o patrimônio como um recurso para a recuperação cultural, social, ambiental e econômica. Além disso, o projeto espera redefinir a identidade cultural local e reconstruir as cidades com a sensibilidade da memória coletiva.
Guerra: O mais recente de arquitetura e notícia
U-RE-HERIT visa redefinir a restauração cultural no contexto da Ucrânia
DAGOpen OÜ vence concurso para projetar residência unifamiliar para a crise da Ucrânia
O escritório DAGOpen OÜ venceu recentemente o concurso de projeto de arquitetura para residências ucranianas com sua proposta "Hata". A competição convidou 17 escritórios estonianos e ucranianos para desenvolverem "um projeto padrão para pequenos grupos de residências unifamiliares modernas a serem construídas na Ucrânia".
Os antigos arranha-céus do Iêmen: como o conflito apaga o patrimônio
Arranha-céus são elementos inerentes às cidades contemporâneas. Seja em São Paulo ou Nova York, em Seul ou Dubai, essas estruturas imponentes são onipresentes no tecido urbano e a imagem convencional que se tem delas é de planos de vidro. Isso não ocorre no Iêmen, onde há exemplos antigos que são bem diferentes dos arranha-céus atuais. No centro do país, a cidade de Shibam é cercada por uma muralha fortificada e é o lar de exemplos deslumbrantes de habilidade arquitetônica: casas em torre que datam do século XVI com até sete andares de altura.
O papel da inteligência artificial na reconstrução de cidades devastadas pela guerra
Em um contexto de disputas políticas e econômicas que se desdobram em conflitos armados e consequentemente em destruição, as novas tecnologias surgem como uma solução, proporcionando uma oportunidade única para que possamos reconstruir estas cidade de forma mais equilibradas e sustentável. Ao longo da história da civilização humana, inúmeras cidade, países e até continentes inteiros tiveram que ser reconstruídos uma e outra vez por causa de guerras. Por incrível que pareça, o século 21 não será diferente.
Entretanto, nem tudo será como antes, principalmente devido aos avanços tecnológicos. Novas tecnologias estão pouco à pouco transformando a maneira que vivemos e também a forma como projetamos e construímos nossos edifícios e cidades. Com a inevitável incorporação da Inteligência Artificial em nossos processos de projeto e construção, a industria da arquitetura e da construção civil jamais será a mesma. Estas inovações transformarão para sempre o ambiente em que vivemos, e principalmente, a maneira como nos relacionamos uns com os outros. E esta mudança não necessariamente é algo negativo, muito pelo contrário. Uma vez conscientes disso, a IA poderá ser uma importante aliada dos arquitetos, ajudando-os a construir um mundo melhor para todos nós.
Malkit Shoshan: 'A cidade se converteu em território compartilhado para a guerra e a paz'
Enquanto arquitetos, podemos assumir um papel realmente ativo nos problemas urgentes da sociedade? Malkit Shoshan, arquiteta curadora do pavilhão da Holanda na próxima Bienal de Veneza, defende que sim. E sua trajetória assim o evidencia. Em defesa da incorporação de um quarto 'D' nos critérios da ONU (Defesa, Diplomacia e Desenvolvimento) em suas missões de paz (capacetes azuis), Shoshan tem sido capaz de fazer sentar na mesma mesa engenheiros militares e os responsáveis por políticas públicas da Holanda para analisar o impacto urbano consequentes das missões de paz ao redor do mundo.
Shoshan focou na missão conjunta da Holanda e da ONU em Gao (Mali), que em 2012 foi declarada capital do Estado Independente de Azawad - uma nação não reconhecida pelas autoridades internacionais - depois da rebelião dos tuaregues de 2012 no país africano. "Estas missões de paz ocupam grandes extensões de terra em centenas de cidades ao redor do mundo, mas é um fato pouco discutido por nossa própria profissão", reflete Soshan.
Durante sua recente visita a Mali, conversamos com a curadora do pavilhão holandês sobre a declaração de princípios por parte da Holanda na próxima Bienal de Veneza: o impacto dos drones militares nos espaços públicos e o porque, segundo ela, de existir uma estreita relação entre a arquitetura, políticas públicas e ideologia. "Com o desenho, podemos dispor dos recursos das missões de paz nas comunidades que estão cansadas dos conflitos militarizados, os grandes períodos de seca, fome e doenças", afirma.