Ao longo dos últimos três meses, o COVID-19 se espalhou rapidamente pelos quatro cantos do mundo, ultrapassando a marca de 114 países com casos confirmados até a última quarta-feira dia 11 de Março de 2020, tirando a vida de quase 5.000 pessoas até o momento, números que tendem a aumentar exponencialmente ao longo das próximas semanas.
Mas, se pudéssemos deixar de lado por um momento a gravidade desta situação, a pandemia de coronavírus – de maneira pouco ortodoxa – está nos fazendo refletir sobre o futuro das relações de trabalho no mundo. Milhões de pessoas estão sendo forçadas à trabalhar de casa, juntando-se a um já não pequeno número de pessoas que o fazem por escolha ou comodidade. A pergunta que queremos levantar é: seria este o início do fim do tradicional edifício de escritórios?
Dizem que trabalho perfeito não existe. Estamos acostumados com o mau humor característico dos ambientes corporativos e todos sabemos que a nossa produtividade continuará despencando à medida que a semana avança. Não que a segunda-feira seja o dia mais querido pelos trabalhadores, muito pelo contrário. Acontece que devemos para de culpar nossos colegas ou clientes pela nossa ranzinzice; o problema no trabalho talvez esteja na cadeira em que nos sentamos, na iluminação inadequada acima da tela do computador ou no ruído contínuo das máquinas que operamos.
Além do fato de que passamos em média 70 a 80% do tempo de nossas vidas em ambientes fechados, dedicamos aproximadamente nove horas do nosso dia ao trabalho. Estudos indicaram que a qualidade do ambiente de trabalho tem efeitos positivos a curto, médio e longo prazo na vida, saúde e produtividade das pessoas que o ocupam. Embora as pesquisas no campo das condições de conforto em ambientes corporativos ainda estejam muito aquém do seu verdadeiro potencial, reunimos uma lista das principais descobertas na área, elementos que provaram ser altamente influentes para uma melhor sensação de conforto das pessoas em seus espaços de trabalho.
Não há dúvidas de que arquitetos passam muito tempo na prancheta, seja virtual ou tridimensional. De fato, apesar dessa característica não ser exclusiva aos arquitetos, a média de tempo que uma pessoa passa sentada por dia é de 7,7 horas, porém, nos EUA este tempo chega a 13 horas. Claro que este tempo inclui os momentos de deslocamento em transporte público, no sofá assistindo televisão, e uma ampla gala de atividades realizadas na posição sentada, no entanto, parte considerável desse tempo é gasto trabalhando em frente a um computador.
Como podemos melhorar a qualidade desse tempo de modo que ele seja bem gasto e também minimizado? Para passar um tempo mais eficiente, produtivo -- e sobretudo mais agradável -- mostramos a seguir 13 dicas para melhorar seu espaço de trabalho físico e digital.
Se perguntado sobre conforto, qual é a primeira coisa que vem à mente? Acabamentos de luxo, cadeiras caras e interiores elegantes? Poucos pensariam em seu escritório, e o provável culpado é uma ignorância fundamental de uma definição alternativa de conforto. Quando definido como um estado de bem-estar físico derivado das disposições necessárias para que os ocupantes desempenhem tarefas específicas no espaço, é evidente que os arquitetos possuem um papel fundamental - e que o conforto não não diz respeito a apenas espaços confortáveis para atividades de lazer.
Arquitetos e designers são responsáveis pelas qualidades visuais, térmicas e acústicas dos espaços, sem mencionar a qualidade do ar interior dos nossos escritórios e residências. Isso é fundamental, considerando que o típico cidadão urbano do século XXI gasta em média 90% do seu tempo em ambientes fechados. Estamos constantemente experimentando as consequências físicas, psicológicas e fisiológicas do equilíbrio (ou desequilíbrio) dos desenhos nos espaços internos.
Com isso em mente, o conforto térmico parece óbvio (e é), mas infelizmente o conforto como objetivo holístico da arquitetura nunca foi levado a sério o suficiente. Além de medir os aspectos acústicos e visuais de um espaço construído, os arquitetos devem ter uma sólida compreensão dos conceitos subjacentes que orientam as melhores práticas. Uma compreensão sólida de como as seleções de materiais afetarão as avaliações qualitativas de salas de conferências, residências, teatros etc. melhora a tomada de decisões tectônicas básicas que podem, por sua vez, criar espaços mais confortáveis.