A arquitetura tem um impacto no contexto na qual se implanta. No entanto, a experiência dos usuários se dão nos espaços internos. Grandes expoentes como Rogelio Salmona e Antonio Gaudí pensavam suas obras em todos os espectros da escala arquitetônica, para que até os mais finos detalhes de acabamento fossem parte da experiência.
A Madeira é material nobre, usado na construção desde tempos remotos e em todas as regiões do mundo. Embora essa materialidade possa ser empregada em quase todos os tipos de arquitetura, reunimos aqui exemplos de casas rurais localizadas na Colômbia.
O Museu Casa de la Memoria está localizado no distrito de Boston em Medellín e foi desenvolvido em comemoração aos 200 anos de independência da Colômbia. Liderado por Juan David Botero, como coordenador da equipe de design, o projeto foi concebido desde o início como um edifício reconhecível para a comunidade e visitantes, assumindo sua forma plástica de habitações de duas águas tradicionais. "É um museu para vítimas de violência e, como tal, tivemos que torná-lo um espaço para tudo; uma casa, a casa onde a memória ganha vida", diz Botero.
O equipamento cultural de 3.800 m² inclui salas de exposições, oficinas, arquivos, escritórios e um auditório. Sua envoltória funciona como uma pele dobrada, incorporando uma câmara de ar que absorve o ar frio, o injeta pela fachada e o expele como ar quente na parte superior. Este efeito chaminé permite controlar os 30ºC de temperatura, típica da região no verão, garantindo uma temperatura interna estável e confortável. Vamos revisar em detalhes essa solução térmica e acústica.
Insper, Arq.Futuro e Escola da Cidade recebem Alonso Salazar, ex-prefeito de Medellín (2008-11) para a palestra Educação e urbanismo social para gerar convivência, segurança e reduzir a desigualdade.
Escritor e jornalista, Salazar foi responsável por mais uma etapa da luta contra a violência urbana em Medellín. Tendo sempre em mente “o mais bonito para os mais pobres”, sua gestão construiu escolas e equipamentos culturais da melhor qualidade nas periferias da cidade. Os frutos de seu trabalho são visíveis também nas novas formas de organização e autogestão das comunas e no turismo social que essas regiões, antes marginalizadas, hoje atraem.
Subjugado por grupos armados à margem da lei e assolado pela maior operação militar urbana da história da Colômbia, o bairro Las Independencias, situado na Comuna 13 da cidade de Medellín, é hoje uma espécie de galeria de grafites a céu aberto, cujo acesso se dá por um sistema de escadas rolantes elétricas – as únicas do mundo implantadas em uma favela.
Cidade colombiana transformou 18 ruas e 12 hidrovias em paraísos verdes. Imagem cortesia de CicloVivo
É verão no Hemisfério Norte e a segunda maior cidade da Colômbia, Medellín, tem adotado estratégias inspiradas na natureza para regular as altas temperaturas da estação. As chamadas “soluções naturais” são, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, “ações que protegem, gerenciam de forma sustentável e restauraram ecossistemas naturais ou modificados, abordando desafios sociais de forma eficaz e adaptável, proporcionando simultaneamente bem-estar humano e benefícios para a biodiversidade”.
UVA Los Sueños, em Medellín. Cortesia de Portal Aprendiz
Para chegar a um dos muitos pontos culturais de Medellín, segunda maior cidade colombiana, é preciso subir montanhas. É na zona periférica do município que estão equipamentos como a Biblioteca Espanha, um conjunto de prédios negros que podem ser vistos a quilômetros de distância, ou as UVAS (Unidades de Vida Articulada), tanques de água convertidos em centros de esporte e cultura.
Em entrevista ao jornal El Colombiano, o urbanista e especialista em mobilidade Mikael Colville-Andersen explicou a situação atual da mobilidade em Medellín, uma das maiores e mais influentes cidades colombianas. "Caminhar ou andar de bicicleta em Medellín é um videogame", explicou o especialista dinamarquês.
Nas principais cidades colombianas foram geradas diversas reflexões que circundam a relação entre mobilidade, cultura, política e sociedade. Neste caso, a capital da Antioquia, não é exceção para esse especialista em ciclismo e planejamento urbano que esteve pela segunda vez na cidade depois de uma visita em 2016.
É hora de dar as boas vindas ao @archdailyco no Instagram, a nova vitrine da arquitetura colombiana. A plataforma busca um olhar tanto local quanto global; de clássicos a promessas da arquitetura do país; de trabalhos antigos a um futuro promissor. Reunindo a produção contemporânea e histórica mais relevante da Colômbia, o site e seu novo perfil no Instagram são também uma fonte de inspiração para a arquitetura brasileira.
Convidamos nossos leitores do Brasil, Portugal e demais países lusófonos a seguirem o Instagram do ArchDaily Colômbia e se inspirarem nas melhores produções de nossos vizinhos latinos.
"Outras noites como tantas das cores da cidade, transformando uma esquina em obra se arte sem cessar, mas é tudo um artista que compartilha sua visão", canta Skool 77 em Color en la ciudad, e claro, a rota do grafite se transformou em um dos atrativos turísticos para solucionar diversas problemáticas em áreas vulneráveis de diversas cidades e municípios na Colômbia.
Trata-se de uma iniciativa que, além de disfrutar a contemplação de belos murais e projetos inovadores de renovação urbana, busca também despertar o espírito de empreendimento em crianças, jovens e adultos que participam na elaboração do Arte Callejero, e que através da cor, hoje devolvem esperança à população, deixando para trás as diferenças e ensinando a todos que somos iguais.
Há mudanças em uma cidade que vão além da superfície. São projetos transformadores, com o poder de gerar um impacto ainda mais profundo do que as modificações estéticas e/ou de infraestrutura. Iniciativas que influenciam positivamente a economia, o meio ambiente e a comunidade que os recebe – de maneiras inesperadas ou até sem precedentes.
Uma iniciativa de Low Carbon City consistiu em colocar máscaras em estátuas de Botero em Medellín, como resultado do estado atual de poluição. Imagem via La Ciudad Verde [Facebook]
Em 6 de março, a poluição ambiental em Medellin (Colômbia) aumentou os alertas em seu grau máximo. Durante três dias, se tem dificultado as restrições à circulação de veículos (conhecida localmente como pico e placa) e a produção industrial. De acordo com especialistas consultados pelo jornal local El Tiempo, em duas semanas a situação será "a mais crítica" em termos de condições climáticas.
Devido a situações como esta, na Colômbia o monitoramento e controle da qualidade do ar tem tomado maior relevância, uma vez que uma de cada oito mortes em todo o mundo é causada pela poluição do ar, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2015, houve 10.527 mortes e 67,8 milhões de sintomas e doenças associadas a esse fenômeno na Colômbia, conforme relatado pelo Departamento de Planejamento Nacional em 2017, após um relatório sobre os custos na saúde associados à degradação ambiental.
Os Parques Biblioteca foram construídos para promover práticas educativas, culturais e sociais de seus bairros circundantes [1], funcionando como pontos de transformação e fortalecimento das comunidades e culturas locais – ou como “dipositivos políticos”, da forma que sugeri no título do artigo. Ao todo, são nove Parques Bibiloteca construídos até hoje, localizados de forma a atender aos vários bairros e comunas de Medellín. Como desenvolveremos mais adiante, a implementação dos cinco primeiros Parques Biblioteca (San Javier, España, La Ladera, La Quintana e Belén) está associada fortemente com a intenção de alterar simbolicamente a imagem de Medellín como exemplo de violência urbana: os lotes de cada um desses edifícios estão diretamente relacionados a histórias recentes de extrema violência.