1. ArchDaily
  2. Leste da África

Leste da África: O mais recente de arquitetura e notícia

Um novo guia abrangente sobre a arquitetura da África Subsaariana

Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.

Comparados ao Ocidente e Oriente, a consciência e o conhecimento da arquitetura da África subsaariana - África ao sul do deserto do Saara - são escassos. Um novo livro pretende mitigar esse descuido, e é uma conquista significativa. Architectural Guide Sub-Saharan Africa (editora DOM, 2021), organizado por Philipp Meuser, Adil Dalbai e Livingstone Mukasa, levou mais de seis anos para ser elaborado. O guia de sete volumes apresenta a arquitetura nos 49 estados-nação subsaarianos do continente, inclui contribuições de cerca de 340 autores, 5.000 fotos, mais de 850 edifícios e 49 artigos expressamente dedicados a teorizar a arquitetura africana em seus aspectos sociais, econômicos, históricos e contexto cultural. Entrevistei dois dos editores — Adil Dalbai, pesquisador e arquiteto praticante especializado na África subsaariana, e Livingstone Mukasa, um arquiteto nativo de Uganda interessado nas interseções entre a história da arquitetura e a antropologia cultural — sobre os desafios de criar o guia, algumas de suas revelações sobre a arquitetura da África e seu impacto potencial.

Adulação e demonização: materialidade versus moralidade

Há séculos e séculos, nós construímos — e nossa diversidade no ambiente construído global é prova disso. As muitas culturas diferentes por todo o planeta já construíram de muitas maneiras diferentes ao longo da história, adaptando materiais encontrados localmente às suas estruturas. Hoje, em nosso presente globalizado, os materiais de construção são transportados por todo o globo, longe de suas origens, uma situação que significa que dois edifícios em lados completamente opostos do planeta podem ser mais ou menos similares. 

Adulação e demonização: materialidade versus moralidade  - Image 1 of 4Adulação e demonização: materialidade versus moralidade  - Image 2 of 4Adulação e demonização: materialidade versus moralidade  - Image 3 of 4Adulação e demonização: materialidade versus moralidade  - Image 4 of 4Adulação e demonização: materialidade versus moralidade  - Mais Imagens+ 5

Além do hegemônico: arquitetura e urbanismo em outros territórios

O ano de 2021 foi turbulento – a pandemia causada pelo novo coronavírus persiste, obrigando as indústrias de design e construção a continuar se adaptando por dois anos seguidos. À medida que os métodos de trabalho remoto e comunicação continuam a ser ajustados e aprimorados, uma infinidade de eventos virtuais fez com que o discurso arquitetônico fora dos paradigmas ocidentais e eurocêntricos pudesse ocupar um espaço central na discussão da arquitetura global.

Além do hegemônico: arquitetura e urbanismo em outros territórios - Image 1 of 4Além do hegemônico: arquitetura e urbanismo em outros territórios - Image 2 of 4Além do hegemônico: arquitetura e urbanismo em outros territórios - Image 3 of 4Além do hegemônico: arquitetura e urbanismo em outros territórios - Image 4 of 4Além do hegemônico: arquitetura e urbanismo em outros territórios - Mais Imagens+ 9

Espaços de encontro e socialização: o papel dos mercados públicos na África contemporânea

Há alguns meses - em julho de 2021, um incêndio danificou parte considerável da estrutura do icônico Mercado de Kariakoo na cidade de Dar es Salaam. Projetado pelo arquiteto tanzaniano Beda Amuli e inaugurado em 1974, o Mercado de Kariakoo desempenhou por anos um papel fundamental como elemento de referência no tecido social e urbano da maior cidade da Tanzânia. Desde o fatídico incêndio de julho, muito se fala sobre o possível projeto de reforma do mercado, principalmente depois que começaram a circular as primeiras imagens do novo projeto, as quais revelam uma estrutura mais alta, com a adição de três novos pavimentos. A questão central é se a tipologia de “torre” seria realmente apropriada para este caso, considerando a natureza impopular de outros projetos de mercados “verticais” construídos em Dar es Salaam.

Espaços de encontro e socialização: o papel dos mercados públicos na África contemporânea - Image 1 of 4Espaços de encontro e socialização: o papel dos mercados públicos na África contemporânea - Image 2 of 4Espaços de encontro e socialização: o papel dos mercados públicos na África contemporânea - Image 3 of 4Espaços de encontro e socialização: o papel dos mercados públicos na África contemporânea - Image 4 of 4Espaços de encontro e socialização: o papel dos mercados públicos na África contemporânea - Mais Imagens+ 6

O grande legado modernista na Tanzânia

O movimento moderno ainda hoje é um assunto que desperta as mais diversas e controversas reações. O mesmo acontece quando falamos do legado da arquitetura moderna. Acontece que não existe apenas um único legado, mas uma série de legados que varia de acordo com a localização geográfica, com o clima, o contexto político, social e econômico de cada país ou região. Embora a gênese do modernismo na arquitetura tenha se dado na Europa e nos Estados Unidos—onde encontram-se alguns dos seus mais representativos exemplares—, para além do mundo ocidental a chamada “arquitetura moderna” foi sendo moldada por arquitetos e arquitetas de acordo com as necessidades de cada contexto específico. No Sri Lanka, por exemplo, o arquiteto Geoffrey Bawa ajudou a cunhar o termo “Modernismo Tropical”, desenvolvendo uma arquitetura sensível e profundamente enraizadas na paisagem. Também podemos encontrar outros surpreendentes edifícios modernistas na Tanzânia, frutos da vasta e consistente obra construída de dois de seus mais importantes arquitetos: Anthony Almeida e Beda Amuli.

O grande legado modernista na Tanzânia  - Imagen 1 de 4O grande legado modernista na Tanzânia  - Imagen 2 de 4O grande legado modernista na Tanzânia  - Imagen 3 de 4O grande legado modernista na Tanzânia  - Imagen 4 de 4O grande legado modernista na Tanzânia  - Mais Imagens+ 12