Já faz mais de um ano que fomos todos pegos de surpresa com o então surto de coronavírus que, posteriormente, se transformaria em pandemia e nos mantém ainda hoje em completo estado de suspense. Entretanto, não demorou muito para toda esta situação passasse a ser encarada como um desafio a ser superado, inspirando arquitetos e arquitetas ao redor do mundo a desenvolver soluções e estratégias projetuais para combater a maior e mais longa crise sanitária da modernidade. Neste contexto, é importante mencionar o fato de que a grande maioria destas inovações foram comissionadas ou comercializadas pelo setor imobiliário e portanto, representam um benefício a apenas uma pequena parcela da população. Entretanto, à medida que estas empresas se esforçam para oferecer melhores alternativas aos clientes com melhores condições financeiras, a pandemia faz muito mais vítimas junto à classe trabalhadora, principalmente no que se refere às restrições que lhes são impostas e os poucos benefícios que lhes são oferecidos. Somado a isso, quando observamos as condições de moradia das classes mais baixas, especialmente em países mais pobres ou aqueles de economia emergente, a precarização dos espaços habitáveis é um agravante o qual, resulta diretamente da total liberdade e da falta de fiscalização que gozam os empreendedores do mercado imobiliário nestes países.
Mercado Imobiliário: O mais recente de arquitetura e notícia
Tecnologia, luta de classe e o mercado imobiliário em tempos de pandemia
O que o mercado imobiliário nos diz sobre as migrações de volta às cidades?
Quase um ano após o início da pandemia de COVID-19, parece que estamos começando a recuperar minimamente o sentido de normalidade—ou de uma nova normalidade. Com a esperança injetada pela chegada das primeiras vacinas, voltamos a pensar sobre o futuro e os impactos da pandemia em nossos modos de vida. Durante o primeiro lockdown, testemunhamos um esvaziamento da maioria dos grandes centros urbanos, passando a habitar cidades fantasmas à medida que aqueles que podiam, buscavam refúgio em áreas menos densas e próximas à natureza. Passamos a nos questionar se estávamos de fato vivendo um fenômeno de êxodo urbano, contrário ao alarmante incremento da população urbana testemunhado ao longo das últimas décadas. Esta tendência, entretanto, foi apenas temporária e as pessoas estão finalmente voltando para a cidade.
Seriam os subúrbios as cidades do futuro?
Os subúrbios americanos—como os conhecemos hoje—estão mudando, e embora esta transformação já esteja em curso a algum tempo, sua situação foi decisivamente agravada pela corrente pandemia. Em um momento em que temos sido convidados a passar mais tempo em casa do que talvez gostaríamos, passamos a reavaliar nossas próprias prioridades e a questionar o nosso atual modo de vida. Como consequências disso, boa parte dos habitantes das grandes cidades nos Estados Unidos, a qual historicamente se concentra em áreas urbanas, está se deslocando para o interior de forma aparentemente definitiva. Por assim dizer, estamos testemunhando um recente fenômeno de esvaziamento dos grandes centros do país, com a população urbana deixando as cidades em em busca de melhores condições de vida, neste caso, mais espaço, privacidade e tranquilidade. Acontece que, com o passar dos anos, os subúrbios americanos caíram nas graças da classe média, transformando-se na principal vertente de expansão urbana no país.
Como comprar uma casa: conselhos antes de adquirir uma residência
O acesso à residência, tanto em compra, quanto aluguel com qualquer tipo de financiamento, costuma ser um dos investimentos econômicos mais importantes da vida das pessoas. É natural perguntar-se quais considerações são necessárias e é importante ter uma base de conhecimentos antes de agir.
As cidades mais caras do mundo em 2017 (e os porquês de serem tão caras)
Qualquer um que tenha tentado recentemente encontrar um apartamento em uma grande área urbana confirmará: habitações com preços razoáveis podem ser difíceis de serem encontradas para a maioria e os salários nem sempre parecem corresponder ao real custo de vida. Essa lacuna vem contribuindo para uma crise habitacional em países desenvolvidos e em desenvolvimento em todo o mundo. As pessoas simplesmente estão sendo jogadas para fora das cidades, uma vez que a habitação tornou-se uma mercadoria e não um direito humano básico. A especulação financeira e o apoio dos Estados para os mercados financeiros de forma a tornar a moradia inacessível criou uma crise habitacional global insustentável.
No início deste ano, o 13º Relatório Anual de Acesso à Moradia Demographia (13th Annual Demographia International Housing Affordability Survey) foi lançado para o ano de 2017, revelando que o número de mercados imobiliários "severamente inacessíveis" aumentou de 26 para 29 este ano; o problema está cada vez pior. O estudo avalia 406 mercados de habitação metropolitanos em nove das maiores economias do mundo, utilizando a abordagem de "múltiplas medianas" para determinar a acessibilidade. Ao dividir o preço da casa mediana pelo rendimento familiar médio de uma área, esse método deve ser um sumário das condições de acesso à habitação da classe média.
Thom Mayne conclui pesquisa sobre o futuro da cidade de Houston
O arquiteto vencedor do Prêmio Pritzker, Thom Mayne, concluiu recentemente uma pesquisa sobre o futuro da cidade de Houston em relação ao seu espraiamento urbano e rápido crescimento. O estudo, desenvolvido juntamente com 21 estudantes da Universidade de Houston e os professores Matt Johnson, Peter Zweig e Jason Logan, foca em modos de abordar os problemas que surgem com a história falta de planejamento da cidade em conjunto com o desregulado crescimento industrial. Estas abordagens incluem a remodelação da atual infraestrutura de energia, mudando o mercado imobiliário e a densidade urbana através de leis de zoneamento e novas ideias.
A famosa Case Study House #21 de Pierre Koenig pode ser sua... pelo preço certo
Uma das casas mais emblemáticas do modernismo, a Case Study House 21 (Bailey House) de Pierre Koenig, está à venda. A residência, localizada em Hollywood Hills, foi considerada uma das melhores "Case Study Houses" pela revista Arts & Architecture Magazine e um dos poucos projetos verdadeiramente experimentais do programa, explorando desenho e materiais inovadores.
"Temos que trazer de volta a habitação ao centro das cidades": Joan Clos, diretor da ONU-Habitat
A cada vinte anos, a ONU organiza uma conferência internacional sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável. Sua terceira edição aconteceu e outubro deste ano, pela primeira vez na América Latina (em Quito, Equador), recebendo as delegações de 193 países membros da ONU para discutirem o futuro das cidades.
Por ocasião do evento internacional, o atual diretor da ONU-Habitat, Joan Clos, conversou com o jornal colombiano El Tiempo sobre os principais desafios enfrentados pelas cidades, enfatizando o papel do Estado no planejamento urbano. "Em Nova Iorque não deixam de fazer negócios por que há normas; pelo contrário, fazem porque lá a definição de espaço público é absoluta e radical."
Gentrificação: envergonhar-se não basta
Já falamos anteriormente sobre gentrificação, o "processo de expulsão de populações socialmente vulneráveis das regiões urbanas centrais", como coloca López Morales. Embora ocorra há décadas no hemisfério norte, a análise de seu impacto é relativamente nova na América Latina, assim como seus causadores e consequências variam em função de cada cidade.
Na América Latina o fenômeno tem sido estimulado por atores imobiliários e estatais, e em parte pela chegada de novos moradores que "descobrem" um bairro cool que, por sua vez, sempre esteve ali. Nesse sentido, na coluna Comment is free do jornal britânico The Guardian, a diretora sênior do PolicyLink Center for Infrastructure Equity, Kalima Rose, explicou recentemente que sentir-se culpado por gentrificar já não basta, e que a ideia de evitar ser parte da gentrificação simplesmente não morando em áreas gentrificadas "ignora a raiz política e estrutural do problema".
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Seis escritórios brasileiros expõem trabalhos no MIPIM, maior evento do mercado imobiliário do mundo
O Brasil terá lugar de destaque no MIPIM, principal evento do mercado imobiliário do mundo, que será realizado de 10 a 13 de março em Cannes, França. O projeto Built by Brazil reuniu seis escritórios de arquitetura do país − Edo Rocha Arquiteturas (SP), Triptyque Architecture (SP), Arkiz (SP), Slomp & Busarello Arquitetos (PR), Fernandes Arquitetos Associados (SP) e GPA&A Gustavo Penna Arquiteto e Associados (MG) − para mostrar projetos no evento, que atrai os tomadores de decisão mais influentes do setor imobiliário internacional.
A delegação brasileira contará com estande próprio projetado pelo escritório Arkiz, que mostrará soluções em projetos corporativos, residenciais e de design de interiores, planejamento urbano, na escala de bairros, cidades e mobiliário urbano. Segundo Emanuel Figueira Junior, da Gerência Executiva de Projetos Setoriais da Apex-Brasil, “estamos em um momento de identificação daqueles nichos do mercado internacional nos quais a produção arquitetônica brasileira possa ter mais sinergia”.
China construirá 7 milhões de habitações sociais em 2015
O Ministério de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural da China anunciou em dezembro que o país iniciará em 2015 a construção de 7 milhões de apartamentos amparados pelo programa de habitação social.
O plano prevê que 4,8 milhões destas habitações sejam concluídas ainda em 2015, destacou o Ministro Chen Zhenggao.
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Pronto: já temos a maior bolha imobiliária da história da humanidade
Este artigo foi escrito por Alexandre Versignassi, redator-chefe da revista Superinteressante, e publicado originalmente na página da super.abril.
A bolha mais violenta de todos os tempos foi a do Japão. Entre 1985 e 1991 os preços dos imóveis subiram 180%, em média, nas maiores cidades de lá. Quase uma triplicada em seis anos. Mas agora já era. Deixamos os japoneses para trás: em São Paulo, foram precisamente 181% de aumento, em seis anos também – de 2008 para cá. No Rio, 225%. Chupa, Japão.
A cidade de Nova York estaria "Atrasando" seu Futuro?
Um estudo recente realizado pela REBNY, Real Estate Board of New York (Conselho Imobiliário de Nova York) concluiu que, ao preservar 27,7% dos edifícios em Manhattan, "a cidade está evitando seu futuro econômico". REBNY vem desafiando a Comissão de Preservação de Monumentos, argumentando que isso tem muito poder quando se trata de decisões de planejamento, e que ao tornar os negócios tão difíceis para os investidores, sufoca-se o crescimento da cidade.
No entanto, três dias antes do lançamento deste estudo, o presidente da REBNY, Steve Spinola, disse em uma entrevista ao WNYC que "se você perguntar aos meus membros, eles dirão a você que [os doze anos de mandato do prefeito Bloomberg] tem sido um grande período para eles ". A conclusão da matéria citada é de que a última década tem sido realmente uma época de maior crescimento para os investidores, em vez de um período de estagnação.
Seria fácil ecoar a opinião de Simeon Bankoff, diretor-executivo do Conselho de Distritos Históricos, que acredita que as ações de REBNY reduzem-se a ganância, mesmo comparando seus membros a Gordon Gekko, o anti-herói do filme Wall Street. Mas é realmente a ganância o que está por trás deste ataque à Comissão de Preservação de Edifícios? Saiba mais a seguir.