Entre 1960 e 1976, a capital da Bélgica tornou-se um cenário de experimentos arquitetônicos que combinavam os ideais modernistas com a pré-fabricação, culminando na construção de dois edifícios icônicos. O CBR Office Building (1967-1970) e o LH 187 (1976), projetados por Constantin Brodzki e Marcel Lambrichs, são vizinhos e compartilham uma linguagem arquitetônica audaciosa. Ambos se destacam por suas fachadas formadas por grandes módulos de concreto pré-fabricado, que não só evidenciam a estética brutalista, mas também revelam o empenho em usar materiais industriais e técnicas construtivas inovadoras para a época.
Le Corbusier: O mais recente de arquitetura e notícia
Um lugar para a arte na produção industrial de elementos construtivos
Historicamente, a arquitetura tem servido como um meio para a expressão artística. Elementos de construção eram adornados e esculpidos em relevo, com inscrições, murais, afrescos, bustos e esculturas figurativas de diferentes estilos. No entanto, a industrialização do século XIX trouxe uma mudança nos ideais, que despojou os componentes arquitetônicos de seus elementos decorativos. Em vez disso, preferiu-se a busca pela beleza a partir da padronização e acessibilidade econômica proporcionadas pelos elementos de construção produzidos em massa.
Mas há espaço para a arte na produção em massa? Os artistas podem estar envolvidos nos processos industriais de fabricação de elementos de construção? E como a nova tecnologia pode facilitar a personalização em massa de componentes de construção com fins artísticos? Essas perguntas nos levam a considerar o potencial de expressão, comunicação e reflexão dos elementos de construção em espaços interiores e exteriores.
Entendendo a Villa Savoye de Le Corbusier
Em mais um episódio sobre obras arquitetônicas, o Arquicast traz como tema central a icônica obra Villa Savoye, um marco na história da arquitetura modernista do século XX. O convidado, PC Lourenço, analisou profundamente esse ícone arquitetônico e seus paradigmas, proporcionando uma visão esclarecedora sobre sua importância e influência duradoura. O episódio também está disponível em vídeo, possibilitando acompanhar as descrições com fotos e desenhos técnicos da obra.
O mito da arquitetura branca: como os arquitetos modernistas usavam as cores
Dado que os arquitetos da modernidade estavam em busca da pureza da forma, é razoável supor que a imagem desta arquitetura moderna seja quase inevitavelmente representada em branco no imaginário coletivo. Livre de decorações supérfluas, a arquitetura moderna passou a ser associada ao uso predominante de superfícies brancas para destacar a composição volumétrica. Combinada com o conceito de "verdade material" articulado pela primeira vez pelo crítico vitoriano John Ruskin, a arquitetura em cores brancas é frequentemente entendida como direta, clara e franca.
O icônico complexo Gallaratese em Milão, pelas lentes de Kane Hulse
Após a Segunda Guerra Mundial, a falta de moradia se espalhou por grande parte da Europa e Milão não foi uma exceção. Vários planos e soluções foram concebidos para enfrentar essa crise, e comunidades satélites para acomodar entre 50.000 e 130.000 residentes foram erguidas. A primeira dessas comunidades começou a ser construída em 1946, apenas um ano após o fim da guerra: o projeto Gallaratese.
No final de 1967, o renomado Studio Ayde, liderado por Carlo Aymonino, foi escolhido para projetar o Gallaratese 2. Aymonino convidou Aldo Rossi para contribuir com suas visões singulares para uma comunidade microcósmica ideal. Juntos, os dois arquitetos italianos começaram uma jornada para moldar um ícone habitacional inovador e historicamente significativo para Milão. Registrada pelas lentes de Kane Hulse, a obra e sua importância para a arquitetura são revisitadas nesta série de fotografias.
Guia de arquitetura do século XX em Paris: das vilas modernas de Le Corbusier aos edifícios brutalistas
O século XX viu um período de experimentação e inovação em um ritmo sem precedentes, um rumo que também marcou as expressões e arquitetura da época. Paris, como um dos principais centros europeus de expressão artística e cultural, também foi o epicentro para a formação de novos estilos arquitetônicos, desde a revolução da arquitetura moderna de Le Corbusier até as expressões do estilo High-Tech, como visto no design do Centre Pompidou de Renzo Piano e Richard Rogers. A transformação social encontrou sua expressão através de instituições públicas ou conjuntos residenciais brutalistas, como os projetados por Renée Gailhoustet e Jean Renaudie em Irvy-Sur-Seine, enquanto movimentos políticos atraíam arquitetos de todo o mundo, incluindo Oscar Niemeyer, que projetou seu primeiro edifício europeu na capital francesa.
Projetando sem cliente: 6 casas desenhadas por arquitetos famosos para eles mesmos
Analisar casas que arquitetos projetaram para si mesmos pode abrir perspectivas sobre seu processo de design, prioridades e filosofia. Embora muitas vezes reduzidas em escala, essas residências pessoais oferecem um olhar sobre o processo dos arquitetos e a maneira como eles traduzem suas ideias em espaços habitáveis sem restrições impostas pelo cliente no resultado final. As estruturas também refletem os valores pessoais, estilos de vida e preferências estéticas de seus criadores.
Frequentemente, esses projetos são experimentos e campos de testes para seus próprios princípios de design, ampliando os limites da expressão arquitetônica. Desde Ray e Charles Eames, que acabaram passando suas vidas em uma casa experimental criada para a pré-fabricação, até Frank Gehry, que usou sua casa holandesa colonial em Santa Monica para testar as ideias de desconstrutivismo que mais tarde viriam a definir sua carreira, esses projetos representam uma face diferente do processo de projeto de arquitetos renomados mundialmente.
O espírito duradouro de Le Corbusier: 100 anos da sua influência na arquitetura
Há 100 anos, em 1923, o livro Vers une Architecture de Le Corbusier foi publicado na revista L'Esprit Nouveau. A coleção controversa de ensaios do mestre modernista serviu como manifesto para o desenvolvimento da arquitetura moderna, influenciando gerações de arquitetos e gerando polêmicas sobre os princípios de design arquitetônico propostos. O livro defende a beleza de projetos industriais, como os de aviões, automóveis ou transatlânticos; propõe uma maneira completamente diferente de construir cidades, favorecendo torres altas e esbeltas cercadas por vegetação exuberante, e apresenta os cinco princípios de Le Corbusier para o desenho moderno.
Agora, um século depois, essas teorias se tornaram parte da educação de todos os arquitetos, mas também são altamente contestadas. Alguns críticos argumentam que a abordagem rígida, especialmente em relação aos princípios de planejamento urbano, não consegue envolver as nuances culturais e contextuais de diferentes comunidades, levando a ambientes urbanos alienantes. Ainda assim, o legado de Le Corbusier é significativo, servindo como um ponto de referência constante para os arquitetos ao explorar o equilíbrio entre funcionalidade, estética, simbolismo e impacto social em seus projetos.
O laboratório modernista do futuro: explorando a arquitetura de Le Corbusier e Louis Kahn na Índia
No início de 2022, a curadora Lesley Lokko anunciou o título da 18ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia: O Laboratório do Futuro. A intenção do tema é destacar o continente africano como protagonista do futuro, um lugar “onde todas essas questões de equidade, raça, esperança e medo convergem e se aglutinam”. Como o continente de urbanização mais rápida, a África é vista como uma terra com potencial, mas também repleta de desafios, onde questões de equidade racial e justiça climática são tratadas com um impacto significativo no mundo em geral.
No entanto, no final dos anos 1950, outro laboratório do futuro estava se formando, onde as novas ideias do modernismo produziram projetos monumentais e estruturas urbanas completas em uma escala sem precedentes: a Índia. Em busca de uma imagem moderna e democrática, o país recém-independente acolheu mestres da arquitetura ocidental como Le Corbusier e Louis I. Kahn e confiou a eles uma ampla gama de encomendas, desde o traçado urbano de Chandigarh e seus principais edifícios governamentais até universidades, museus e projetos domésticos de menor escala. O resultado é uma mistura de culturas influenciando-se mutuamente para gerar resultados inesperados.
70 Anos da Unité d'Habitation, pelas lentes de Paul Clemence
A icônica Unité d'Habitation, a primeira da nova série de projetos de habitação de Le Corbusier que enfatizava a vida em comunidade para todos os habitantes, foi concluída em 1952. Para o seu 70º aniversário, o fotógrafo Paul Clemence compartilhou conosco uma série de fotos exclusivas do edifício tal como se encontra atualmente.
Iphan e Ministério da Cultura elaboram plano de ocupação para o Palácio Gustavo Capanema
O Palácio Gustavo Capanema, localizado no Rio de Janeiro (RJ) e reconhecido como referência para a arquitetura e as artes brasileiras, tem previsão de ser entregue à população em 2024. No dia 15 deste mês, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentou uma nova proposta para a ocupação do edifício. Do térreo ao terraço, o prédio será transformado em um conjunto de espaços dedicados a exposições sobre temas relacionados à arte e à formação da sociedade brasileira, além de abrigar atividades administrativas dos órgãos ligados ao Ministério da Cultura.
O urbanismo de Le Corbusier ou por que vivemos todos distantes
“Uma cidade construída para a velocidade é uma cidade construída para o sucesso.” Esta frase, atribuída a Le Corbusier, um dos mais influentes urbanistas do século XX, condensa um dos mais importantes processos sociais vividos naquele período.
A mobilidade é um aspecto central na configuração do tecido social. Para o professor de Sociologia da Universidade de Sevilha Eduardo Bericat, toda forma de sociedade implica um sistema de mobilidade. Portanto, suas transformações supõem mudanças antropológicas de enorme importância.
O legado de Jane Drew: uma pioneira para mulheres na arquitetura
Em 1950, Le Corbusier foi convidado a projetar a nova capital do estado indiano de Punjab, a cidade de Chandigarh, após sua separação e recente independência. A oportunidade de criar uma nova utopia foi inigualável e agora é vista como uma das maiores experiências urbanas da história do planejamento e da arquitetura. A cidade foi formada por padrões viários em retícula ortogonal, de estilo europeu, e edifícios em concreto aparente — o auge dos ideais de Corbusier ao longo de sua carreira. Mas o que é menos conhecido sobre a concepção e realização de Chandigarh foi a mulher que trouxe para o projeto sua experiência em projetar habitações sociais em toda a África. Por três anos, trabalhando ao lado de Corbusier e ajudando-o a projetar alguns dos edifícios mais conhecidos de Chandigarh, esteve Jane Drew.
Uma breve história do Estilo Internacional
Quando as pessoas descrevem o movimento modernista em sua totalidade, fazem ampla referência aos arranha-céus de aço e vidro que marcam presença no horizonte de muitas cidades, ou mais especificamente, ao Estilo Internacional que surgiu na Europa após a Primeira Guerra Mundial. O Estilo Internacional representou o progresso tecnológico e industrial e um renascimento das construções sociais que influenciariam para sempre a maneira como pensamos sobre o uso do espaço em todas as escalas. Muitas vezes projetados como edifícios politicamente carregados, procurando fazer uma declaração aos governos totalitários, muitos arquitetos que influenciaram o estilo mudaram-se para os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, abrindo caminho para alguns dos edifícios e arranha-céus mais icônicos construídos no século XX.
Arquitetura como celebração: a filosofia de Balkrishna Doshi
“Não sou arquiteto”, diz com brilho nos olhos, “sou apenas uma pessoa em busca de seu destino”. Para o falecido pioneiro do modernismo indiano, Balkrishna Vithaldas Doshi, a arquitetura é uma prática de autodescoberta. As obras brilhantes de funcionalidade poética do veterano resultaram de uma filosofia humanista com influência dos princípios modernistas, de Mahatma Gandhi e textos espirituais indianos. Doshi acreditava que arquitetura era sinônimo de vida — um veículo para celebração constante; um meio para experiências intensificadas. Sua maior contribuição para a comunidade arquitetônica foram suas poderosas palavras que ecoam a atemporalidade de suas estruturas.
Balkrishna Doshi, vencedor do Prêmio Pritzker 2018, morre aos 95 anos
Balkrishna Vithaldas Doshi, arquiteto, urbanista, educador, vencedor do Prêmio Pritzker 2018 e da Medalha de Ouro RIBA 2022, faleceu hoje aos 95 anos, em Ahmedabad, Índia. A informação foi divulgada pela mídia indiana e pelo Architectural Digest India em sua página no Instagram. Um dos mais prestigiados arquitetos indianos, Doshi ajudou a moldar a arquitetura do país e regiões adjacentes, tendo como inspiração as obras de Le Corbusier e Louis Khan, "combinando modernismo pioneiro com o vernacular”. Conhecido especialmente por seus projetos de planejamento urbano e habitação social, e também por seu trabalho acadêmico como professor visitante em várias universidades do mundo, Balkrishna Doshi projetou, ao longo de seus 70 anos de carreira, alguns dos edifícios mais emblemáticos da Índia.