Nos últimos 25 anos, a crescente economia chinesa proporcionou aos arquitetos uma necessidade quase interminável de oportunidades de construção. Empréstimos facilitados permitiram um aumento crescente em projetos de infraestrutura: a China consumiu mais concreto em três anos que os todo Estados Unidos utilizou no século XX. Mas em um país onde o número de cidades com mais de um milhão de habitantes passou de 19 em 1970 para 106 em 2015, a velocidade de desenvolvimento permitiu alguns experimentos de alto padrão juntamente com os muitos projetos necessários. Talvez não exista exemplo melhor deste fenômeno que a cidade de Ordos. A metrópole do Interior da Mongólia – lar de mais de 100.000 pessoas – que surgiu no deserto do norte em meados dos anos 2000 foi projetada para mais de um milhão de habitantes. A realidade veio à tona do grande público quando o grupo Al Jazeera escreveu sobre as incertezas do mercado imobiliário chinês.
Após ter vivido na China por vários anos, o fotógrafo Raphael Olivier finalmente cedeu ao impulso de ver Ordos com seus próprios olhos. Ao visitar a cidade no ano passado, encontrou uma cidade bem conservada que ainda é em grande parte desabitada. Entrevistei Olivier sobre o projeto, suas impressões sobre Ordos, a prosperidade chinesa, e o que isso significa para arquitetura fotográfica.