Um lugar onde “criar” e “usar” estão unidos como um só, Umaki Camp. Cortesia de dot architects, Yuma Harada
O Pavilhão do Japão anunciou a exposição “Arquitetura, um lugar para ser amado – quando a arquitetura é vista como uma criatura viva”, com curadoria de Maki Onishi, para a 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia. Voltado para a realidade pós-pandêmica de empreendimentos sem rosto tomando conta das cidades em todo o mundo, a principal questão da mostra explora como as pessoas podem, mais uma vez, encontrar maravilhas na arquitetura e alegria em espaços compartilhados.
A natureza tem sido continuamente considerada uma musa inspiradora para os arquitetos. Cores e formas do mundo natural encontram-se embutidas em construções artificiais. Os edifícios também são moldados por padrões de vento e sol, topografia e vegetação. Enquanto a arquitetura é alimentada pelos efeitos da natureza, os edifícios têm sido propostos como objetos inertes que permanecem estáticos num mundo em evolução biológica. As “selvas” de concreto antropocêntricas são desprovidas de vida, separando os humanos dos ambientes naturais e causando desequilíbrios que se manifestaram em forma de pandemias. Mas, como seriam as cidades se não houvesse fronteiras entre humanos e ecossistemas?
A Living Architecture publicou recentemente fotografias do “Secular Retreat” ou “Retiro Secular”, um edifício projetado por Peter Zumthor e que está muito próximo de ser inaugurado em Chivelstone. Este será o primeiro projeto de caráter permanente construído pelo arquiteto vencedor do Prêmio Pritzker no Reino Unido.
O dramático edifício, em suas camadas de concreto e vidro será o sétimo projeto comissionado pela Living Architecture, “concebidos por importantes artistas e arquitetos em locais únicos e exclusivos em toda a Inglaterra”.
https://www.archdaily.com.br/br/904990/edificio-de-peter-zumthor-para-a-living-architecture-esta-prestes-a-ser-inaugurado-na-inglaterraNiall Patrick Walsh
Hugo Oliveira: Arquitetos como Alison e Peter Smithson acreditam que podem transformar a vida das pessoas para melhor através da arquitetura. Este espécie de ingenuidade é importante?
Alain de Botton: A ambição dos Smithson é formidável. O problema é que arquitetos não podem mudar o mundo antes de se tornarem empreendedores. No momento, os melhores arquitetos são fantoches contratados para avivar os egos e os saldos bancários de grandes investidores imobiliários.