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Materials: O mais recente de arquitetura e notícia

Uma Nova Perspectiva para Arquitetos: Mesclando Desenvolvimento Urbano e Tecnologia

Músicos, publicitários e chefs renomados são apenas alguns dos profissionais que, inicialmente, encontraram inspiração e formação na arquitetura. Muito além de projetar edificações, a arquitetura promove uma visão abrangente do espaço, da estética e da funcionalidade, habilidades valiosas em diversas áreas. Arquitetos são treinados para pensar de maneira criativa e resolver problemas complexos, aplicando essa expertise ao desenvolvimento de projetos de todos os tipos. Com a ajuda da tecnologia e ferramentas de Inteligência Artificial, esse campo pode se expandir ainda mais. O desenvolvimento urbano contemporâneo, em particular, enfrenta desafios complexos que exigem soluções inovadoras. Um exemplo de incursões de arquitetos em áreas distintas do cotidiano no desenho ou canteiro de obras é o Grupo OSPA, sediado em Porto Alegre, que apesar de ter começado como um escritório de arquitetura, ao longo dos anos, evoluiu para incluir três atividades verticais principais, cada uma desempenhando um papel crucial no desenvolvimento urbano: o Responsive Cities Institute, Urbe.me e Place.

Como as inovações estão mudando o poliestireno expandido (EPS)?

À medida que nos aproximamos do seu centenário, o poliestireno expandido (EPS) tornou-se amplamente utilizado em várias indústrias e aplicações, especialmente na construção. Desde 1970, o EPS tem sido usado na construção de edifícios devido às suas propriedades de isolamento térmico, estrutura leve de células fechadas, resistência durável e integridade de longo prazo. No entanto, enquanto essas qualidades o tornam altamente útil e fácil de reciclar, também geraram debate devido a discussões recorrentes sobre seus processos de degradação e impacto ambiental de várias perspectivas.

Enquanto o debate continua, muitas melhorias e abordagens alternativas surgiram em torno deste material, destacando que alcançar uma construção sustentável envolve usar o material certo para o trabalho certo desde o início. Assim, ao longo do tempo, as inovações trouxeram novas opções para a reciclagem e uso do EPS além das aplicações tradicionais de construção, como blocos de preenchimento ou painéis de divisórias. Isso demonstra que, em vez de estigmatizá-lo como um material problemático ou "simples", é essencial considerar suas qualidades por meio de design, tecnologia e desenvolvimento de métodos para gerenciamento responsável e sustentável.

Explorando o uso inteligente do tijolo: estudo de caso da Residência Thai

O tijolo é um dos materiais mais antigos e versáteis na construção civil, indo além das simples paredes de alvenaria. Suas origens remontam a 7500 a.C., com exemplares cozidos em fornos surgindo por volta de 3000 a.C., representando um avanço tecnológico para edifícios mais resistentes. Espalhando-se pela Europa e Ásia por volta de 1200 a.C., substituíram materiais como madeira e pedra em regiões escassas. Os tijolos romanos, notáveis por seu formato comprido, foram amplamente utilizados na construção de suas cidades, perdurando ainda hoje. A história dos tijolos se entrelaça com a das civilizações, sendo um material de fácil produção, resistente e versátil, permitindo uma infinidade de aplicações e alcançando resultados impressionantes e inusitados.

Projetada pelo Coletivo de Arquitetos, a Residência Thai exemplifica as múltiplas possibilidades que o tijolo oferece na arquitetura contemporânea. Situada em uma área litorânea no estado de Sergipe, essa residência não só exemplifica a estética do material, mas também sua funcionalidade e adaptabilidade às condições locais. Uma das características mais marcantes do projeto é a implantação em dois blocos distintos. O pavilhão principal abriga a maior parte do programa da casa, enquanto um segundo bloco conectado abriga a área gourmet, serviços e garagem. Essa configuração proporciona uma distribuição inteligente dos espaços e uma integração harmoniosa com o entorno.

“Podemos transformar a profissão repensando como servir a sociedade”: uma conversa com Ronald Rael

Compreender uma disciplina a partir de múltiplas perspectivas e interseções é essencial para adquirir uma compreensão profunda dela. Na arquitetura, a diversidade de abordagens para seu estudo enriquece nossa percepção, permitindo-nos apreciar sua complexidade por diferentes ângulos. Para estudantes e profissionais, explorar aspectos como história, fontes de materiais e produtos, processos de construção, implementação de novas tecnologias e desafios sociais contemporâneos é crucial. Esses aspectos se entrelaçam e expandem a noção convencional de "arquitetura", transcendendo a mera criação de edifícios ou a definição de espaços.

Ronald Rael, um arquiteto e titular da Cadeira Memorial Eva Li em Arquitetura na Universidade da Califórnia, Berkeley, exemplifica essa visão por meio de sua prática, que abrange desde pesquisa até a conexão de práticas tradicionais e indígenas de materiais com tecnologias e questões contemporâneas. Como ativista e arquiteto, os interesses de pesquisa de Rael exploram fabricação aditiva, estudos de muros de fronteira e construção com terra. Co-fundador de Rael San Fratello, Emerging Objects e Forust, sua prática mostra uma abordagem à arquitetura altamente relevante nos tempos contemporâneos.

Defendendo uma arquitetura sem plástico: soluções inovadoras para o presente (e o futuro)

Enquanto lê isso, você pode notar que está cercado por vários itens feitos de plástico. Essa onipresença não é coincidência; a versatilidade do plástico o tornou adequado para uma variedade de aplicações e foi descrito por seu inventor - Leo Baekeland - como "o material de mil usos". No entanto, quando se trata de impacto ambiental, o problema está em suas próprias qualidades: é tão durável, adaptável e fácil de produzir (430 milhões de toneladas por ano) que, de acordo com dados da ONU, o equivalente a 2.000 caminhões de lixo cheios de plástico é despejado nos oceanos, rios e lagos todos os dias.

No ambiente construído, o plástico foi incorporado em vários materiais, produtos e sistemas de construção, contribuindo para uma crise ambiental que afeta seriamente o bem-estar de milhões de seres vivos. Diante desse problema, uma direção possível é afastar-se de seu uso. A busca por alternativas livres de plástico está marcando um caminho em direção a um futuro onde a arquitetura está progressivamente se dissociando desses materiais poluentes, promovendo soluções sustentáveis que reduzem nossa dependência dele e contribuem para preservar o meio ambiente.

Como a madeira engenheirada pode descarbonizar a indústria da construção civil

Em um cenário em que a preocupação com a sustentabilidade e o ESG (Governança ambiental, social e corporativa) é latente, se viu a necessidade de olhar para um setor que gera 38% de todas as emissões de CO2 do planeta e consome 30% dos recursos globais: o setor da construção civil. Em 2022, na COP27, as Nações Unidas anunciaram o Clean Construction Accelerator, um programa com ações pensadas para reduzir em até 50% a produção de gases que geram o efeito estufa até 2030. Um relatório da ARUP e do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável destacou uma descoberta crucial: metade das emissões provenientes de edifícios não provêm apenas da fase de construção, mas também do carbono incorporado nos materiais utilizados, gerado durante sua fabricação e transporte. E é justamente nesse cenário em que vemos a oportunidade para o setor, qual o único material renovável da construção civil que retém o carbono ao invés de emitir? A madeira.

Mas, ao falarmos em madeira, surge um outro questionamento: como a madeira pode ser sustentável se para isso precisamos derrubar árvores? Ana Belizário, a Diretoria Comercial da Urbem, uma indústria nacional de mass timber em larga escala, nos explica ao longo deste artigo o modo como plantar árvores especificamente para o consumo é uma alternativa não somente sustentável, mas uma ótima prática no combate à crise climática e pode regenerar o setor da construção civil.