Fundamentals, o título da Bienal de Veneza de 2014, fechou suas portas há algumas semanas. A partir do momento em que Rem Koolhaas revelou o título da Bienal deste ano, em janeiro de 2013, convidando os curadores nacionais a responder diretamente ao tema "Absorbing Modernity 1914-2014", houve um pressentimento de que esta bienal seria, de algum modo, especial. Tendo rejeitado convites para dirigir a Bienal no passado, o fato de Koolhaas ter agido não como curador, mas também como coordenador temático do esforço internacional, foi significativo. Esse comunicado levou Peter Eisenman (um dos primeiros tutores e defensores de Koolhaas) a dizer em uma entrevista que "[Rem está] declarando seu fim: o fim de sua carreira, o fim de sua hegemonia, o fim de sua mitologia, o fim de tudo, o fim da arquitetura."
Monditalia: O mais recente de arquitetura e notícia
Reflexões sobre a Bienal de Veneza 2014
Excavating the Sky: A paisagem síria contemporânea na exposição Monditalia
Dos dias 12 a 15 de agosto, arquitetos, cineastas e ativistas da Síria e do mundo árabe se reuniram no Arsenale, na Bienal de Veneza 2014, para o evento “excavating the sky” que foca na Síria e na produção de sua paisagem contemporânea, de antes da Primeira Guerra Mundial até os dias de hoje. O evento acontece no contexto da exposição Monditalia e um dos seus elementos principais é um "pavilhão deslocado" na Síria - um poço recentemente escavado que proporciona água para uma comunidade de 15 mil pessoas.
"Como vocês sabem, a Síria está atualmente passando por uma profunda, e frequentemente violenta, transformação, muito da qual é difícil compreender completamente. Acredito que a arquitetura desempenha sim um papel nesse conflito, e que arquitetos, com suas ferramentas disciplinares, devem agir de modo mais significativo e criativo nessas lutas no/por espaço", disse Khaled Malas, arquiteto sírio e organizador de "excavating the sky". "O 'pavilhão deslocado', em forma de um poço de água, é uma incorporação ativa dessas lutas e nossa participação responsável enquanto uma disciplina entre aqueles que têm sofrido há anos com a negligência e a guerra."
Para representar o "pavilhão deslocado" na Monditalia, um banner com um desenho do poço foi estendido no Arsenale.
Continue lendo para saber mais sobre os outros elementos do evento e o significado por trás de seu título.
Infográfico: O que realmente fazem os arquitetos europeus?
Embora a prática profissional da arquitetura englobe um espectro muito amplo de atividades, frequentemente focamos no projeto de edificações voltado para a construção da obra, deixando para trás outras áreas que oferecem muitas oportunidades para os arquitetos. Neste infográfico, produzido pelo OMA para a exposição Monditalia da Bienal de Veneza, vemos como as atividades profissionais se distribuem em sub-áreas que incluem planejamento, paisagismo, projeto de interiores e estudos de viabilidade - uma relação que nos permite extrapolar os resultados e produtos que surgem desses países.
Clique no infográfico para vê-lo mais detalhadamente e revisite os projetos que já publicamos dos países representados.
Bienal de Veneza 2014: "Towards A New Avant-Garde" explora o surgimento de uma nova geração de arquitetura especulativa na Itália
Ao escrever sobre a radical geração de arquitetos dos anos 60 e 70, o crítico americano Michael Sorkin comentou: "Alguns escolhem o caminho do planejamento em defesa da comunidade, identificando-se com o oprimido. Muitos optam pela "floresta", de volta à natureza, para estudar a socialização em comunidades e para viver a vida numa virtuosa simplicidade. Outros se questionaram sobre o equivalente arquitetônico para o rock and roll." Substituir o comunitarismo pelo código aberto, ou o rock and roll pela ficção científica... ele poderia estar apenas descrevendo um grupo de jovens arquitetos italianos trabalhando atualmente. Os arquitetos da década de 70, especialmente na Itália, transformaram a profissão mas falharam, em última instância, em realizar suas utopias. Até onde essa nova geração pode ir?
Towards a New Avant-Garde, uma instalação e série de discussões na semana de abertura da Bienal de Arquitetura de Veneza, confrontará os trabalhos e abordagens dos mestres do passado, como Superstudio, Archizoom, e o grupo Global Tools, com os novos projetos - especulativos e carregados de críticas políticas - dos novos grupos como o Itinerant Office, IRA-C, e Snark.
Monditalia divulga primeira prévia da Exposição da Bienal de Veneza
A equipe da Monditalia divulgou uma pequena prévia do que está por vir no Pavilhão do Arsenale quando a Bienal de Veneza abrir suas portas no mês que vem. A exposição Monditalia compõe uma das três partes da Bienal deste ano, liderada por Rem Koolhaas. Para manter nossos leitores informados sobre a cobertura da Bienal, criamos o #CountdownVenice2014 - então siga o ArchDaily Brasil no Twitter!
Os mercados europeus mais saturados: Onde e quão boas são as oportunidades para os arquitetos na Europa?
Há algumas semanas a Monditalia, uma das três exposições da Bienal de Arquitetura de Veneza 2014, publicou um pequeno infográfico mostrando o número de arquitetos per capita em alguns países ao redor do mundo.
Ontem a Monditalia revelou outros gráficos, levando-nos a pensar não apenas sobre quais mercados estão saturados, mas também sobre onde estariam as melhores oportunidades e possibilidades para nossa profissão. Com base em dados do centro de pesquisa da construção CRESME, os curadores da Monditalia criaram um gráfico do potencial (financeiro) para arquitetos em diversos mercados europeus.
Estaria a Itália saturada de arquitetos? (A proporção de arquitetos por habitantes em cada país)
Recentemente a Monditalia - uma das três exposições sendo preparadas para a Bienal de Veneza deste ano - divulgou um pequeno gráfico que mostra o número de arquitetos por habitantes em 36 países.
O gráfico mostra que a Itália tem uma porcentagem surpreendentemente alta de arquitetos em sua população: de cada 414 italianos, um é arquiteto. Segundo o gráfico, Portugal, Dinamarca, Alemanha, Bélgica, Espanha e Grécia apresentam, todos, proporções maiores que um arquiteto para cada mil habitantes. Já no Brasil a proporção é de um arquiteto para cada 2.500 habitantes. No final da lista temos a China, com apenas um arquiteto para cada 40 mil pessoas.