Quando se pensa a arquitetura enquanto uma ferramenta de impacto na vida pública, há um enorme precedente de casos a serem levantados, e sem dúvidas ele inclui a história da aproximação dos arquitetos com o Estado em diversos contextos. De exemplos categóricos, como a formulação do projeto urbanístico e arquitetônico para Brasília, até demonstrações mais contemporâneas das virtudes desse tipo de aproximação, a vocação pública do projeto se mostra em sua forma mais explícita nesse tipo de programa. O desenho de projetos com tal conotação também deve confrontar o fato de que seu cliente não reúne as demandas tradicionais de uma encomenda, mas uma representação dos interesses coletivos e das boas formas de gestão da dimensão pública, o que representa uma grande oportunidade para os profissionais do campo pensarem boas formas de alimentar e reforçar os valores democráticos na sociedade.
Ilha de Raasay: O mais recente de arquitetura e notícia
10 Obras públicas no Brasil em que a qualidade falou mais alto
A diferença entre o ocupar e o habitar
Os projetos públicos de habitação social costumam ser frustrantes mais por uma questão filosófica do que política. Como princípio piramidal: o espaço, quando é matematicamente considerado, não tem sítios nem lugares. Ou seja, quando o objetivo é construir apenas as urgências através do máximo possível de moradias, em detrimento da qualidade de vida, não se cria condições de habitabilidade.
O filósofo alemão Martin Heidegger tratou de pensar a questão da construção em relação ao habitar em um congresso de arquitetura, em 1951, no qual se discutia a reconstrução da Alemanha no pós-guerra. Ele pretendia discutir o sentido do habitar antes de pensar na reconstrução; isso era o fundamental para ele. Não se tratava de resolver problemas técnicos, econômicos e políticos relativos à construção, mas sim de pensar sobre a relação entre o habitar e o construir e talvez essa indagação nos ajude a encontrar a “alma” que falta nas áreas de “não-cidade”.
Departamento de Bombeiros projetado pelo Studio Gang está em obras no Brooklyn
A inovadora estação de treinamento dos bombeiros projetada pelo Studio Gang, Fire Rescue 2, está em obras no Brooklyn, em Nova Iorque. Pouco mais de ano após o início da construção de dois mil metros quadrados, todos os seus principais elementos de concreto já estão prontos e os painéis de terracota vermelhos que envolvem as aberturas do prédio estão prestes a serem instalados.
Adjaye Associates divulga projeto de biblioteca e centro de eventos na Flórida
O escritório Adjaye Associates anunciou o projeto de um novo centro de eventos e biblioteca de 5 mil metros quadrados no Winter Park, Flórida, que servirá como um novo espaço público próximo ao parque Martin Luther King Jr.. O edifício de US$ 30 milhões também inclui um centro cívico de 800 metros quadrados.
"A visão de Winter Park para este projeto envolve a evolução da biblioteca no século XXI", disse Sir David Adjaye. "Com um programa diversificado que reconhece a biblioteca como uma peça crítica de infra-estrutura cultural, este será um espaço dinâmico para educação compartilhada, recreação e interação."
Atelier King Kong divulga proposta para a estação de metrô Grand Paris Express
O Atelier King Kong divulgou sua proposta para a estação de metrô Vitry-Centre em Vitry-sur-Seine, parte da rede de transporte público de Grand Paris. A estação, localizada na porção sudoeste da linha vermelha do Grand Paris Express, é um nó central que proporciona acesso para a Prefeitura da Cidade e para equipamentos desportivos e culturais, “conecta-se com as redes de transporte de superfície (ônibus) e serviços futuros (trem) e faz a conexão com a RD5, uma das principais rodovias no sentido norte-sul da região sudoeste de Paris.” Saiba mais sobre o projeto, a seguir.
Raasay Hall / Dualchas Architects
- Ano: 2009
London Calling: Arquitetura pública, de dentro para fora
Por sua natureza, a arquitetura possui uma presença pública óbvia e poderosa. Independentemente de sua função, os edifícios constituem o pano de fundo material da vida pública; o projeto de cada edifício impacta a cidade e a experiência daqueles que nelas vivem e trabalham. A arquitetura, no entanto, é mais que um cenário. Enquanto que alguns edifícios "icônicos" agem como objetos, muitas vezes vaidosos para exibir aspirações e egos de arquitetos e clientes, o espaço dentro e ao redor desses edifícios é, como nos demais, público: compartilhado, usado por comunidades de pessoas, com efeitos psicológicos e emocionais em muitos de nós. Pense em lojas pequenas e grandes, bancos, escritórios e muitos outros que, mesmo sendo privados, desempenham papéis importantes na vida pública cotidiana.
É o interior destes edifícios coletivos que tem sido progressivamente rebaixado conforme arquitetos e clientes trabalham juntos para maximizar o impacto de seu exterior. Ora, a vida de um edifício público, seja ele um tribunal ou um shopping center, não cessa uma vez que adentramos neles.